O juiz
federal Sérgio Moro durante sessão de debates destinada
a discutir o Projeto de Lei nº 280, que define
os crimes de abuso
de autoridade - 01/12/2016 (Evaristo Sa/AFP)
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O percurso passa pela UFPR, onde
Moro dá aulas desde 2007, assim como pela 13ª vara da Justiça Federal de
Curitiba, onde ele trabalha
Uma prisão, um quadro de Joan Miró
confiscado e o local de trabalho do juiz Sergio Moro são alguns dos pontos
incluídos em um tour pela cidade de Curitiba, que mostra os lugares mais
ilustres da Operação Lava Jato para os turistas interessados na investigação.
Com uma duração de aproximadamente
quatro horas, o passeio explica com um guia instruído para a ocasião como
ocorreram os milionários desvios da Petrobras, pelos quais já foram presas
dezenas de executivos e políticos. “A ideia surgiu a partir da demanda dos
próprios turistas que atendemos. Queriam conhecer um pouco sobre onde trabalhava
o juiz Sérgio Moro e entender o caso”, comentou Bibiana Antoniacomi,
proprietária e diretora da empresa de turismo receptivo e organização de
eventos Special Paraná.
O percurso passa pela Universidade
Federal do Paraná (UFPR), onde Moro dá aulas desde 2007, assim como pela 13ª
vara da Justiça Federal de Curitiba, onde ele trabalha. “Há muito interesse no
trabalho do juiz Moro, é a figura mais conhecida, e durante o passeio
explicamos o papel que tem cada um dos órgãos” envolvidos no processo, explicou
Bibiana sobre o tour que em maio completará o primeiro aniversário de
existência.
Também não são deixados de lado o
Ministério Público Federal (MPF), sede de trabalho dos funcionários que
trabalham na Lava Jato, ou a delegacia da Polícia Federal, onde são iniciadas
as investigações e presos de maneira preventiva os acusados.
O prato forte vem com a visita
externa ao Complexo Médico-Penal, onde estão presos alguns investigados e já
julgados por envolvimento no esquema de corrupção. Dentro das instalações
estão, entre outros, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, o
ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Zelada, e o ex-tesoureiro
do PT João Vaccari Neto. “Os corruptos, pouco a pouco, estão deixando de ser
intocáveis”, opiniou Bibiana.
Auge do tour — A
cereja do bolo é uma parada opcional no Museu Oscar Niemeyer, “onde há uma
exposição com obras que foram confiscadas durante a operação”, disse a
empresária. A mostra exibe 26 das 600 obras que foram recuperadas ao longo
desses três anos pela Lava Jato, entre as quais se destaca um quadro do pintor
espanhol Joan Miró e outro de Vik Muniz.
Diante das constantes novidades no
caso, a empresa deve adaptar o tour “na medida em que o processo vá mudando” e
segundo “as necessidades dos clientes” porque, segundo Bibiana, “ainda restam
muitas peças pendentes” na investigação. Perguntada sobre a idoneidade de
oferecer este tipo de passeio sob o risco de projetar uma imagem negativa do
país, a diretora da empresa considerou que a intenção é completamente oposta.
“É uma oportunidade que o Brasil tem
de esclarecer as coisas. Não vejo como pode ser polêmico, vejo um tour que traz
esperança, no qual as pessoas observam que as instituições funcionam e
trabalham independentemente de quem estiver no governo”, acrescentou.
(Com agência EFE)
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