O homem dos
embalos de sábado à tarde: um comunicador
para
comandar as massas? (João Miguel Júnior/TV Globo)
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Luciano Huck deixou muitas
cabeleiras eriçadas nessa quinta-feira declarando que está na hora da sua
geração "ocupar os espaços de poder".
Luciano Huck deixou muitas
cabeleiras eriçadas nessa quinta-feira. O que ele fez? Deu uma entrevista para
a Folha de S. Paulo declarando que é hora da sua geração “ocupar os espaços de
poder”. A frase, lida como um aviso de que ele irá, em breve, investir na
política surtiu o efeito de uma ameaça aos cidadãos bem pensantes. Gritos de revolta e ranger de dentes nas
redes sociais e na mídia do lado certo da história. Comparações com Collor,
Trump e, claro, Tiririca, acompanhadas dos inevitáveis “Coxinha!”, “É Golpe!”,
“Não passarão!”, aquelas mumunhas iracundas de sempre.
O apresentador, por sua vez,
caminhou placidamente sobre o muro (êpa!) e apesar da entrevistadora insistir,
não se comprometeu e muito menos pediu desculpas pelas ligações pessoais com o
ex-presidente FHC e o senador Aécio Neves. Mandou seu recado e deixou um
suspense no ar: “Já faço política, fazendo televisão aberta no Brasil, com o
poder que a Globo tem, trazendo boas histórias, dando opinião “, cravou.
Fico surpreso com o incômodo
causado pela fala de Huck e um certo temor mal disfarçado por gente que exibe
seu fervor no jogo político, como machões do cangaço de Lampião curtidos sob o
sol da caatinga. Medo de um comunicador comandando as massas?
Não, eu não imagino Luciano Huck –
a quem conheço de longa data – na Presidência da República. Já pensou, Tiazinha
no Ministério da Defesa e a Feiticeira no da Tecnologia? Ou, como postou hoje
um gaiato de plantão: “Já estamos no Caldeirão faz tempo”.
Por Mario Mendes
Veja.com
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