Ele foi encontrado morto na casa.
O ator e diretor de teatro Antônio
Abujamra, 82 anos, morreu na manhã desta terça-feira (28), em São Paulo.
Ele deixa dois filhos e dois netos.
João Abujamra, sobrinho do
artista, disse que o filho Alexandre o encontrou morto em casa na Rua Maranhão,
Higienópolis, Zona Oeste de São Paulo. As informações sobre o velório e o
sepultamento ainda não foram divulgadas.
O sobrinho disse que conversou com
o tio nesta segunda-feira (27) e ele "estava ótimo". João também
afirmou que ele não estava fazendo nenhum tratamento médico.
"Ele era um gênio com quem a
gente sempre aprendia. Um tio amado", disse ao G1.
Segundo nota divulgada pela TV
Cultura, emissora em que apresentava o programa Provocações, ele estava
dormindo em sua casa.
"É com grande pesar que
informamos que hoje, 28/042015, o apresentador de Provocações, Antônio
Abujamra, faleceu. Agradecemos o carinho e apoio de todos que tem nos
acompanhado ao longo desses 14 anos de programa", diz nota na página do
programa no Facebook.
Na TV Globo, Abujamra fez muito
sucesso na novela "Que rei sou eu?" (1989) como o vilão Ravengar.
Nascido em Ourinhos, em 15 de
setembro de 1932, Antônio Abujamra foi um dos primeiros a introduzir os métodos
teatrais de Bertolt Brecht e Roger Planchon em palcos brasileiros. Formou-se em
filosofia e jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
Sul, em Porto Alegre, em 1957. Inicia-se como crítico teatral e faz suas
primeiras incursões como ator e diretor no Teatro Universitário, entre 1955 e
1958, nas montagens de “O Marinheiro”, de Fernando Pessoa; “À Margem da Vida” e
“O Caso das Petúnias”, de Tennessee Williams; “A Cantora Careca” e “A Lição”,
de Eugène Ionesco; e “Woyzeck”, de Georg Büchner.
Abujamra estreia profissionalmente
em 1961, em São Paulo, no Teatro Cacilda Becker, onde dirige “Raízes”, de
Arnold Wesker, e no Teatro Oficina, com “José, do Parto à Sepultura”, de
Augusto Boal. “Antígone América”, de Carlos Henrique Escobar, 1962, é a
primeira de uma série de montagens que dirige para a produtora Ruth Escobar.
Em 1963, associa-se a Antônio
Ghigonetto e Emílio Di Biasi e funda o Grupo Decisão, com a intenção de
disseminar o teatro político com base na técnica brechtiana. A primeira
produção é “Sorocaba, Senhor”, uma adaptação de “Fuenteovejuna”, de Lope de
Vega.
Em 1965, Abujamra dirige, no Rio
de Janeiro, a montagem de “O Berço do Herói”, de Dias Gomes. A peça foi
interditada pela censura no dia do ensaio geral. Nos anos seguintes, dedica-se
ao Teatro Livre, companhia de Nicette Bruno e Paulo Goulart realizando
montagens ambiciosas, como “Os Últimos”, de Máximo Gorki.
Em 1975, dirige Antônio Fagundes
no monólogo “Muro de Arrimo”, de Carlos Queiroz Telles, paradoxo entre as duras
condições de vida de um operário da construção civil e suas ilusórias
expectativas de um futuro brilhante, e recebe o Prêmio Molière, pela direção de
“Roda Cor de Roda”, de Leilah Assumpção.
Na primeira metade dos anos 1980,
Abujamra se engaja em recuperar o Teatro Brasileiro de Comédia. Entre seus
espetáculos mais significativos no TBC estão “Os Órfãos de Jânio”, de Millôr
Fernandes, 1981; “Hamletto”, de Giovanni Testori, 1981; “Morte Acidental de um
Anarquista”, de Dario Fo, 1982; e “A Serpente”, de Nelson Rodrigues, 1984. Em
1987, encerrado o projeto do TBC, Abujamra dirige, para a Companhia Estável de
Repertório, de Antonio Fagundes, a superprodução “Nostradamus”, de Doc
Comparato, grande êxito de bilheteria.
Aos 55 anos, Abujamra inicia sua
carreira de ator. Em dois anos, atua em duas telenovelas e três peças e é
premiado pelo desempenho no monólogo “O Contrabaixo”, de Patrick Suskind, 1987.
Em 1991, recebe o Prêmio Molière pela direção de “Um Certo Hamlet”, espetáculo
de estreia da companhia Os Fodidos Privilegiados, fundada por Abujamra para
ocupar o Teatro Dulcina, no Rio.
Fonte: G1
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