Milton
Pascowitch em fevereiro, quando prestou
depoimento á
PF. (Foto: Sérgio Castro)
|
O delator
Milton Pascowitch, peça crucial da Operação Pixuleco – 17.º capítulo da Lava
Jato que prendeu o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula) -,
declarou à Polícia Federal que uma propina de R$ 532,7 mil paga em espécie para
o PT teve origem nas obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira
(PA). O dinheiro, segundo Pascowitch, saiu da empreiteira Engevix e entregue
por ele ao ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, ‘aproximadamente em novembro
de 2011′.
O sócio da
Engevix Engenharia Gerson de Mello Almada já havia revelado em depoimento dia 6
de abril de 2025 à Polícia Federal que Pascowitch recebeu R$ 2,2 milhões por
ter feito lobby para contratação da empreiteira nas obras de Belo Monte.
Pascowitch afirmou ter pago outros R$ 10 milhões em propina viva na sede do PT
em São Paulo, valor oriundo de contratos da Petrobrás.
Sobre os R$
10 milhões, o delator disse que ‘em duas ocasiões houve entrega para uma
portadora de Vaccari, Márcia’. Segundo Pascowitch, os valores repassados ao
ex-tesoureiro do PT eram devolvidos à Jamp Engenheiros por contratos de prestação
de serviços que não foram realizados com a Engevix. “Pagamento semelhante teria
ocorrido, ressaiu Milton, quanto à obra de Belo Monte”, diz relatório do
Ministério Público Federal. “Neste caso, a Engevix teria repassado R$
532.765,05, os quais foram entregues pelo colaborador a Vaccari, em espécie, na
sede do PT em São Paulo, aproximadamente em 11/2011.”
COM A
PALAVRA, O PRESIDENTE DO PT, RUI FALCÃO
Nota oficial
O Partido
dos Trabalhadores refuta as acusações de que teria realizado operações financeiras
ilegais ou participado de qualquer esquema de corrupção. Todas as doações
feitas ao PT ocorreram estritamente dentro da legalidade, por intermédio de
transferências bancárias, e foram posteriormente declaradas à Justiça
Eleitoral.
Rui Falcão,
presidente nacional do PT
COM A
PALAVRA, O CRIMINALISTA LUIZ FLÁVIO BORGES D’URSO, DEFENSOR DE JOÃO VACCARI
NETO
O
criminalista Luiz Flávio Borges D’Urso reagiu enfaticamente aos termos da
delação de Milton Pascowitch, que afirmou ter entregue propina em dinheiro vivo
para o ex-tesoureiro do PT. Pascowitch disse que pagou R$ 10 milhões em espécie
na sede do PT, em São Paulo. Vaccari está preso em Curitiba, base da Lava Jato,
desde abril de 2015.
“Não procede
qualquer afirmação, nem desse delator nem de qualquer outro, de que o sr.
Vaccari tenha recebido qualquer quantia em espécie. Na verdade, cumprindo sua
função de tesoureiro do PT, o sr.Vaccari sempre solicitou doações legais ao
partido”, declara D’Urso.
O advogado
afirmou que todas as doações solicitadas pelo ex-tesoureiro “foram
invariavelmente realizadas por depósitos bancários, com o respectivo recibo”.
“De tudo foi
prestado contas às autoridades competentes”, declarou Luiz D’Urso. “Vale
lembrar, mais uma vez, que palavra de delator não é prova. E que até hoje
nenhuma palavra que acuse o sr. Vaccari nas várias delações foi objeto de
comprovação.”
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!