Resultado pode ser apresentado ainda nesta sexta-feira (4).
Com o encerramento, às 21h (horário de Brasília), da exposição do promotor David Walgren, o desfecho do julgamento do médico Conrad Murray, acusado pela morte de Michael Jackson, está agora nas mãos dos jurados. Ao longo desta quinta-feira (3), os advogados de defesa e acusação fizeram suas alegações finais. Caberá agora ao júri chegar a um veredicto. No pronunciamento que finalizou as atividades do dia, o juiz disse que as deliberações começarão nesta sexta-feira (4).
Durante sua primeira apresentação, iniciadas às 14h (horário de Brasília) Walgren usou como argumento central a “negligência criminosa” do médico, que teria implicado diretamente na morte do músico, em 29 de junho de 2009. Michael Jackson morreu em consequência de uma intoxicação aguda de propofol, anestésico de uso hospitalar que usava com frequência para combater a insônia, de acordo com o depoimento de testemunhas e provas reveladas durante o julgamento.
“A evidência neste caso é esmagadora. De que Conrad Murray deixou Prince, Paris e Blanket sem pai”, afirmou Walgren, em tom emocionado, citando os filhos do artista. “Para eles, este caso não acaba hoje ou amanhã ou no dia seguinte. Este caso será para sempre, porque não têm pai.”
Em seguida, a Corte Superior de Los Angeles anunciou recesso para almoço. No retorno, entrou em cena Ed Chernoff, um dos advogados de Murray. Para responder aos apontamentos de Walgren, Chernoff adotou a estratégia de dirigir uma série de perguntas ao júri. “Vocês viram pacientes antigos de Murray. Essas pessoas pareciam crer que Murray tinha desrespeito pela vida humana?”, indagou.
Sobre o fato de Murray não ter ligado imediatamente para o serviço de emergência ao ver que Michael Jackson se encontrava em estado crítico, Chernoff apresentou nova questão: “Alguém ligaria para o 911 se fosse um médico treinado?”. Por fim, ele disse ao júri: “Isto não é um reality show. Isto é realidade”.
Terminadas as considerações de Chernoff, o promotor David Walgren fez a sua réplica. Por inúmeras vezes, ele se referiu ao acusado, ironicamente, como “pobre Conrad Murray”, insistindo na responsabilidade legal do médico pelos cuidados de Michael Jackson. De acordo com Walgren, mesmo que Murray não tenha visto o músico utilizando propofol, era sua responsabilidade zelar pela integridade do paciente. Após a fala de Walgren, o juiz do caso passou diversas orientações aos jurados, principalmente quanto a possíveis influências externas que possam comprometer o resultado. Antes de dispensar o júri e convocá-los para retornar nesta sexta-feira, ele ressaltou que o veredicto deve ser unânime. E alertou: “Não mude de opinião somente porque os demais jurados discordam dela". Se julgado responsável pela morte de Michael Jackson, Conrad Murray, de 58 anos, pode pegar quatro anos de prisão e perder sua licença médica.
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