Desocupação
acontece na manhã desta segunda-feira em nSilva Jardim.
(Fotos:
Otacilia Braga/Arquivo Pessoal/ Lucas Madureira
/Informe
Freelance)
|
Ocupação teve início em dezembro e
ocupantes afirmam que a terra é improdutiva.
O Batalhão de Choque da Polícia
Militar cumpre na manhã desta segunda-feira (6) a reintegração de posse da
Fazenda Santa Maria, em Silva
Jardim, no interior do Rio. Aproximadamente 180 famílias ocupam a terra
desde o dia 30 de dezembro de 2016. Segundo o representante dos ocupantes, a
operação é pacífica. Representantes da Comissão de Direitos Humanos da
Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro acompanham a ação.
As famílias estão indo para outra
área, dentro da mesma fazenda, onde cerca de 50 famílias moram há mais de 50
anos. A Defensoria Pública do Rio de Janeiro chegou a pedir à Justiça a
suspensão da reintegração de posse, segundo informações do próprio órgão.
De acordo com Oto dos Santos,
presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio de
Janeiro (Fetag) e que participa da ocupação, a terra é improdutiva.
"Na verdade, nós fizemos uma
extensão da ocupação. Já há famílias morando em uma parte da terra há mais de
50 anos. Essas outras famílias, desempregadas e sem-terra, entraram nesse
latifúndio improdutivo. Nós fomos no Incra, levantamos a papelada, e vimos que
o dono da terra só tinha documentação de 96 hectares. Os outros 300 hectares não
têm documentação. Essa fazenda tem uma quantidade de gado pequena, que não dá
para cumprir a função social", disse Oto, afirmando que a área é fruto de
grilagem.
"Eles pegaram um pedaço,
regularizaram e se utilizam da área toda. Quem tem até 4 módulos fiscais não
paga IPR. Eles se utilizaram dessa artimanha", pontua o representante.
No pedido protocolado à Justiça,
os defensores do Núcleo de Terra e Habitação (Nuth) da Defensoria Pública
argumentam que os autores do pedido de reintegração de posse não comprovaram
ser os donos de toda a área conhecida como Fazenda Santa Maria e que a liminar
concedida para autorizar a reintegração tampouco delimita a área da fazenda que
deve ser reintegrada aos requerentes.
O G1 entrou em contato com a assessoria de comunicação do
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) e aguarda mais detalhes
sobre a ordem judicial. A equipe de reportagem também tenta localizar o
possível dono da terra.
Do G1 Região dos Lagos
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