Presos de
facções rivais no presídio de Alcaçuz
17/01/2017 (Josemar Gonçalves/Reuters)
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Fora das celas, centenas de presos
do PCC e do Sindicato do Crime estão se hostilizando em espaço aberto; em,
vídeo, PM diz que ‘vai ter confronto aqui’
Detentos das facções criminosas
Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Sindicato do Crime do RN ameaçam entrar
em confronto campal na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Região
Metropolitana de Natal, que é palco de uma rebelião há três dias e foi palco de
um massacre de 26 presos no último sábado.
Um vídeo gravado (veja) na manhã
desta terça-feira e publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra um
policial falando sobre a possibilidade de enfrentamento entre os presos de
facções rivais. As imagens mostram barricadas entre o pavilhão 4, dominado pelo
Sindicato do Crime do RN, e o antigo pavilhão 5, hoje presídio Rogério Coutinho
Madruga, comandado pelo PCC.
O policial, que está posicionado
na guarita do presídio, descreve as cenas de tensão. “O negócio aqui está feio
demais. De vez em quando a gente atira para não ter um confronto. Porque se
tiver vai morrer gente demais. De um lado, tem 400 do Sindicato. Do outro, tem
600 do PCC”, diz o policial. Ele também afirma que há apenas dois agentes no
muro e viaturas fazendo ronda do lado de fora para evitar as fugas. “Vai ter
que ter o confronto aqui porque não tem condição de a gente segurar”, completa.
Os presos da penitenciária se
locomovem livremente pela penitenciária. Muitos deles se encontram em cima do
telhado e hasteiam bandeiras e fazem pichações com os símbolos das facções a
que pertencem. As grades das celas foram destruídas em um rebelião ocorrida em
março de 2015 e, desde então, eles ficam soltos dentro do presídio.
No último sábado, 26 detentos
foram mortos por integrantes do PCC. O governador do Rio Grande do Norte,
Robinson Faria (PSD), classificou a ação como uma retaliação ao massacre
ocorrido no Complexo Prisional Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, no primeiro
dia do ano, quando 56 presos, entre membros do PCC e estupradores, foram
brutalmente assassinados pela Família do Norte (FDN). A FDN e o Sindicato do
Crime são aliadas do Comando Vermelho, que desde meados do ano passado está em
guerra com o PCC na disputa pelo monopólio do tráfico de drogas e dos
presídios.
O governador também disse que a polícia ainda não invadiu a penitenciária para evitar um novo Carandiru, referindo-se ao maior massacre da história do sistema penitenciário brasileiro, quando 111 presos foram mortos pela Polícia Militar de São Paulo em 1992. “O que podemos fazer? Entrar lá e matar os presos?”, questionou Faria.
Veja.com
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