Marinha encerra buscas por piloto e caça desaparecidos há 88 dias no RJ | Rio das Ostras Jornal

Marinha encerra buscas por piloto e caça desaparecidos há 88 dias no RJ

Aeronave da Marinha caiu há um mês no mar
de Saquarema (Foto: Rebeca Nascimento/G1)
Queda aconteceu durante um treinamento padrão em Saquarema. Capitão de Corveta Igor Simões teve identidade divulgada na sexta (21).
A Marinha do Brasil informou na noite desta sexta-feira (21) que encerrou as buscas ao piloto Capitão de Corveta Igor Simões Bastos e ao caça que caíram no mar de Saquarema, na Região dos Lagos do Rio, há 88 dias em um acidente aéreo. A queda aconteceu durante um treinamento padrão de ataque a alvos de superfície a 44 km da costa. O nome do oficial foi divulgado pela primeira vez.
"As equipes de salvamento realizaram, nesse período, varredura ao longo da área marítima e trechos de praia situados nas imediações do acidente, inclusive com o emprego de mergulhadores da Marinha do Brasil, porém, lamentavelmente, o piloto e a aeronave não foram encontrados", informou a nota enviada à imprensa.
Dois caças da Marinha do Brasil participavam do treinamento no dia 26 de julho. Durante o voo de afastamento do navio, que era alvo no treinamento, houve a colisão entre as aeronaves e a queda de uma delas no mar. Imediatamente após o acidente, aeronaves e navios foram para o local e deram início às buscas.
A Marinha informou que, desde o acidente, vem prestando todo o apoio necessário à família do piloto desaparecido.
A corporação ainda listou os meios utilizados como apoio às buscas durante os quase três meses: aeronaves da Marinha, do Exército Brasileiro, da Força Aérea Brasileira e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro; navios da própria Marinha, subordinados à Esquadra, ao Comando do 1º Distrito Naval e à Diretoria de Hidrografia e Navegação; e navios contratados pela empresa Petrobras.
A nota da Marinha do Brasil disse ainda que "o Inquérito Policial Militar (IPM), instaurado em 27 de julho, apura as circunstâncias do acidente e a Comissão de Investigação de Acidentes Aeronáuticos (ComInvAAer), estabelecida no dia 26 de julho, deve identificar os fatores que contribuíram para o acidente, visando prevenir novas ocorrências".
Sobre o piloto e a aeronave
Segundo a Marinha, o Capitão de Corveta Igor Simões Bastos era instrutor e tinha experiência com missões de ataques a alvos de superfície, a mesma do treinamento praticado durante o acidente. Cada piloto militar passa por uma formação específica durante três anos para pilotar caças. O último ano da formação é feito com a Força Aérea dos Estados Unidos.
A aeronave que caiu no mar é do modelo AF-1 Skyhawk: um caça projetado em 1950, construído em 1979 e comprado pelo Brasil do Kuwait após a Guerra do Golfo. A Marinha do Brasil possui 23 exemplares do Skyhawk da versão A-4KU. O processo de modernização inclui 12 delas. Apenas duas já estavam com o processo de modernização concluído: as duas envolvidas no acidente.
Da aeronave AF-1 Skyhawk foram encontrados dois pneus do trem de pouso do caça. Eles foram localizados nas praias de Monte Alto, em Arraial do Cabo, e do Peró, em Cabo Frio, nos dias 28 e 30 de julho. Os locais onde as peças apareceram ampliaram as buscas da corporação, antes focadas no litoral de Saquarema.
Segundo o Capitão de Mar e Guerra Fonseca Júnior, todo o equipamento da aeronave estava funcionando perfeitamente, até mesmo os dois localizadores que estavam na cadeira e no colete do piloto.
Ejeção
O piloto que voltou não conseguiu ver se o colega ejetou antes da queda da aeronave. O caça, que era visto nos radares, sumiu no ponto da queda. Ele não tinha equipamento GPS (Sistema de Posicionamento Global), apenas dois equipamentos de localização pessoal do piloto, que não tiveram sinal detectado.
Piloto do outro caça
A Marinha informou que o piloto do segundo caça, que voltou para a base, foi "submetido a exames de saúde regulamentares" e aguardava um parecer para a realização de novos voos.
Pelos olhos dele, o caça desaparecido foi visto entrando "de barriga na água", como contou o Capitão de Mar e Guerra Fonseca Júnior, Chefe de Estado Maior do Comando da Força Aeronaval, em entrevista ao G1.
Suposições

O ex-militar da Marinha Alexandre Galante chegou a levantar a ideia de que o caça poderia ter se desintegrado ao se chocar contra a água, dificultando a localização das partes da aeronave. Alexandre é consultor em assuntos militares, defesa e acidentes aéreos. Ele, que também é piloto virtual (pilota simuladores), conversou com o G1 por telefone diretamente do Texas, no Estados Unidos, onde mora atualmente.
Do G1 Região dos Lagos

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