© Divulgação BRF
e JBS afirmam colaborar com investigações da PF
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SÃO PAULO E WASHINGTON -
Envolvidas em um escândalo global após a deflagração da Operação Carne Fraca da
Polícia Federal, que encontrou irregularidades em produtos de 21 frigoríficos,
BRF e JBS podem ter dificuldades para por em prática seus planos de expansão
internacional.
Ambas as companhias afirmaram que
estão colaborando com as investigações. Uma fonte ligada ao grupo JBS ouvida
pelo Estado afirmou que ainda está tentando entender exatamente as acusações
feitas à companhia. “Ainda não sabemos quais os desdobramentos (das
investigações). Sabemos que países já estão impondo embargos, mas não temos
como saber ainda o real impacto sobre o nosso negócio”, disse.
A JBS, assim como a BRF, está se
preparando para ir ao mercado acionário para levantar recursos para suas
companhias. No caso da JBS, para a JBS Foods. Já a BRF criou no início deste
ano a OneFoods para atuar no mercado muçulmano. Para analistas, a operação da
PF, dependendo dos desdobramentos, pode atrapalhar esse movimento das empresas.
A BRF montou um comitê para
gerenciar os desdobramentos das investigações, segundo apurou o Estado. No fim
de semana, os principais executivos tanto da JBS e da BRF ficaram em alerta
para estudar os reflexos das investigações nas empresas.
No caso da BRF, um impacto
imediato foi a interdição da unidade de Mineiros (GO), anunciada pelo
Ministério da Agricultura na sexta-feira. Em nota, a BRF esclareceu que a
fábrica de Mineiros responde por menos de 5% da produção total do grupo. A
planta, de acordo com a companhia, está habilitada para exportar para os
mercados mais exigentes.
Estados Unidos. Na
avaliação do diretor de assuntos corporativos da JBS nos Estados Unidos,
Cameron Bruett, a reação nos mercados internacionais à investigação da Polícia
Federal no Brasil foi “muito modesta”. Bruett disse que não vê risco de
retrocesso na abertura do mercado americano para carne in natura brasileira,
aprovada no ano passado.
“O Brasil tem algo entre 4,7 mil e
5 mil plantas inspecionadas pelo governo federal, e estamos olhando para uma
operação de dois anos que resultou na investigação de 21 plantas e só seis
dessas plantas exportaram nos últimos 60 dias”, declarou em Washington, durante
evento promovido pelo Brazil-U.S. Business Council.
Bruett disse não estar preocupado
com o potencial impacto da operação sobre a JBS. “Nenhuma das nossas unidades
foi fechada, não fomos acusados de nada, como carne contaminada ou produto
vencido, ou de nenhum tipo de acusação que vocês viram reportadas.”
O Departamento da Agricultura dos
EUA, porém, começou a realizar testes patogênicos em todos os carregamentos de
carne in natura e processada enviados pelo Brasil ao país, com o objetivo de
detectar eventual contaminação do produto. Até agora, não foi adotada nenhuma
medida de suspensão dos embarques.
O adido agrícola do Brasil nos
Estados Unidos, Luiz Caruso, disse que nenhum dos 21 frigoríficos citados na
Operação Carne Fraca tem histórico de exportação para o mercado americano. / COLABOROU
RENATO CARVALHO
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