Apesar de país estar suspenso,
venezuelanos planejam enviar sua ministra das Relações Exteriores ao encontro.
Os chanceleres do Mercosul se
reunirão nesta quarta-feira (14) em Buenos Aires, na Argentina, para a 11ª
Reunião Extraordinária do Conselho do bloco, em meio a fortes tensões com a
Venezuela, que, apesar de estar suspensa, planeja enviar sua ministra das
Relações Exteriores ao encontro.
Para a reunião estão convidados o
representantes de Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina, que definirão as
linhas de ação do Mercosul para o primeiro semestre do ano que vem.
Esta será a primeira cúpula
ministerial depois que, no dia 2 de dezembro, a Venezuela foi comunicada de seu
afastamento do bloco por descumprir o Protocolo de Adesão, apesar de estar
exercendo a presidência rotativa naquele momento.
Dadas as tensões, neste ano não
haverá a tradicional cúpula de presidentes, que normalmente faz parte do
programa de trabalho do Mercosul para dezembro.
A Venezuela, por sua vez, garante
que esse afastamento é ilegal, já que, segundo o governo liderado por Nicolás
Maduro, o país incorporou 1.479 normas do Mercosul à sua legislação interna, o
que equivale a 95% das leis que os Estados devem cumprir para aderirem ao
bloco.
Por isso, a expectativa é que
Delcy Rodríguez, ministra das Relações Exteriores da Venezuela, viaje a Buenos
Aires e tente comparecer à reunião, apesar das negativas de outros países.
"Ela (Rodríguez) não está
convidada. O governo venezuelano não está convidado", afirmou
taxativamente na terça-feira o chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, em
entrevista em Assunção.
Loizaga garantiu, além disso, que
seu país não aceitará a entrada da representante venezuelana. No entanto outros
países, como o Uruguai, não mostraram uma posição tão firme sobre a exclusão da
Venezuela.
Paralelamente, em Buenos Aires, o
coordenador nacional da Venezuela no Mercosul, Héctor Constant, chamou de
"golpe à institucionalidade" a impossibilidade de o país participar
da reunião e advertiu que qualquer decisão tomada no encontro de ministros será
"nula".
Constant se pronunciou hoje na
porta da chancelaria argentina, depois de ter sido impedido de entrar em uma
reunião dos coordenadores nacionais do Grupo do Mercado Comum (GMC), algo que
já tinha ocorrido ontem, quando também não pôde participar de um encontro da
equipe técnica do bloco.
Uma possibilidade a ser
considerada é a da chanceler venezuelana ser recebida somente por sua homóloga
argentina, Susana Malcorra.
A Venezuela exerceu neste semestre
a presidência temporária do bloco, que será assumida pela Argentina a partir de
1º de janeiro, mesmo sem que haja a cúpula de presidentes para a transferência.
A presidência rotativa e a
situação da Venezuela ocuparão boa parte da agenda dos chanceleres, segundo
fontes do governo argentino, embora o bloco também tenha pendentes outros
assuntos - como o andamento das negociações para fechar um tratado de
livre-comércio com a União Europeia -, cuja discussão dependerá de como
transcorrerá a reunião.
Por Agencia EFE
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