Ele é apontado
como 'operador' do PMDB em esquema de corrupção.
Três executivos da Camargo Correia também serão ouvidos nesta quarta.
A Polícia Federal
(PF) do Paraná informou que o lobista Fernando Soares Lemos, conhecido como
“Fernando Baiano”, será ouvido nesta quarta-feira (19) na carceragem em
Curitiba. Soares é um dos investigados da sétima fase da Operação Lava Jato,
que investiga um esquema bilionário de lavagem de dinheiro. Ele é apontado pelo
doleiro Alberto Youssef como “operador” do PMDB no esquema de corrupção da
Petrobras.
O lobista estava
foragido desde sexta-feira (14) e se entregou na terça (18) à Polícia Federal
em Curitiba. Ao todo, 24 pessoas já foram presas nesta fase da operação.
Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte
(PP-BA) está foragido. Onze investigados, que estavam presos desde sexta, foram
libertados por volta das 22h30 de terça. Eles foram colocados em liberdade por
decisão do juiz federal Sergio Moro, responsável pelo processo da Lava Jato na
primeira instância.
No processo da
sétima fase da Lava Jato que tramita na Justiça Federal, os procuradores da
República afirmam que algumas das maiores empreiteiras do país, reunidas em um
cartel, combinavam quem ganharia as licitações para obras da Petrobras. Nessas
concorrências, ressaltou o Ministério Público Federal, as empresas cobravam o
preço máximo previsto nas licitações e depois distribuíam propina em valores
correspondentes a 2% ou 3% do contrato a dirigentes da estatal do petróleo.
Ainda na noite de
terça, o juiz Sergio Moro também determinou ao Banco Central a quebra de sigilo
bancário de 16 dos investigados e de três empresas. Entre os suspeitos que
terão as contas bancárias devassadas estão o ex-diretor de Serviços da
Petrobras Renato Duque e executivos de algumas das principais empreiteiras do
país.
Os depoimentos
estão sendo realizados desde sábado (15). Nesta quarta, também serão ouvidos os
três executivos ligados à empreiteira Camargo Corrêa. São eles: o presidente da
empresa, Dalton dos Santos Avancini, do vice-presidente, Eduardo Hermelino
Leite, e do presidente do Conselho de Administração da companhia, João Ricardo
Auler.
Esses três
executivos tiveram os mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal do
Paraná na na sexta, mas só se apresentaram no sábado, em São Paulo.
Apesar de o prazo
das prisões temporárias de Avancini e Auler se encerrar nesta quarta, o juiz
federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira
instância, decretou, na terça, a prisão preventiva dos dois executivos. Com
isso, não há prazo para a soltura deles. Aos jornalistas, os advogados dos três
executivos garantiram que eles não permanecerão em silêncio durante os
depoimentos.
Prisão preventiva
Além de decretar
a prisão preventiva de Dalton dos Santos Avancini e João Auler, o juiz Sérgio
Moro converteu a prisão temporária de outros quatro presos na sétima fase da
Operação Lava Jato: Renato Duque, ex-diretor da Petrobras; Ricardo Ribeiro,
presidente da UTC; José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS; Mateus
Coutinho de Sá Oliveira, funcionário da OAS.
Não podem deixar o país
As 11 pessoas que
foram libertadas na terça devem seguir algumas restrições impostas pelo juiz
Sergio Moro: eles estão proibidos de mudança de endereço sem prévia autorização
judicial e de deixar o país.
Eles também devem
entregar os passaportes brasileiros e, eventualmente, de passaportes
estrangeiros à Justiça no prazo de cinco dias, além de comparecer "a todos
os atos processuais e ainda, perante a autoridade policial, MPF [Ministério
Público Federa] e mesmo perante este Juízo mediante intimação por qualquer
meio, inclusive telefone", diz um trecho da decisão. O descumprimento das
medidas cautelares poderá causar a renovação da prisão cautelar.
Lava Jato
A operação
investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$
10 bilhões e provocou desvio de recursos da Petrobras, segundo investigações da
Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Na primeira fase da operação,
deflagrada em março deste ano, foram presos, entre outras pessoas, o doleiro
Alberto Youssef e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo
Roberto Costa.
A nova fase da
operação policial teve como foco executivos e funcionários de nove grandes
empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras que somam R$ 59 bilhões.
Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da
Polícia Federal. Ao todo, foram expedidos, nesta sétima etapa, 85 mandados em
municípios do Paraná, de Minas Gerais, de São Paulo, do Rio de Janeiro, de
Pernambuco e do Distrito Federal.
Conforme balanço
divulgado pela PF, além das 23 prisões, foram cumpridos 49 mandados de busca e
apreensão. Também foram expedidos nove mandados de condução coercitiva (quando
a pessoa é obrigada a ir à polícia prestar depoimento), mas os policiais
conseguiram cumprir seis.

0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!