CPI será criada na Alerj para investigar vazamento do óleo
Riverton ressaltou que o impacto ambiental é uma das conseqüências negativas do arranjo do petróleo.O prefeito de Macaé e presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo, Riverton Mussi (PMDB), e a vice-prefeita de Macaé, Marilena Garcia (PT), cobraram nesta quinta-feira (24) posicionamento da Chevron sobre as conseqüências que o vazamento de óleo pode causar para Macaé e os outros dez municípios da Ompetro. Riverton, Marilena e o secretário de Governo, André Braga, participaram de audiência pública na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) sobre o tema.
- O impacto ambiental, na pesca e o desemprego dos trabalhadores que atuam nas terceirizadas que prestam serviço para a Chevron na Bacia de Campos são as maiores preocupações – afirmou o prefeito. O presidente da Ompetro convidou um membro da comissão formada na Alerj para discutir o vazamento do óleo e um do Ministério Público Federal para participar de sobrevôo, na Bacia de Campos, nesta sexta-feira (25), para checar a dispersão da mancha do óleo.
Riverton ressaltou que o impacto ambiental é uma das conseqüências negativas do arranjo do petróleo. “Macaé pode perder R$ 150 milhões em 2012 caso o substitutivo do senador Vital do Rêgo, aprovado no Senado e que redivide todas as receitas da exploração do petróleo, incluindo aquelas nas áreas já licitadas, seja colocado em prática. Não é justo e nem constitucional que um município produtor que lida com todos os impactos do petróleo tenha essa perda e o acidente da Chevron é um exemplo”, avaliou.
O superintendente de Meio Ambiente da Chevron, Luiz Pimenta, pediu desculpas pelo ocorrido, voltou a afirmar que o óleo que ainda vaza é residual e disse que a previsão para o óleo chegar à costa é “pequena”.
Já a declaração do secretário de Ambiente, Carlos Minc, foi contrária à do superintendente da Chevron. “Técnicos do Inea e do Ibama disseram que dois terços do óleo não afloraram, que o óleo está sofrendo modificações com o sal e se transforma em milhares de bolas de piche e dependendo do vento e da maré, essas bolas são direcionadas para praias como Macaé, Búzios, Angra, sul do Espírito Santo e Ubatuba. Isso afeta o lazer, o turismo e o peixe. Vamos ficar junto com as prefeituras monitorando”, assinalou Minc.
Em outro depoimento que causou controvérsia, Luiz Pimenta disse que a petroleira norte-americana mantém contato com as colônias de pescadores das cidades onde a empresa atua na costa. “Mantemos relação com toda a comunidade pesqueira”, garantiu. A afirmação foi contestada pelo subsecretário de Pesca de Macaé, José Carlos Bento, que ratificou seu depoimento dado na quarta-feira (23) de que o órgão e a Colônia de Pescadores Z 3 souberam do vazamento de óleo na Bacia de Campos através da mídia.
- Nenhum contato foi feito pela Chevron comunicando o vazamento à subsecretaria ou Colônia dos Pescadores. Soubemos tudo pela mídia - informou José Carlos Bento.
Na reunião realizada ontem (23), a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico e a subsecretaria de Pesca se reuniram com representantes da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Colônia dos Pescadores para discutir os impactos do vazamento na Bacia de Campos na atividade pesqueira no município.
A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) vai instaurar uma CPI para investigar o vazamento de petróleo no campo de Frade, além da comissão para estudar um centro de prevenção, monitoramento e controle.
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