Enfermeiros
cuidam de um paciente terminal,
em
Oberhausbergen, no dia 18 de dezembro de 2014
|
O Parlamento francês autorizou
nesta terça-feira o adormecimento de doentes terminais, o primeiro passo para
uma maior consideração dos desejos dos pacientes terminais, evitando reabrir o
debate sobre a eutanásia.
Em um clima extraordinariamente
consensual, os senadores, assim como os deputados antes deles, votaram quase
por unanimidade um projeto de lei que autoriza o uso de "sedação profunda
e contínua" até a morte para alguns doentes terminais que o solicitem.
Esta votação sela, após um ano de
difícil jornada, a aprovação definitiva desse texto para marcar "um passo
histórico", disse a ministra da Saúde, Marisol Touraine.
Fruto do trabalho de dois
deputados, o texto tinha sido aprovado por uma esmagadora maioria da Assembleia
Nacional em março de 2015, antes de ser enviado para o Senado três meses
depois.
Depois de idas e vindas entre as
duas câmaras, um acordo sobre uma versão comum foi finalmente encontrado 19 de
janeiro.
A nova lei é uma promessa de
campanha do presidente socialista François Hollande.
Antes de entrar no Eliseu, em
2012, o chefe de Estado prometeu uma "assistência médica para morrer com
dignidade". Ele defendeu a necessidade de um "consenso" para
melhorar a legislação em vigor desde 2005.
De acordo com uma pesquisa feita
ano passado, a possibilidade de sedação até a morte quando o paciente decide é
plebiscitada por 96% dos franceses.
A eutanásia só é oficialmente
legal na Europa em três países (Holanda, Bélgica, Luxemburgo), mas outros
autorizam ou toleram uma forma de ajuda à morte, especialmente a Suíça, que
legalizou o suicídio assistido.
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