Manifestantes
erguem faixa de apoio ao juiz Sergio Moro
em ato pelo impeachment de Dilma na Avenida
Paulista
(Bruno Santos/VEJA.com)
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Protesto, agendado para 26 de
março, quer evitar esvaziamento da operação; ato também reivindicará direito de
andar armado e a aprovação de reformas
Os principais movimentos que
saíram às ruas em 2015 e 2016 para pedir o impeachment da
ex-presidente Dilma Rousseff (PT) marcaram uma nova manifestação para o dia 26
de março. A convocação começou a ser feita nesta segunda-feira pelos grupos Vem
pra Rua, Movimento Brasil Livre (MBL), Nas Ruas e Revoltados Online, entre
outros.
O mote agora é mostrar o
apoio incondicional à Operação Lava Jato e a
contrariedade ao que entendem como interferência política sobre a
investigação, como o desmonte da equipe da Polícia Federal, a
escolha de investigados para cargos estratégicos no Congresso e a indicação do
ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, pelo presidente Michel Temer para uma
vaga no Supremo Tribunal Federal. “Nosso mote será:
Brasil sem partido, pois não queremos um STF que se dobre às vontades deste ou
de qualquer outro governo, agindo com lentidão para salvar os que têm foro
privilegiado, utilizando-se dele para escapar da justiça”, diz texto
assinado por sete movimentos que integram o ato.
Na esteira da greve
da Polícia Militar no Espírito Santo, que gerou uma onda de insegurança
no Estado, os grupos também defenderão o direito de os cidadãos portarem
armas. “Voltamos às ruas. Desta vez, pelo fim do estatuto do desarmamento,
fim do foro privilegiado, pelo bom andamento da Lava Jato e pelas reformas
trabalhista e previdenciária — cortando privilégios e mamatas de políticos e do
Judiciário”, escreveu o MBL em sua página no Facebook.
A data foi decidida nesta
segunda-feira após os movimentos entrarem em um acordo. A ideia é
ocupar as principais avenidas das maiores cidades do país, como aconteceu
nos mega-protestos contra Dilma. Em São Paulo, o palco será novamente a Avenida
Paulista, com estrutura de carros de som, bandeirões e trios elétricos.
O último ato, realizado em 4 de
dezembro do ano passado, o primeiro na era Temer e também a favor da Lava Jato,
não conseguiu atrair tanta gente como na época do impeachment, mas reuniu
milhares de pessoas em pelo menos sete capitais — São Paulo,
Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza e Belém. Na
ocasião, predominou o clamor pela saída do então presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL).
A líder do movimento Nas Ruas,
Carla Zambelli, afirmou que a população está preocupada principalmente com o
cargo vago do Ministério da Justiça, que coordena a Polícia Federal, e com a
indicação de Moraes, que era filiado ao PSDB, ao STF. “Queremos passar o recado
de que o povo acordou e não vai dormir mais. Indicar uma pessoa com
partido desagradou muita gente. Agora, essa possível indicação de alguém
do PMDB para a pasta da Justiça gerou muita comoção nas redes. Vemos a possibilidade
de um desmonte da Lava Jato”, disse ela, que reiterou não ver “ainda” motivo
para pedir o impeachment de Temer. Nas últimas semanas, caciques do
PMDB, investigados na Operação, conseguiram cargos chaves no Congresso
para viabilizar projetos de seu interesse.
Reportagem
de VEJA desta semana mostram como próceres dos três poderes estão
se movimentando para abafar a Lava Jato, em Brasília, como a opção política
pelo nome de Moraes, o remanejamento de personagens centrais da
força-tarefa da Operação, a escolha do senador Edison Lobão (PMDB-MA) para a
presidência da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, e a recriação do
ministério da Secretaria de Governo que garantiu foro privilegiado a Moreira
Franco, um dos braços direitos de Temer citado na delação da Odebrecht. A
explicação dessas ações feitas à luz do dia seria justamente o
silêncio das ruas.
O presidente da República, Michel
Temer, fez
um pronunciamento hoje para aplacar as críticas, dizendo que
não há nenhuma ação de blindagem em curso e que afastará todos os ministros que
forem denunciados na Lava Jato.
Veja.com
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