Sininho e Moa prestam depoimento em processo contra ativistas no Rio | Rio das Ostras Jornal

Sininho e Moa prestam depoimento em processo contra ativistas no Rio

Sininho negou que seja líder de ativistas
(Foto: Armando Paiva/Eleven/Estadão Conteúdo)
Em depoimento, Sininho se disse vítima de 'fofocas' e negou liderança.
A ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, prestou depoimento no Tribunal de Justiça do Rio, no Centro da Cidade, no processo que julga 23 ativistas. Ela e Karlayne da Silva Moraes, a "Moa", eram as únicas julgadas por formação de quadrilha e atos violentos em manifestações no Rio entre 2013 e 2014 que não havia falado em juízo.
Moa se reservou o direito de não dar declarações. O depoimento de Sininho começou por volta das 15h40. Ela disse ser vítima de "fofocas", negou que seja uma das líderes dos ativistas e afirmou que teve sua identidade pessoal "destruída".
"Com a ajuda de fofocas, me transformaram em uma liderança quase terrorista."
Sininho afirmou que sofreu ameaças, via telefone e mensagens de texto, por parte de testemunhas fundamentais do caso, como Anne Josephine Rosencrantz, então separada de Luiz Carlos Rendeiro Junior, o Game Over, namorado de Sininho na época.
"Ela me disse que ia me jogar na cadeia, me chamou de vagabunda e tudo mais. Afirmou que houve traição da parte dele. Eles estavam separados e eu estava solteira. Simples", contou Elisa.
Sininho disse também que, depois de julho de 2013, quando começou o movimento conhecido como Ocupa Câmara, participou pouco de manifestações.
"Sempre fiquei muito mais nas ocupações, isso até ser presa em outubro (...) Nunca usei máscaras e jamais participei de atos violentos."
Apontada durante as investigações e por testemunhas como líder da Frente Independente Popular (FIP), que continha diferentes movimentos populares presentes nas manifestações, ela disse que nunca teve atitude de líder da organização.
Prazo
O juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal da Capital, determinou o prazo de 10 dias para o Ministério Público apresentar suas alegações finais em relação ao processo contra os 23 ativistas que respondem por associação criminosa, acusados de envolvimento com atos de violência ocorridos durante as manifestações de junho de 2013.
Após esse prazo, a Defensoria Pública também terá 10 dias para suas alegações e, em seguida, será a vez de todas as defesas, igualmente no período máximo de 10 dias, concluírem suas alegações. Decorrido esse tempo, o processo de 35 volumes retornará para o juiz apresentar a sentença.
Ônibus queimado
Elisa foi citada na denúncia do Ministério Público como sendo responsável por incitar um grupo a queimar ônibus próximo à Câmara de Vereadores, no Centro do Rio. No tribunal, disse que jamais participou de nenhuma reunião nesse sentido. "Tinha policiais nos revistando com frequência e eu era uma pessoa muito visada. Não teria como", defendeu-se.
Sininho não quis revelar quem a ajudou financeiramente e onde ficou de dezembro de 2014, quando teve a prisão decretada e ficou foragida, até junho de 2015, quando um habeas corpus conseguido no Superior Tribunal de Justiça concedeu liberdade a ela e a Moa. As duas haviam participado de uma manifestação após proibição judicial.
Sininho diz que sobrevive de "bicos" e que seus pais pagam seu apartamento e a ajudam a se manter. "Faço salgadinhos em festas para ganhar um dinheiro. Cozinho muito bem".
A ativista se declarou ainda a favor "do amor e da solidariedade", sem filiação política definida. "Não sou anarquista e nem comunista. Não acredito na guerra, pelo contrário."
Críticas à Justiça e à mídia
A ativista disse que em 2014 passou a maior parte do ano doente, inclusive pouco antes da Copa do Mundo, quando foi presa junto com outros ativistas. Segundo ela, já havia se afastado das manifestações. Depois de ver cumprido um mandado de busca e apreensão na sua casa pela Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), resolveu ir para Porto Alegre, onde nasceu e viveu até os oito anos.
Elisa reclamou que a mídia e a Justiça não tiveram respeito com ela, considerada uma das principais acusadas no processo. "Vinte e três vidas estão sendo não estragadas, mas julgadas com hipóteses, através de testemunhas que querem nos prejudicar, junto com a mídia que não me respeitou várias vezes. É triste", lamentou.
Liberdade no STJ
Sininho e Moa são as únicas citadas no processo que até então não haviam prestado depoimento à Justiça. As duas são acusadas dos crimes de formação de quadrilha. Em março, antes do habeas corpus, o Portal dos Procurados chegou a lançar um cartaz para obter informações que levassem à prisão das duas.
Acusadas de participação em protestos violentos, entre 2013 e 2014, elas tiveram a prisão preventiva decretada por descumprimento de medidas cautelares que impediam a participação em protestos. De acordo com a Polícia Civil, no dia 15 de outubro do ano passado, os réus estiveram na Cinelândia em uma manifestação na frente da Câmara Municipal.

Sininho já foi presa duas vezes. A última vez foi em 11 de julho, mas graças a um habeas corpus concedido pela da 7ª Câmara Criminal, foi solta no dia 24 de julho de 2014.
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