Suprema
Corte, fiel ao presidente Nicolás Maduro (foto), ordenou
que os principais partidos opositores se
"renovem" por meio de
petições (Foto: Miraflores Palace/Reuters)
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Medida
pode abrir caminho para o governista Partido Socialista Unido da Venezuela
(PSUV) se manter no poder.
O governo da
Venezuela está adotando medidas que podem excluir alguns partidos políticos de
oposição de eleições futuras, o que pode abrir caminho para o governista
Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) se manter no poder, apesar da
revolta generalizada com a economia.
A Suprema
Corte, fiel ao presidente Nicolás Maduro, ordenou que os principais partidos
opositores se "renovem" por meio de petições cujas condições são tão
rígidas que os líderes partidários, e até uma autoridade eleitoral, as descreveram
como impossíveis de cumprir.
Já
autoridades do PSUV desdenham das queixas. Eles dizem que os candidatos
anti-Maduro poderão concorrer pela coalizão Mesa de Unidade Democrática (MUD),
que foi dispensada da coleta de assinaturas, ainda que as maiores legendas da
oposição sejam barradas.
Mas
autoridades socialistas de destaque também estão tentando proibir a MUD,
acusando-a de fraude eleitoral. Críticos do governo ressaltam essa atitude e a
ordem de "renovação" como sinais de que os governistas estão buscando
concorrer, na prática, sem adversários nas eleições estaduais e na presidencial
de 2018.
Investidores
de posse dos títulos altamente rentáveis da Venezuela contavam que Maduro fosse
substituído por um governo mais simpático com o empresariado em 2019.
A
perspectiva de os partidos de oposição serem impedidos de participar das
eleições pode causar preocupação em Washington, onde o governo do presidente
dos Estados Unidos, Donald Trump, colocou o vice de Maduro, Tareck El Aissami,
em uma lista negra nesta semana e pediu a libertação do líder opositor preso
Leopoldo López.
Os oponentes
de Maduro afirmam que sua estratégia é semelhante à do presidente de esquerda
da Nicarágua, Daniel Ortega, que obteve uma terceira vitória eleitoral
consecutiva tranquila em novembro depois que uma alta corte tirou o líder do
principal partido rival da corrida – o veredicto só manteve no páreo um
candidato visto por muitos como aliado disfarçado de Ortega.
"O
regime está preparando eleição de estilo nicaraguense sem partidos políticos e
com falsos candidatos de oposição escolhidos pelo governo", disse o
parlamentar e ex-presidente do Congresso Henry Ramos no Twitter, insinuando que
Caracas irá tentar usar aliados disfarçados como se fossem parte da oposição.
As medidas chegam
no momento em que o índice de aprovação de Maduro paira na casa dos 20% devido
à revolta com a escassez crônica de alimentos, que provoca saques rotineiros em
supermercados e obriga muitos venezuelanos a pular refeições.
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