Advogado
Lúcio Adolfo, que representa Bruno, afirma que o
ex-goleiro tem
várias propostas para retornar aos gramados.
(Foto:
Raquel Freitas/G1)
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Outros grupos se mobilizam nas
redes sociais contra a volta dele ao futebol. Condenado por mandar matar e
ocultar corpo de amante com quem teve filho, Bruno quer retomar carreira nos
gramados.
Depois que o defensor do
ex-goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza passou a alardear que seu cliente
está prestes a voltar aos gramados, vários grupos têm se mobilizado nas redes
sociais manifestando repúdio à contratação dele. É o caso de torcedores do
Bangu Atlético Clube, que criaram um abaixo-assinado para se posicionarem
contra a possibilidade de contratação do ex-jogador do Flamengo.
Tão logo Bruno se viu livre,
beneficiado por um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF),
seu advogado Lúcio Adolfo afirmou que havia pelo menos nove times brasileiros
interessados em contratá-lo. “Agora já são mais de 12. Não posso dizer quais para
não atrapalhar a negociação. Mas ainda neste semestre Bruno estará de volta ao
futebol”, afirmou Lúcio Adolfo ao G1 na última sexta-feira.
Embora não tenha dito ao G1 quais
os times estariam supostamente negociando a contratação de Bruno, Adolfo
anunciou em entrevistas a outros veículos que um destes times seria o Bangu.
Sem nomear os demais, afirmou que três são do Rio de Janeiro, dois de São
Paulo, um de Brasília, e três de Minas Gerais e que pelo menos três destes
disputam a série A do Campeonato Brasileiro.
O abaixo-assinado realizado pelos
torcedores do Bangu é direcionado à diretoria do clube. O grupo chama de
“esdrúxula” a ideia de contratar Bruno e qualifica como “absurdo sequer
imaginar um assassino condenado pela morte, com requintes de crueldade e frieza,
de sua ex‐namorada e mãe do seu filho”. Lançado na sexta-feira (3), o documento
virtual estava assinado por 226 pessoas até a manhã desta segunda-feira (6).
Ao Jornal Extra, o diretor
executivo do Bangu e sócio da Vivyd Capital, empresa do mercado financeiro que
cuida da gestão do clube, Luiz Henrique Lessa, repudiou a história, afirmando
se tratar de um “factoide” e garantindo que “não existe a mínima hipótese de
contar com ele no elenco”.
Em time algum
Outra petição online tinha adesão
muito superior à lançada pelos torcedores do Bangu. Até as 9h45 desta
segunda-feira, 14,9 mil pessoas apoiavam o manifesto divulgado pelo movimento
Somos Todos Vítimas Unidas. Direcionado a todos os dirigentes de times de
futebol brasileiros, o abaixo-assinado enfatiza a gravidade dos crimes pelos
quais Bruno foi condenado.
“Jogadores são considerados ídolos
e esse tipo de exemplo não podemos aceitar para nossos filhos. Exigimos uma
postura ética e moral e não somente populista por parte dos dirigentes dos
clubes”, destaca a petição.
O movimento Somos Todos Vítimas
Unidas ressaltou acreditar na regeneração de criminosos “quando estes mostram
realmente que, aprenderam na cadeia o que é viver em sociedade”. Para o grupo,
Bruno não demonstra arrependimento pelo crime do qual foi mentor, uma vez que
nega à família de Eliza Samudio o direito de enterrá-la, já que até hoje ele
não revelou o paradeiro do corpo.
Em uma de suas primeiras
declarações ao deixar a cadeia, Bruno afirmou que “Independente do tempo que eu
fiquei [preso] também, eu queria deixar bem claro, se eu ficasse lá, tivesse
prisão perpétua, por exemplo, no Brasil, não ia trazer a vítima de volta".
Eliza Samudio desapareceu em 2010.
O corpo dela nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho
recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era
titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade da criança.
Bruno foi condenado pela Justiça
de Minas, em março de 2013, a 17 anos e 6 meses em regime fechado por homicídio
triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que
dificultou a defesa da vítima), a outros 3 anos e 3 meses em regime aberto por
sequestro e cárcere privado e ainda a mais 1 ano e 6 meses por ocultação de
cadáver. A pena foi aumentada porque o goleiro foi considerado o mandante do
crime, e reduzida pela confissão do jogador.
Por Daniel Silveira, G1 Rio
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