Rodrigo
Janot informou ao TSE que três delatores da Odebrecht
prestaram informações que podem ser úteis no
processo de
cassação da
chapa Dilma-Temer
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Na iminência de os acordos de
delação premiada de executivos da Odebrecht se tornarem públicos, três
ex-executivos do conglomerado foram apontados pelo procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, como peças que podem deixar ainda mais clara a
atuação da chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer em irregularidades
nas eleições de 2014. Em ofício encaminhado ao ministro Herman Benjamin,
relator do processo que pode levar à cassação de Temer no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), Janot aponta que as delações do ex-diretor de Relações
Institucionais Alexandrino Alencar, amigo do ex-presidente Lula, do
ex-presidente da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Junior, responsável pela
ponte entre a empreiteira e políticos, e de Fernando Reis, ex-presidente da
Odebrecht Ambiental, tratam de episódios investigados pela Justiça Eleitoral no
processo em que Dilma e Temer respondem por abuso de poder político e econômico.
Por ora, o ministro Herman
determinou que sejam ouvidos o herdeiro do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht,
o ex-diretor de Relações Institucionais Claudio Melo Filho e o próprio
Alexandrino. Os três vão prestar depoimento, na condição de testemunhas, no dia
1º de março, Quarta-feira de Cinzas, em Curitiba. Pelo fato de as delações
deles ainda permanecerem em sigilo, as oitivas serão colhidas a portas fechadas
e permanecerão sob o selo de confidenciais. Herman Benjamin não arrolou como
testemunhas nem Benedicto nem Fernando.
Benedicto Barbosa da Silva Junior,
conhecido como BJ, e Fernando Reis faziam parte do Setor de Operações
Estruturadas, nome pomposo para o departamento de propinas da Odebrecht.
Segundo os investigadores, há indícios de que BJ era o elo entre a empresa e o
mundo político, o homem a ser “acionado” quando houvesse necessidade de
intermediação de autoridades públicas. “É possível verificar que Benedicto é
pessoa acionada por Marcelo para tratar de assuntos referentes ao meio
político, inclusive a obtenção de apoio financeiro”, diz inquérito da Polícia
Federal assinado pelo delegado Filipe Hille Pace.
“No curso das investigações
relacionadas ao Grupo Odebrecht, foi possível identificar outros executivos que
se encontravam proximamente vinculados ao presidente Marcelo Bahia Odebrecht, e
sob os quais pairam indícios de que tenham ativamente participado da
organização criminosa formada no âmbito daquele conglomerado empresarial para a
prática de ilícitos penais. Um deles é Benedicto Barbosa da Silva Junior”,
afirmou o Ministério Público ao pedir a prisão do executivo. Ele foi detido no
ano passado e depois liberado após expirar o prazo de sua prisão temporária.
Fernando Reis foi alvo de mandado de condução na fase batizada de Xepa, na
Lava-Jato, em março do ano passado.
As investigações da 26ª fase da
Lava Jato, batizada de Operação Xepa, escancaram o organizado sistema de
pagamento de propina instalado na Odebrecht. “Era uma estrutura profissional de
pagamento de propina dentro da Odebrecht e que não se limita a casos
esporádicos. Eram pagamentos sistemáticos”, resumiu, na deflagração da fase
ostensiva da operação, a procuradora Laura Gonçalves Tessler. Além de propinas
em empreendimentos ligados à Petrobras, há indícios de pagamento de propina
pela Odebrecht também nas áreas de óleo e gás, ambiental, infraestrutura e em
estádios de futebol, por exemplo.
Veja.com
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