Atirador de
Dallas foi identificado como Micah Johnson
(Foto: Reprodução)
|
Suspeito foi morto após cerco da
polícia; ele atacou agentes durante protesto que criticava violência policial
contra negros.
Um atirador que matou policiais
durante um protesto em Dallas, no Texas, disse à polícia que estava irritado com policiais
assassinando negros e que queria matar pessoas brancas, especialmente agentes
de segurança.
O protesto era realizado
exatamente para criticar a violência policial contra negros após dois homens
serem mortos nesta semana, em incidentes ocorridos em duas outras cidades do
país.
Segundo o chefe de polícia, David
Brown, o homem afirmou que estava agindo sozinho e que não era ligado a nenhum
grupo. Ele acabou sendo morto após um cerco policial - a imprensa americana o
identificou como Micah Johnson, de 25 anos.
Cinco agentes foram mortos e sete
feridos por franco-atiradores durante o protesto da noite desta quinta, que até
então era pacífico.
A manifestação ocorreu após a
polícia americana matar Philando Catile e Alton Sterling, ambos negros.
Filmadas e postadas online, as duas mortes provocaram comoção e protestos pelo
país.
Três suspeitos de atirar contra os
policiais estão detidos.
Tiros
Os disparos começaram por volta das 20h45 do horário local (22h45 no horário de Brasília) enquanto manifestantes protestavam pela cidade.
Os disparos começaram por volta das 20h45 do horário local (22h45 no horário de Brasília) enquanto manifestantes protestavam pela cidade.
A polícia disse que ocorreu uma
emboscada cuidadosamente preparada e executada.
Em entrevista dada mais cedo, o
chefe de polícia havia dito acreditar que os suspeitos haviam trabalhado
juntos, usando rifles para fazer o ataque quando o protesto estava chegando ao
fim.
Dois franco-atiradores dispararam
do alto e atingiram os agentes pelas costas, disse ele.
"Acreditamos que esses
suspeitos estavam posicionados de forma a ter um bom ângulo desses policiais de
duas posições elevadas diferentes... e planejavam ferir e matar quantos fossem
possíveis", disse Brown.
Após os primeiros tiros, os
policiais cercaram um edifício-garagem perto da universidade El Centro, onde se
deu um cerco e um confronto.
O chefe de polícia disse que um
atirador disse ao negociador da polícia que estava "irritado por causa do
Black Lives Matter (movimento de protesto), ele disse que estava irritado com
os assassinatos feitos por policiais. O suspeito disse que estava irritado com
os brancos. Ele disse que queria matar brancos, principalmente policiais
brancos."
Brown afirmou ainda que o suspeito
foi morto pela polícia com explosivos colocados por um robô no local em que ele
estava.
O presidente Barack Obama, que
está em viagem oficial na Polônia, descreveu o incidente como um "ataque
cruel, calculado e infame contra as forças que garantem a manutenção da
ordem".
O ataque em Dallas foi o que mais
matou policiais desde o 11 de Setembro, em 2001.
O prefeito da cidade, Mike
Rawlings, disse que dois civis, um homem e uma mulher, também foram feridos
pelos atiradores.
Ele afirmou à rede de TV americana
NBC que os suspeitos detidos não estavam cooperando, se mantendo de "boca
fechada".
Já Obama disse que "todos os
envolvidos nesses assassinatos sem sentido serão responsabilizados".
Segundo ele, os incidentes eram uma "dura lembrança" dos sacrifícios
feitos por agentes de segurança.
Além disso, voltou a criticar a
facilidade de acesso a armas nos EUA, dizendo que "quando as pessoas
possuem armas tão poderosas, ataques como este se tornam mais mortais e mais
trágicos".
Mortes
Várias cidades tiveram protestos contra o que apontam como racismo por parte das forças policiais do país após as mortes de Philando Catile e Alton Sterling, uma em St Paul, Minnesota, outra em Baton Rouge, Louisiana.
Várias cidades tiveram protestos contra o que apontam como racismo por parte das forças policiais do país após as mortes de Philando Catile e Alton Sterling, uma em St Paul, Minnesota, outra em Baton Rouge, Louisiana.
Na quarta-feira, Philando Castile
foi morto depois de ser parado por policiais enquanto dirigia. Já Alton
Sterling foi morto por agentes em um estacionamento.
As duas mortes foram filmadas -
uma delas transmitida ao vivo pelo Facebook - e geraram revolta pelo país.
Sterling e Castile foram a 122ª e
123ª vítimas negras da polícia neste ano, de acordo com o jornal americano
Washington Post.
Negros representam 24% do total de
vítimas da polícia, mas são apenas 13% da população do país.
Dados do projeto "Mapping
Police Violence" (Mapeando a violência policial, em tradução literal),
mostram que a probabilidade de negros serem mortos pela polícia nos EUA é três
vezes maior que a de brancos.
Relatório do site mostra ainda
que, em 97% dos casos de 2015, nenhum policial foi indiciado pelas mortes.
Atirador de Dallas foi
identificado como Micah Johnson (Foto: Reprodução)
Da BBC
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!