Praça do
Relógio da USP. (Foto: Arquivo/G1)
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Em reunião nesta terça, Conselho
Universitário aprovou nova divisão de vagas. Em 2017, 8.734 vagas serão
oferecidas pela Fuvest e 2.338, pelo Sisu.
Um ano após aderir parcialmente ao
Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a Universidade de São Paulo (USP) decidiu
continuar no programa, com um aumento de 57% na participação. Na noite desta
terça-feira (12), o Conselho Universitário (CO) aprovou a destinação de 2.338
vagas na graduação em 2017 para o Sisu, que usa a nota do Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem) para selecionar os candidatos e candidatas. A quantidade
equivale a 21,1% do total de vagas do vestibular de 2017 (11.072). De acordo
com a divisão aprovada nesta terça, 8.734 vagas ainda estarão em disputa na
Fuvest.
A nova divisão representa um
aumento de 849 vagas destinadas ao Sisu em relação ao primeiro ano de adesão.
Entre as unidades que decidiram participar pela primeira vez do sistema estão a
Escola Politécnica (Poli), a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e a
Faculdade de Economia e Administração (FEA), todas na Cidade Universitária, na
Zona Oeste da Capital.
Em um ano, a participação do Sisu
na seleção de calouros de graduação da USP vai crescer de 13,4% para 21,1% do
total de vagas da instituição.
O número de cursos que aderiram
parcialmente ao sistema do MEC subiu de 85 para 121. Apenas três das 42
unidades da USP seguem sem aderir ao Sisu: a Escola de Engenharia de São Carlos
(EESC), a Faculdade de Medicina (FM) e Instituto de Física (IF).
Das 2.171 vagas da USP no Sisu
2017, 597 serão para a ampla concorrência; 1.155 para estudantes que tenham
cursado o ensino médio integralmente em escolas públicas; e 586 para alunos
oriundos de escolas públicas e autodeclarados pretos, pardos e indígenas (PPI).
Vagas ociosas
A proposta de usar tanto a Fuvest
quanto o Sisu na seleção de novos alunos foi aprovada no CO por 78 votos a
favor e 9 abstenções. Já a tabela de vagas que cada faculdade, escola ou
instituto da USP destinará às duas modalidades de seleção foi aprovada por 76
votos a favor, um voto contra e 11 abstenções.
A reunião, porém, discutiu as
críticas feitas ao primeiro ano de uso do sistema, entre elas o alto índice de
vagas remanescentes.
No primeiro ano da USP no Sisu,
45% das vagas deixaram de ser preenchidas , segundo dados da própria
instituição, e em 11 cursos, nenhum candidato atingiu nota suficiente para ser
selecionado . Durante a reunião do CO, o pró-reitor de Graduação, Antonio
Carlos Hernandes, atribuiu o problema ao número de chamadas de candidatos
aprovados. "O maior problema que tivemos foi o número de chamadas, porque
foram feitas só quatro chamadas", afirmou ele durante a reunião, que foi
transmitida em tempo real pela internet.
Segundo ele, essa falha será
corrigida no edital de adesão ao Sisu 2017, que será definido pela Pró-Reitoria
de Graduação e não passará pela aprovação final do CO.
Cotas e divisões
Outra crítica ao projeto da USP de
aderir parcialmente ao Sisu, dando a cada unidade a autonomia para decidir se
participa ou não, é um fenômeno de divisão entre os cursos. Faculdades com
maior concorrência, como a Faculdade de Medicina, mais uma vez deixarão de
aceitar calouros com base na nota do Enem, embora o número de cursos de fora do
Sisu tenha caído de 59 para 23.
O reitor da USP, Marco Antonio
Zago, rebateu as críticas sobre a adesão ao Sisu em um formato que permita a
cada unidade escolher se participa ou não. "Tivéssemos nós adotado esta
posição ano passado, eu não tenho dúvida nenhuma de que não teríamos adotado a
adesão ao Sisu. E se [a adesão] foi tímida no ano passado, não será tão tímida
neste ano", afirmou ele.
Zago também negou que a USP seja
racista por não ter uma política de ação afirmativa que inclua todos os cursos.
"Nós tratamos sim de uma universidade conservadora e elitista, eu
concordo. Não concordo que ela seja racista como instituição. Pode abrigar
racistas, mas, como instituição, não é. Agora, ela é elitista e conservadora,
como, aliás, são todas as grandes universidades do mundo", disse o reitor,
durante a reunião.
Entre os cursos de humanidades
está o maior índice de participação no Sisu: 1.100 das 3.654 vagas serão
definidas por meio do sistema do governo federal, ou 30,1% do total. Entre os
cursos de ciências exatas, a participação vai ser de 18,9% do total de vagas.
Já entre as ciências biológicas, o índice de adesão ao Sisu representa 22,8%
das vagas.
Plano de demissão voluntária
Também nesta terça, o CO da USP
aprovou um novo plano de demissão voluntária para servidores técnicos e
administrativos. O plano deve usar os recursos do primeiro programa semelhante
realizado na gestão atual da Reitoria, no valor de até R$ 118 milhões.
Do G1, em São Paulo
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