Maioria das vítimas sofreu dano auditivo; 4 foram feridas
por estilhaços.
O ministério do Interior revisou o número de feridos em uma
explosão na estação de metrô Escola Militar, em Santiago, no Chile, para 14.
Destes, sete sofreram danos auditivos causados pelo estrondo da explosão e
quatro danos físicos ao serem atingidos por estilhaços, como fratura e
amputação de dedos. Nenhuma das vítimas corre risco de morrer.
"O que ocorreu hoje é horrível, tremendamente condenável, mas o Chile é e seguirá sendo um país seguro', afirmou a presidente chilena, Michelle Bachelet, após visitar três dos sete feridos, em uma clínica da capital.
A detonação aconteceu às 14h15 local (horário de Brasília) em uma área de alimentação na hora do almoço. Segundo as primeiras informações citadas pela imprensa, o artefato foi feito com um extintor e um dispositivo de relojoaria e colocado dentro de uma lata de lixo.
"Ouvi um barulho forte e senti cheiro de pólvora",
explicou à AFP Hernán Capdeville, que estava entre as milhares de pessoas que
passam diariamente pela Linha 1 do metrô, a mais movimentada da capital.
"Foi horrível. Uma mulher ficou caída. Os fregueses
saíram todos correndo sem pagar, deixando a comida nos pratos", disse à
AFP Rosa Valdés, que trabalha em um restaurante na estação atingida.
As linhas de metrô continuaram funcionando normalmente,
embora a polícia tenha suspendido temporariamente a parada na estação Escola
Militar. A perícia já iniciou seu trabalho para determinar a origem do artefato
e suas características.
De acordo com o Ministério do Interior, os suspeitos são
dois jovens que teriam fugido em um veículo. Bachelet suspendeu sua agenda e
convocou uma reunião de emergência em La Moneda.
Ato terrorista
Até agora, nenhum grupo assumiu a autoria do ataque. O governo garantiu que invocará a Lei Antiterrorista contra os responsáveis.
"O governo não vai descansar até o último dia para que essas pessoas sejam condenadas o quanto antes. Essas pessoas que tentaram assassinar chilenos inocentes", afirmou o ministro do Interior, Rodrigo Peñailillo.
Mais de 100 explosões de artefatos de fabricação artesanal
aconteceram nos últimos cinco anos no país, mas até então haviam causado apenas
prejuízos materiais, sem feridos em estado grave.
Entre os alvos, estão caixas eletrônicos, bancos, estádios,
embaixadas e restaurantes.
Inicialmente, os atos eram reivindicados por grupos que
usavam nomes de antigos anarquistas.
Nos últimos meses, esse tipo de ataque voltou a ocorrer e,
pela primeira vez, uma bomba foi colocada em um lugar de grande movimento.
Em 14 de julho passado, um artefato explodiu em um vagão de
metrô já vazio. Embora não tenha deixado feridos, o incidente ativou os alarmes
do governo, que reforçou a vigilância. Um promotor foi designado para se
dedicar exclusivamente à investigação dos ataques.
Informações a respeito dos primeiros elementos da
investigação indicam que o artefato detonado nesta segunda é semelhante ao
instalado em julho no vagão de metrô da mesma linha.
O presidente do partido opositor Renovação Nacional,
Cristian Monckeberg, comentou que essa situação "poderia ter sido
evitada" e advertiu que "há um padrão que está se repetindo"
nesse tipo de atentado.
Fonte: G1
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