Na época, David foi acusado de ser um dos
executores do crime
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Homem assassinado na Rua da Feirinha no último sábado, já havia sido
preso por envolvimento na morte de um PM em 2007.
Um atentado em plena luz do dia numa das ruas mais movimentadas de Rio
das Ostras. Foi esta cena que chocou diversos moradores e turistas, que
passavam pela Rua da Feirinha (Avenida Amazonas), no centro da cidade, no
último sábado, dia primeiro. Era por volta das 17h, quando o disparo de cerca
de seis tiros vitimou um homem identificado como David Wallace Coelho de
Brito, de 31 anos, que estava dentro de um carro, em frente à uma padaria. Ele
foi atingido na cabeça e morreu no hospital nesta segunda-feira, dia três
(morte cerebral). O caso está sob investigação e pode ter ligação com um crime
ocorrido no município em 2007, envolvendo a máfia das lotadas na região,
quando um policial militar e um amigo foram mortos. Na época, David foi acusado
de ser um dos executores do crime.
Segundo informações obtidas pela equipe do RJNEWS sobre o crime que
aconteceu em 2007, o cabo da Polícia Militar, Wagner da Silva Albuquerque e o
amigo Cléber Amaral Wogel, foram assassinados à tiros por causa da disputa
pelo controle de vans de Rio das Ostras com destino ao Rio de Janeiro e
Niterói. O duplo homicídio ocorreu num ponto do transporte alternativo,
próximo à rodoviária de Rio das Ostras. David Wallace, o irmão Diego Coelho e o
pai José Carlos de Brito, conhecido como “Pastor”, foram apontados como os
autores do assassinato, sendo que o Pastor seria o mandante e David o autor dos
disparos. Os três foram presos.
Na época, durante as investigações, a Polícia Civil informou que o PM
Wagner controlava o ponto das lotadas em Rio das Ostras há sete anos. O Pastor
trabalhava para ele, mas quatro meses antes dos homicídios, fundou uma
cooperativa de taxista e transportes na cidade e, conseguiu atrair 60 dos 68
motoristas que trabalhavam para o cabo da PM. Enquanto o policial cobrava R$
70 pela diária, o Pastor pedia R$ 30. De acordo com a polícia, uma das
testemunhas, que também trabalhava para Wagner, disse que o PM argumentou que
teria mais facilidade em resolver possíveis problemas com as vans e, conseguiu
o retorno dos motoristas.
Há informações de que David Wallace queria tomar o ponto todo. Ele
chegou a ser condenado, no entanto, quando saiu da prisão voltou a comandar o
ponto, que fica próximo à feirinha de Rio das Ostras. Ainda segundo
informações, recorreram da decisão e outro julgamento que teria outros
policiais condenados e que chegou a ser anulado, teve David convocado. Ele
seria a testemunha-chave nesse processo. Segundo testemunhas, David já havia
sido ameaçado de morte há bastante tempo. Na época, foi instaurado um inquérito
para apurar a formação de quadrilha dos envolvidos.
Segundo fontes, são muitos os tentáculos que envolvem a máfia das
lotadas. Rio das Ostras é apenas uma parte dela. Unamar, Macaé e Rodoviária
Novo Rio também contam com pessoas envolvidas no esquema. Neste período de
sete anos, não foi só o PM Albuquerque e o David Wallace, há pouco tempo, um
homem que fazia lotada no Rio, conhecido como Israel, outro em Macaé e um em
Unamar, também foram assassinados. Além das lotadas e homicídios, há pessoas
envolvidas ainda com prostituição e tráfico de drogas.
INVESTIGAÇÕES
De acordo com a delegada titular da 123ª DP de Rio das Ostras, Carla
Tavares, uma das testemunhas que esteve no local onde David foi morto, apontou
um veículo de onde uma pessoa teria sacado uma arma. A partir disso começaram
as investigações e a polícia também já requisitou as imagens de câmeras que
ficam próximas à padaria. “Como a vítima já tinha sido presa, vamos ouvir
familiares, verificar delitos anteriores e se há registros de ameaça, para ver
se tem ligação ou não com o crime de 2007. Essa será a linha de investigação
para chegar à autoria do crime, que teve como vítima o David”, declarou a
delegada.
Até a última quarta-feira, dia cinco, a equipe do RJNEWS obteve informação
de que o corpo de David Wallace ainda não tinha sido velado e sepultado, pois a
família da vítima iniciou um processo de doação de órgãos e estaria aguardando
a liberação do Instituto Médico Legal (IML).
Fonte: RJ News
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