Presidente afastada da Coreia
do Sul foi visitada por 'médicos das sombas' que injetaram extrato de placenta
humana em seu corpo, segundo investigação.
A presidente afastada da Coreia do
Sul foi visitada por "médicos das sombas" que injetaram extrato de
placenta humana em seu corpo, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira
(14) em uma investigação parlamentar sobre um grande escândalo de corrupção.
As audiências parlamentares, que
já duram dois meses, buscam esclarecer em profundidade o escândalo de corrupção
que provocou grandes protestos nacionais e que levou os legisladores a votar
pela destituição da presidente Park Geun-Hye na sexta-feira passada.
Park é acusada de ter se deixado
influenciar por sua amiga e confidente, Choi Soo-sil, que, por sua vez,
utilizou supostamente seus vínculos com a presidente para se enriquecer.
O escândalo levantou dúvidas sobre
até que ponto a amiga influenciou a vida pessoal da presidente, depois que foi
divulgado que Park procurou tratamentos de médicos que não faziam parte de sua
equipe de saúde oficial, mas que tinham ligação com Choi.
Os dois médicos - que trataram
Choi por anos - testemunharam que visitaram Park em sua residência várias
vezes, frequentemente sem a presença ou o conhecimento da equipe médica
presidencial.
Um deles disse ter dado a Park uma
série de injeções contendo extratos de placenta humana e vitaminas, amplamente
utilizados como um tratamento anti-envelhecimento ou para desintoxicação na
Coreia do Sul.
Mais tarde ele se tornou membro da
equipe médica presidencial.
O outro médico, que administra uma
clínica de cirurgia plástica no distrito Gangnam de Seul, testemunhou ter visitado
Park várias vezes desde 2013 para lidar com seus "problemas de pele".
Ele, no entanto, negou ter
realizado procedimentos cosméticos em Park, enquanto os legisladores o
pressionaram mostrando fotos de pequenos machucados no rosto da presidente que,
segundo ele, possivelmente eram vestígios de agulhas para preenchimento de
rugas.
Um ex-chefe da equipe médica
presidencial disse a uma emissora de televisão ter recusado um pedido de Park
para injetar extrato de placenta humana devido a dúvidas sobre seus benefícios
médicos, antes de ser demitido em 2014.
"Eu ouvi rumores de que
alguns (médicos) estavam visitando a Casa Azul presidencial à noite... mas não
levei isso a sério naquela época", disse aos legisladores nesta
quarta-feira.
Os detalhes das condições de saúde
da presidente são segredos de Estado.
"É um problema muito grave o
fato de médicos que não foram nomeados como parte da equipe médica oficial
terem entrado na Casa Azul (presidencial) e tido acesso físico à
presidente", disse um legislador, descrevendo-os como "médicos das
sombras".
Outro legislador lembrou que os
dois médicos passavam por inspeções de segurança mínimas quando visitavam Park
regularmente.
"Nossa chefe de Estado foi
deixada completamente vulnerável... depois que o protocolo de segurança
presidencial oficial foi arruinado por seu relacionamento privado", disse.
Choi, filha de uma misteriosa
figura religiosa, Choi-Tae-Min, chefe autoproclamado da Igreja da Vida Eterna,
teria exercido uma enorme influência sobre Park, de sua forma de se vestir à
nomeação de funcionários de alto escalão.
Atualmente, Choi aguarda
julgamento por acusações de fraude e abuso de poder.
Por France Presse
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