Parentes de policiais militares protestam em frente
a quartel da PM em Vitória
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Grupo entra em
confronto com parentes de policiais que bloqueiam a saída de quartel;
integrantes de ao menos quatro batalhões voltam ao trabalho
O clima ficou
tenso em frente ao Comando Geral da Polícia Militar do Espírito Santo em
Maruípe, na região central de Vitória, desde a tarde desta terça-feira depois
que moradores foram à porta do órgão para pedir a volta às ruas dos policiais
militares. Houve confronto com familiares de PMs que, desde sábado, obstruem a
saída dos policiais para protestar contra os baixos salários – a medida é uma
maneira de contornar a proibição de militares fazerem greve.
Os soldados do Exército que
chegaram na segunda-feira ao Espírito Santo – para fazer o patrulhamento das
ruas e deter a onda de violência que toma conta principalmente da região
metropolitana de Vitória – tiveram que separar os dois grupos e liberar o
trânsito na avenida Maruípe que havia sido interditada pelos manifestantes.
A manicure
Marislaine da Silva Feu, 32 anos, era uma das que protestavam contra a presença
de familiares em frente ao quartel. “Estou sem poder trabalhar porque meus quatro
filhos estão sem estudar. Nós estamos presos dentro de casa. Eu sou filha de
militar, mas eu não sou a favor dessa greve. A gente está sofrendo. Escolas
estão fechadas, comércio sendo saqueado, pessoas morrendo”, disse a moradora de
Vitória.
Em frente à
entrada do quartel, a professora Priscila Nascimento de Almeida, de 27 anos,
namorada de um policial militar, levou uma pedrada na cabeça, segundo ela,
jogada pelos manifestantes. “Queremos reivindicar um salário melhor porque eles
(policiais) passam dificuldade, correm risco. Os moradores deveriam ir atrás do
secretário de Segurança e não vir para cá. A gente está fazendo a nossa
manifestação sem agredir ninguém”, disse Priscila, que está desde sábado
acampada com outras mulheres em frente ao batalhão. “A culpa não é da polícia.
Eles (manifestantes) têm que cobrar do governo”.
A região
metropolitana de Vitória ainda vive um clima de insegurança apesar
da presença de mil homens das Forças Armadas e 200 da Força Nacional. A maior
parte do comércio está fechada, há poucos ônibus circulando e muitas ruas estão
vazias. Entidades de comerciantes estimam que houve mais de 200 saques a lojas.
Desde sábado, ao
menos 75 pessoas foram assassinadas no estado, uma média de quase 19
por dia – no ano passado, foram assinados em média por dia 3,2 pessoas. O Departamento
Médico Legal (DML) chegou a suspender o atendimento na segunda-feira porque não
tinha onde colocar mais corpos.
A volta às
aulas, que deveria ter ocorrido na segunda-feira, está suspensa. Postos de
saúde e outras repartições públicas estão funcionamento de forma restrita.
Uma liminar
do Tribunal de Justiça do Espírito Santo não impediu a mobilização de
parentes de policiais militares. A Justiça decretou a ilegalidade do movimento
e proibiu a realização de qualquer tipo de paralisação dos serviços de
segurança pública pelos policiais, sob pena de multa diária de R$ 100 mil para
as associações de classe dos militares.
O desembargador
do TJES, Robson Luiz Albanez, determinou ainda que os piquetes montados nas
sedes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros sejam desfeitos. Para ele, o
que está havendo é uma “greve branca”. No início da noite, policiais de quatro
batalhões haviam voltado ao trabalho.
Na quinta-feira, policiais
civis fazem assembleia para decidir se entram em greve.
(Com Agência
Brasil e Estadão Conteúdo)
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