Deputado Milton Rangel pede que
Alerj solicite convocação imediata das Forças de Segurança Nacional para
reforço
A incapacidade das forças de
segurança estaduais para conter a explosão da violência, que tem deixado em
pânico toda a sociedade fluminense e ameaça a Olimpíada, fez ressurgir os
apelos pela intervenção federal no Estado. Nesta terça-feira, o deputado
estadual Milton Rangel (DEM) apresentou uma indicação na Alerj, sugerindo à
Casa que solicite a convocação imediata das Forças de Segurança Nacional para
reforçar o policiamento. “Não podemos mais aguardar o início das Olimpíadas”,
afirmou Rangel. Segundo ele, além de a população viver como refém do crime,
“várias delegações estrangeiras já estão chegando para adaptação e treinamento,
sem a devida proteção”, citando o assalto sofrido pela velejadora paralímpica
australiana, Liesl Tesch, no Flamengo.
Até quem não vive no Rio defende a
intervenção federal. O advogado Carlos Alexandre Klomfahs, de 36 anos, que mora
em São Paulo, encaminhou documento à Procuradoria-Geral da República (PGR)
pedindo que o órgão solicite ao Supremo Tribunal Federal (STF) a medida. Para
ele, a crise financeira e a falta de dinheiro para manter um policiamento
adequado, às vésperas da Olimpíada, justificam a intervenção.
“Como é público e notório, o Rio passa por
grave crise institucional e financeira. Isso tem causado diminuição na
destinação de verbas à segurança pública do Estado”, ressaltou Klomfahs. Ele
também cita as reiteradas queixas da Associação dos Policiais Civis do Rio,
sobre as péssimas condições de recursos humanos e materiais, bem como a morte
de mais de 51 policiais desde o início de 2016. Para ele, esses fatos “revelam
o perigo potencial a que estão sujeitos os mais de um milhão de turistas, bem
como a população da cidade do Rio de Janeiro”.
Para ser implementada, a
intervenção tem que passar por três etapas: o pedido ser aceito pela PGR,
depois pelo STF e, por fim, caso passe pelas duas etapas anteriores, o pedido
será submetido ao presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), que poderá
aceitá-lo ou não.
O cientista político e professor
da UFRJ, Paulo Baía, apoia o movimento. “As forças de segurança pública, civil
e militar, estão no limite da legalidade. Temo por um motim. O governo federal
deve agir rapidamente”, disse.
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