![]() |
Marcelino Ministro
Ricardo Berzoini, da Secretaria
de Governo,
em Brasília (REUTERS/Ueslei)
|
O ministro da Secretaria de
Governo, Ricardo Berzoini, confirmou nesta segunda-feira que o governo ainda
não tem uma definição sobre o tamanho do déficit que deverá ser apresentado
para 2015 e disse que a equipe econômica ainda trabalha para chegar a um número.
“Essa questão deve seguir com a
equipe econômica, dialogando com o Tribunal de Contas (da União) e também
buscando consolidar as expectativas macroeconômicas, expectativas de
arrecadação para este ano e para o ano que vem, para que a gente possa definir
esse número e apresentá-lo ao país”, disse Berzoini em entrevista depois da
reunião de coordenação política esta manhã no Palácio do Planalto.
“Nós não tratamos disso (na
reunião) porque não há ainda definição por parte da equipe econômica que possa
ser apresentada à coordenação política do governo. Tratamos disso em outras
reuniões da semana passada”, explicou.
Na semana passada, o ministro da
Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou que apenas o déficit com a frustração de
arrecadação seria de aproximadamente 50 bilhões de reais. No entanto, ainda na
noite de quinta-feira, o Palácio do Planalto divulgou a informação de que o TCU
teria sinalizado que não aceitaria o parcelamento das chamadas pedaladas
fiscais, e o déficit poderia ser de pelo menos 70 bilhões de reais.
Nesta segunda-feira, durante
evento em São Paulo, Wagner afirmou que o tamanho do déficit primário deste ano
ainda não está fechando, porque é preciso levar em consideração outras
variáveis, como equalização de juros.
O anúncio, previsto inicialmente
para sexta-feira, foi mais uma vez adiado, mas o governo deve finalizar o
número ainda esta semana. Está prevista para a próxima quarta-feira a votação
da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016, mas para que isso aconteça é
necessário saber o tamanho real do déficit deste ano.
BOLSA FAMÍLIA
Mesmo os números do Orçamento de
2016 ainda não estão garantidos, com ou sem uma previsão de déficit deste ano.
O governo conta com a CPMF para fechar as contas do ano que vem, mas o relator
da peça orçamentária, deputado Ricardo Barros (PP-PR), afirma que não pode
contar com as receitas advindas do novo imposto que, na sua opinião, não deve
ser aprovado a tempo.
Berzoini afirmou que o governo
insistirá na necessidade de aprovar a CPMF para tornar o Orçamento com mais
credibilidade.
“Estamos trabalhando com os
líderes na Câmara e no Senado para demonstrar que temos de buscar aquilo que é
a melhor alternativa para o país, que é o equilíbrio fiscal para apresentar um
Orçamento equilibrado e exequível”, defendeu Berzoini ao comentar as
declarações de Barros.
“Não adianta apresentar um
Orçamento em que a sociedade, os governadores e prefeitos e o próprio mercado
não compreenda sua viabilidade”, disse o ministro.
Uma das alternativas de Barros
para equilibrar o Orçamento é um corte de 10 bilhões de reais no nos recursos
do Bolsa Família, principal programa social do governo federal e que o Palácio
do Planalto tenta evitar a todo custo.
Na semana passada, Berzoini teve
uma reunião a sós com Barros e outra juntamente com o grupo de líderes no
Congresso.
“Há condições de fechar o
Orçamento do ano que vem, na minha opinião, sem recorrer a essa iniciativa. O
Bolsa Família é um programa consolidado e reconhecido mundialmente. Portanto,
não é a melhor hipótese, na minha opinião, para sofrer qualquer tipo de redução
na sua disponibilidade financeira para 2016", disse Berzoini.
“Na reunião de líderes da Câmara
dos Deputados, na qual ele estava presente, nós manifestamos que esse é um tema
muito polêmico e deveria ser tratado de maneira mais refletida nas próximas
semanas. A posição do governo federal é contrária, porque acreditamos que esse
é um dos programas que fundamentam a proteção social. E a partir de sua
características como direito legal, não é possível simplesmente fazer como a
proposta do deputado federal", afirmou.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!