Polícia
Federal cumpre mandado de busca e apreensão
na casa de pecuarista em Campo Grande
(Foto:
Marcos Ribeiro/ TV Morena)
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Além da prisão de José Carlos
Bumlai, operação Passe Livre cumpre 25 mandados de busca e apreensão e 6 de
condução coercitiva
A Polícia Federal prendeu nesta
terça-feira (24) , em um hotel de Brasília, o pecuarista José Carlos Bumlai, na
21ª fase da Operação Lava Jato. A prisão é preventiva, que não tem data para
vencer. Ele será levado para a Superintendência da PF, em Curitiba.
Bumlai deporia nesta terça na CPI do BNDES, na Câmara, que investiga
operações envolvendo o banco, por isso viajou a Brasília. Ele havia sido convocado
para prestar esclarecimentos sobre suspeitas de tráfico de influência e
favorecimento em contratos firmados pelo BNDES.
O advogado Arnaldo Malheiros
Filho, que defende o empresário e pecuarista, disse que a prisão do cliente foi
uma surpresa, porque Bumlai estava em Brasília para atender convocação da CPI
do BNDES. A defesa afirmou que ainda está se inteirando dos fatos que motivaram
a prisão.
Além de prender Bumlai, a PF fez
buscas no quarto dele, à procura de provas como documentos e computadores. Dois
filhos dele são alvo de condução coercitiva, quando a pessoa é convocada a
depor e depois é liberada. Também foram realizadas buscas na casa de Bumlai, em
Campo Grande (MS).
A PF cumpre, desde a madrugada
desta terça, a 21ª fase da Lava Jato, batizada de Operação Passe Livre. Ao
todo, foram expedidos 25 mandados judiciais, sendo um de prisão preventiva (a
de Bumlai), além de 25 mandados de busca e apreensão e outros quatro de
condução coercitiva. A ação é realizada em São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
Pecuarista do Mato Grosso do Sul e
empresário do setor sucroalcooleiro, Bumlai tinha acesso ao gabinete de Lula
durante os oito anos em que o petista comandou o Palácio do Planalto. Os dois
se conheceram em 2002, apresentados pelo ex-governador sul-matogrossense Zeca
do PT, e estreitaram a relação nos anos seguintes.
Um dos delatores da Operação Lava
Jato, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, afirmou em
depoimento ao Ministério Público Federal que repassou R$ 2 milhões a Bumlai
referente a uma comissão a que o pecuarista teria direito por supostamente
pedir a intermediação de Lula em uma negociação para um contrato e que Bumlai
afirmou a ele que o dinheiro seria usado para pagar uma dívida imobiliária de
uma nora de Lula.
Em entrevista ao jornal "O
Estado de S.Paulo" publicada em 25/10, Bumlai afirmou que não repassou R$
2 milhões para a nora do ex-presidente Lula, desmentindo Fernando Baiano.
Empresário José Carlos Bumlai (Foto: Gabriela
Biló/ Estadão Conteúdo)
Empresário José Carlos Bumlai
(Foto: Gabriela Biló/ Estadão Conteúdo)
Na entrevista, Bumlai disse que
não é tão próximo de Lula como é noticiado. Mas o pecuarista confirmou que
levou um empresário do setor de petróleo para uma audiência com o ex-presidente
em 2011 a pedido de Fernando Baiano.
'Passe
livre'
As investigações concentradas na
atual fase da Lava Jato partem da apuração das circunstâncias de contratação de
um navio sonda pela Petrobras com indícios concretos de fraude no procedimento
licitatório, segundo a PF.
Entre os crimes investigados na
atual fase estão fraudes a licitação, falsidade ideológica, falsificação de
documentos, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e lavagem de
dinheiro, entre outros.
De acordo com a PF, complexas
medidas de engenharia financeira foram utilizadas pelos investigados para
ocultar a real destinação de valores indevidos pagos a agentes públicos e
diretores da estatal.
Além de Brasília e Campo Grande,
os mandados são para a capital paulista, Lins e Piracicaba, também em São
Paulo, Rio de Janeiro, Campo Grande e Dourados, no Mato Grosso do Sul.
20ª fase
A 20ª fase da Operação Lava Jato
cumpriu 18 mandados judiciais e prendeu o ex-gerente executivo da Petrobras
Roberto Gonçalves e Nelson Martins Ribeiro, apontado como operador financeiro.
O objetivo desta etapa, conforme o
Ministério Público Federal (MPF) e a PF foi buscar provas documentais sobre
crimes cometidos dentro da petrolífera. Os dois presos são suspeitos de
participação no esquema criminoso de fraude, corrupção e desvio de dinheiro.
Eles são investigados por receber
valores indevidos de representantes de empresas com contratos relacionados às
refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Pasadena, nos Estados Unidos, segundo
a PF.
Ambos tiveram um mandado de prisão
temporária expedido. Após o término do prazo, no dia 20 de novembro, a Justiça
pediu a prorrogação por mais cinco dias. O prazo vence nesta quarta-feira (25).
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