Hospital
Geral de Nova Iguaçu corre o risco de fechar as portas
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O Hospital Geral de Nova Iguaçu,
conhecido como Hospital da Posse, uma das principais emergências da Baixada
Fluminense e a maior do município, corre o risco de fechar. A situação foi
confirmada pelo prefeito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa, que diz que a cidade
não tem condições de manter o hospital funcionando, caso não receba mais ajuda
do governo federal.
As cirurgias eletivas que deveriam
ser feitas na unidade foram suspensas e só são operados os pacientes com casos
graves. Logo na entrada dá para perceber o drama enfrentado por médicos e
pacientes.
Na emergência do hospital, quando
as ambulâncias chegam, os pacientes vão para um espaço até receber a medicação
e a avaliação médica. A direção do hospital diz que esse processo poderia
acontecer em uma sala separada, com mais conforto e qualidade no atendimento,
mas na emergência os pacientes ficam em macas no meio de um corredor.
O resultado da falta de espaço é a
superlotação. A enfermaria de apoio da emergência tem o dobro dos pacientes e
falta estrutura.
“A espessura do colchão é dessa
finurinha, então não tem conforto nenhum. Não tem conforto e ela está com muito
frio e o quadro dela é de pneumonia. A tendência é piorar”, disse Alessandra
Botelho da Silva, que acompanhava uma paciente.
No estoque de insumos, onde ficam
os materiais como luvas, gazes e outros produtos indispensáveis para o dia a
dia de um hospital, as prateleiras estão quase vazias. Segundo a direção do
hospital, a farmácia tem apenas 60% do estoque de remédios.
Salários atrasados
Além da falta de estrutura, os funcionários também estão com dois meses de salários atrasados e só receberam uma parte do 13º salário. A prefeitura diz que a situação chegou a este ponto por que falta dinheiro.
Além da falta de estrutura, os funcionários também estão com dois meses de salários atrasados e só receberam uma parte do 13º salário. A prefeitura diz que a situação chegou a este ponto por que falta dinheiro.
Em 2002, o governo federal cedeu a
administração do hospital para o município de Nova Iguaçu, mas agora a atual
prefeitura diz que não tem condições de manter a unidade funcionando.
Em nota, o Ministério da Saúde
informou que os recursos federais do SUS destinados ao hospital de Nova Iguaçu
chegam a R$12 milhões por mês, mas a prefeitura mostrou uma planilha do
Ministério da Saúde de janeiro desse ano e diz que, para o Hospital da Posse,
só foi repassada a verba de R$6,3 milhões.
O diretor do hospital disse que os
gastos chegam a R$14 milhões por mês e que o governo federal não reajusta o
repasse há três anos. Segundo ele, neste período, o número de pacientes
triplicou.
“A gente tem uma quantidade de
verba recebida pelo Ministério da Saúde muito aquém das nossas necessidades. O
hospital, inclusive, tem a possibilidade de ser reintregre, obviamente
reintregue ao Ministério, o município não tem como arcar com esta dívida, não
tem como arcar com este ônus e fechar. O hospital pode fechar se o município
não tem condição e se o Ministério não assumir essa responsabilidade”, disse
Lino Ciro Neto, diretor médico do hospital.
Pacientes poderão ser
transferidos
Em entrevista ao Bom Dia Rio desta segunda-feira (6), o prefeito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa, disse que não quer que a unidade seja fechada, mas que, caso isso aconteça, os pacientes que estão no hospital entrarão na fila de regulação do estado para serem transferidos.
Em entrevista ao Bom Dia Rio desta segunda-feira (6), o prefeito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa, disse que não quer que a unidade seja fechada, mas que, caso isso aconteça, os pacientes que estão no hospital entrarão na fila de regulação do estado para serem transferidos.
“Através da regulação do estado,
se for o caso da União não querer manter aberto o Hospital da Posse, a gente
faz a transferência para outros hospitais do Rio de Janeiro. Se não
conseguirmos resolver esse problema do financiamento, a União vai ter que
assumir a responsabilidade que é dela”, disse Rogério Lisboa.
O prefeito afirmou ainda que o
governo federal não está arcando com a parte que deveria ser de sua
responsabilidade e que, dessa forma, não tem como mante o hospital funcionando.
“O governo federal tem que entrar
com 70% do custeio. O governo do estado tem que entrar com 15% e o município
com mais 15% e a União não tem feito a parte dela. Esse é o problema. A gente
vai devolver à União para que ela toque, como ela toca Bonsucesso, como toda o
Servidor. Hoje, o custeio do hospital está em torno de R$ 20 milhões. Eles
tinham que fazer um repasse de R$ 14 milhões e hoje só fazem de R$ 6,3 milhões
e o restante fica por conta do município e o município não aguenta isso porque
é uma região enorme”, completou.
Por Bom Dia Rio
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