Marcos
Herbas Camacho, o Marcola, apontado como
o chefe
máximo do PCC (Joedson Alves)
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Esta é a primeira vez desde os
ataques de 2006 que a promotoria consegue a punição disciplinar máxima para a
cúpula da facção criminosa
O Tribunal de Justiça de
São Paulo decidiu na última sexta-feira manter onze líderes do Primeiro
Comando da Capital (PCC), entre eles Marcos Herbas Camacho, o
Marcola, por um ano no chamado cárcere duro. Isso significa que eles
ficarão presos no regime disciplinar diferenciado (RDD), onde têm direito a
apenas duas horas diárias de banho de sol e duas visitas por semana, na
Penitenciária de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo, até fevereiro
de 2018. Esta é a primeira vez que o Ministério Público e a Polícia Civil do
Estado de São Paulo conseguem a punição disciplinar máxima à cúpula do PCC
desde 2006, quando houve uma série de atentados contra as forças policiais.
Em dezembro do ano passado, a
Justiça já havia determinado a transferência deles para o RDD por 60 dias —
esse prazo venceria nesta semana. Em 2014, Marcola também ficou no cárcere duro
por um mês após a descoberta de que o grupo criminoso planejada fugir do
presídio com dois helicópteros, um com as cores da Polícia Militar. Na ocasião,
o governo de São Paulo chegou a pedir a internação no RDD pelo
tempo máximo (360 dias), mas teve a solicitação negada pela Justiça.
Na decisão desta sexta-feira, a
Justiça levou em conta as provas levantadas na operação Ethos, que
denunciou e levou para atrás das grades o núcleo jurídico do PCC, formado
majoritariamente por advogados que, segundo a polícia, desempenhavam
diversas funções na facção, como pagar propina a agentes corruptos,
transmitir recados para fora da cadeia e cooptar representantes de ONGs dos
direitos humanos. Segundo os investigadores, algumas ações foram coordenadas de
dentro das penitenciárias pelos chefes do grupo.
“Para nós, isso foi uma vitória
depois de tantos anos tentando colocar o líder máximo do PCC no RDD”, disse o
promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que investiga a facção há anos.
O promotor também afirmou que
as autoridades estão preparadas caso ocorra alguma tentativa de
retaliação à decisão de manter os chefões na “tranca dura” — este foi um dos
motivos que levou o grupo criminoso a promover os ataques de 2006.
“A tensão sempre há. É preciso ter
atenção na hora em que a massa carcerária ficar sabendo da decisão. Mas nós não
vemos risco nenhum de desordem pública. Nosso serviço de inteligência está
preparado”, disse Gakiya.
O MP também conseguiu que Eric
Farias, o Eric Gordão, um dos líderes do PCC, fosse transferido para um
presídio federal. A promotoria o acusa de arquitetar junto com outros comparsas
um plano para matar policiais e agentes penitenciários, simulando latrocínios.
Os homens da facção teriam fotografado os alvos e até levantado os seus
endereços.
Veja.com
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