Contratado por empresa japonesa, Seigo Ishimaru está no país há 9 meses |
De 2009 a 2012, foram 229 mil vistos a quem tem nível técnico ou
superior.
Ministério prepara sistema para agilizar a concessão dos vistos de trabalho.
Levantamento do G1 com base em estatísticas do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
aponta que 94,6% dos vistos de trabalho para estrangeiros, emitidos pelo
governo brasileiro entre 2009 e 2012, foram para profissionais com formação no
ensino técnico profissional, superior incompleto e completo, pós-graduação,
mestrado ou doutorado.
Foram 242.466 autorizações
concedidas nos últimos quatro anos, sendo 229.468 a estrangeiros qualificados.
Em 2012, das 73 mil licenças de trabalho concedidas, 68 mil (93,1%) foram para
trabalhadores com nível de escolaridade avançado.
Com o aumento da demanda por trabalhadores
qualificados de fora do país, a Coordenação Geral de Imigração instituiu o
Cadastro Eletrônico de Empresas demandantes de profissionais estrangeiros para
reduzir a quantidade de documentos necessários ao pedido de visto. O sistema
faz com que a documentação da empresa fique digitalizada, não sendo necessário
enviar os documentos novamente em uma próxima solicitação.
O objetivo do
ministério em digitalizar o procedimento de pedido de autorização de trabalho a
estrangeiros, com os documentos sendo enviados em meio eletrônico com
certificação digital, é eliminar totalmente os documentos enviados em papel. De
acordo com Paulo Sérgio de Almeida, coordenador geral de imigração do
Ministério do Trabalho e presidente Conselho Nacional de Imigração (CNig), o
novo sistema deve ser finalizado ainda no primeiro semestre e começará a
funcionar em junho.
Segundo o MTE, o
número de vistos para trabalhadores estrangeiros subiu 3,54% no último ano. O
governo federal vê com bons olhos a chegada desta mão de obra qualificada.
"Esses profissionais são altamente qualificados e vêm ao Brasil exercer
profissões nas áreas de gerência e supervisão em empresas que demandam
conhecimento não disponível", diz Almeida.
"Trabalhadores
imigrantes qualificados podem introduzir no país novas formas para a utilização
de máquinas e equipamentos, além de novas formas de gestão. Como esta mão de
obra foi qualificada em contextos distintos ao nacional, ela traz conhecimentos
incorporados que podem levar a avanços tecnológicos", afirma Rosane Silva
Pinto de Mendonça, diretora de programa da Secretaria de Assuntos Estratégicos
(SAE) da Presidência da República.
Do Japão para São Paulo
Com formação em ciências políticas e MBA na área de negócios, o executivo japonês Seigo Ishimaru, de 45 anos, chegou ao Brasil há nove meses para trabalhar no escritório em São Paulo da Tokio Marine Seguradora.
Com formação em ciências políticas e MBA na área de negócios, o executivo japonês Seigo Ishimaru, de 45 anos, chegou ao Brasil há nove meses para trabalhar no escritório em São Paulo da Tokio Marine Seguradora.
Ishimaru ainda
encontra dificuldades para falar português, mas já se acostumou com a vida em
São Paulo. "As pessoas são muito amigáveis e abertas aos
estrangeiros", diz.
Raúl Ramírez, de 38 anos. |
Funcionário da
empresa desde 1990, o executivo já acumulou passagens por Cingapura e Nova
York. Agora, ele tem o desafio de fortalecer a atuação da empresa no Brasil.
"Eu gosto de desafios e de trabalhar em países diferentes", afirma.
O executivo levou
três meses para conseguir a permissão do governo brasileiro para trabalhar no
país. Para ele, o trâmite não foi tão demorado. O visto tem validade de dois
anos amarrado ao contrato de trabalho.
Ensino técnico
profissional
O levantamento com base nos dados do MTE aponta ainda que estrangeiros com nível superior completo são maioria, com 133.178 autorizações (54,92%), entre 2009 e 2012. Em seguida estão os profissionais com nível médio completo ou técnico profissional, que somam 88.233 (36,38%).
O levantamento com base nos dados do MTE aponta ainda que estrangeiros com nível superior completo são maioria, com 133.178 autorizações (54,92%), entre 2009 e 2012. Em seguida estão os profissionais com nível médio completo ou técnico profissional, que somam 88.233 (36,38%).
É o
caso do mexicano Raúl Ramírez, de 38 anos. Com nível técnico em informática e
programação, ele foi contratado há um ano e meio pela Lumis Tecnologia, empresa
de plataformas de portal, gestão de conteúdo e colaboração, com sede no Rio de
Janeiro, para atuar como analista de suporte.
"Eles
buscavam um profissional com a minha formação e que falasse espanhol para
facilitar o contato com clientes do México e da Espanha", conta.
O bom
momento da economia brasileira e as oportunidades disponíveis para
trabalhadores especializados e com alto conhecimento também ajudaram na
decisão.
Casado
com uma brasileira há um ano, Ramírez agora aguarda o visto permanente. Para o
mexicano, o processo para a obtenção do visto é longo. "Peguei a lista de
documentos e, como são muitas etapas que incluem até a tradução e registro em
cartório, o trâmite é bastante complicado", comenta.
Parceria
Em agosto de 2012, a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República e a Brasil Investimentos & Negócios (BRAiN) firmaram um acordo de cooperação para o desenvolvimento de pesquisas em políticas de imigração. Com a parceira, as entidades vão dividir informações para estruturar projetos para reduzir a burocracia para a entrada de trabalhadores estrangeiros no país.
Em agosto de 2012, a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República e a Brasil Investimentos & Negócios (BRAiN) firmaram um acordo de cooperação para o desenvolvimento de pesquisas em políticas de imigração. Com a parceira, as entidades vão dividir informações para estruturar projetos para reduzir a burocracia para a entrada de trabalhadores estrangeiros no país.
O
resultado da parceira será uma proposta para facilitar o ingresso de
estrangeiros com formação qualificada em setores da economia brasileira em que
existe mais demanda do que oferta. "A proposta será direcionada para a
busca de talentos no exterior e terá o cuidado de não interferir em profissões
que hoje são seguidas por brasileiros. Queremos uma política imigratória para
sustentar o crescimento e gerar mais empregos para os brasileiros e não para
tirar empregos", diz André Sacconato, diretor de pesquisas da BRAiN.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!