A CPI realiza um estudo para descobrir se houve facilitação na liberação de terrenos em áreas consideradas de risco O deputado citou a falta de recursos dos profissionais da defesa civil da região
O deputado Sabino (PSC) se reuniu na manhã desta quinta-feira (03), na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), com os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar responsabilidades e possíveis negligências do poder público e de agentes políticos nas enchentes que causaram centenas de mortes na região serrana do Estado. A CPI tem como objetivo realizar um estudo para descobrir se houve facilitação na liberação de terrenos em áreas consideradas de risco, entre outras coisas. A intenção é discutir os problemas e propor soluções imediatas, que devem ser tomadas para que não ocorram futuros desastres na região.
Participaram da reunião o diretor presidente do Departamento de Recursos Minerais (DRM), Flávio Erthal, e representantes da Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio). O diretor do DRM apresentou os fatores geológicos que contribuíram para o desastre, e disse que sua equipe está preparando um estudo com o mapeamento para mostrar quais são as regiões que precisam de um sistema de alerta, prevenindo novas tragédias.
Como vice-presidente da Comissão, Sabino lembrou do deslizamento de 2005 em Nova Friburgo, no Alto da Floresta, onde morreram 15 pessoas, e seis anos depois a tragédia se repete com maior proporção "Dessa vez são mais de cem cidadãos mortos. E o que foi feito desde então?". O deputado citou a falta de recursos dos profissionais da defesa civil da região, onde não há quadros de planejamento e apresentou também a precariedade dos licenciamentos ambientais, já que mansões e até um hospital foram atingidos pelo deslizamento. "Eu estive no hospital São Lucas semanas antes do desastre e não tive nenhuma sensação de perigo, mas eu sou leigo, tanto que, a pediatria desse mesmo hospital desapareceu com o deslizamento", completa o deputado.
Os representantes da Fecomércio apresentaram pesquisas que mostram os danos econômicos da região. A estimativa é de que os prejuízos totais do setor do comércio em toda região serrana ultrapassem os R$ 469 milhões. Essa pesquisa foi feita na última semana de janeiro e indica que o maior problema é a ausência de clientes, gerando a diminuição das vendas. "O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) fez uma pesquisa mostrando que os municípios da região serrana estão entre os que mais demitiram funcionários no Rio de Janeiro neste período", afirma Sabino.
A tragédia foi um dos maiores desastres naturais da história do País, causada por fortes chuvas que atingiram os municípios da região serrana do Rio nos dias 11 e 12 de janeiro, provocando enchentes e inúmeros deslizamentos de terra. As cidades mais atingidas foram Teresópolis, Nova Friburgo, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto.
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