O
ex-ministro Paulo Bernardo e a senadora Gleisi Hoffman, que viraram
réus na
Operação Lava Jato
(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil;
Jefferson Rudy/Agência Senado)
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Casal é acusado de pedir e receber
R$ 1 milhão desviados da Petrobras. Defesa nega repasse e aponta divergências entre delações premiadas.
A Segunda Turma do Supremo
Tribunal Federal (STF), composta por cinco ministros, aceitou por
unanimidade nesta terça-feira (27) denúncia apresentada pela Procuradoria Geral
da República (PGR) contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o marido dela, o
ex-ministro Paulo Bernardo, na Operação Lava Jato.
O STF também aceitou a denúncia
contra o empresário Ernesto Kugler Rodrigues, ligado ao casal. Com isso, os
três passam à condição de réus no processo. Eles são acusados pelos crimes de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Como o processo não foi
desmembrado, todos os três responderão ao processo no Supremo.
Gleisi é a primeira senadora a se
tornar ré na Lava Jato. Após a decisão, ela disse que adenúncia
se baseia em delações contraditórias.
O relator da Lava Jato no STF,
ministro Teori
Zavascki, foi o primeiro a votar pelo recebimento da denúncia. Ele foi
acompanhado pelos ministros Dias Toffoli,Celso de Mello, Ricardo
Lewandowski eGilmar
Mendes.
Com a denúncia aceita pelo STF,
inicia-se a fase de coleta de provas e depoimentos de testemunhas de defesa e
acusação.
Segundo a acusação, os três,
"agindo de modo livre, consciente e voluntário”, pediram e receberam R$ 1
milhão desviados do esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
O dinheiro teria sido direcionado
para campanha eleitoral de Gleisi em quatro parcelas de R$ 250 mil.
O repasse teria sido realizado,
segundo a PGR, através de empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef
contratadas pela Petrobras a
firmas de Rodrigues.
Ainda segundo a PGR, os recursos
foram liberados pelo ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto
Costa, cujo objetivo seria obter apoio político de Gleisi
Hoffmann e Paulo Bernardo para se manter no cargo.
Defesas
Na sessão, o advogado de Gleisi, Rodrigo Mudrovitch, negou os crimes e apontou supostas divergências entre as declarações de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef nas delações premiadas, especialmente em relação ao modo como o dinheiro teria sido repassado.
Na sessão, o advogado de Gleisi, Rodrigo Mudrovitch, negou os crimes e apontou supostas divergências entre as declarações de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef nas delações premiadas, especialmente em relação ao modo como o dinheiro teria sido repassado.
“O colaborador premiado não só fala algo
discrepante do que outro colaborador diz, mas também se dá ao luxo de mudar de
ideia. E pode mudar de ideia novamente ao longo do processo”, disse o advogado.
Defensora de Paulo Bernardo,
Verônica Sterman também rebateu a acusação, alegando que não teria sido provada
interferência de Paulo Bernardo para manter Paulo Roberto no cargo de diretor
na Petrobras.
“Os dois colaboradores negam terem
recebido qualquer solicitação. Se Paulo Bernardo não falou nem com um nem com
outro, como pode a PGR tê-lo denunciado por corrupção?”, disse a advogada na
tribuna.
Em nome de Rodrigues, o advogado
José Carlos Garcia negou participação do empresário nos crimes. “Não há
descrição de participação do fato do autor. Não traz uma linha no sentido de
dizer que interferiu no recebimento de propinas na Petrobras”, afirmou.
Do G1, em Brasília
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