Casal encontrou com cadela depois de 4 dias em abrigo, neste domingo.
Animais são vacinados, vermifugados e recebem alimentação.
Muitos cães foram abandonados por moradores das cidades atingidas pelos alagamentos e deslizamentos de terra, desde terça-feira (11), quando uma forte chuva provocou destruição na Região Serrana do Rio de Janeiro. O pânico e o desespero para se salvar fizeram com que muitos animais de estimação fossem deixados para trás.
Em Teresópolis, cerca de 150 cachorros foram encontrados com ferimentos, soterrados ou presos nas casas atingidas. Esse foi o caso de Daniel Ferreira Mendonça e Maria Ferreira Yoros, que moram no Bairro Caleme, uma das áreas mais atingidas pela enxurrada em Teresópolis. “Saímos correndo de casa sob o risco de desabamento e a deixamos lá, pois não dava para levá-la junto.”
Mendonça disse que, depois de ter o acesso a sua casa liberada pela Defesa Civil, voltou para ver Dara, sua cadela de estimação. “Para nossa surpresa, ela não estava mais lá. Não Sabemos se fugiu ou a levaram embora”.
A sorte dele é que Dara foi levada por voluntários para o abrigo da Organização Não-Governamental (ONG) Estimação, no Bairro Meudon. “Viemos tentar a sorte e ela [Dara] estava lá. Quando nos viu, começou a chorar. Nem precisamos de documentos para provar que somos os donos dela, pois foi Dara que nos reconheceu no abrigo”, disse Maria.
Depois de quatro dias hospedada no abrigo para cães, Dara ganhou uma coleira nova, novos potes de água e comida e um saco de ração.
Adoção
Segundo o biólogo Guilherme Andreoli, do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Teresópolis, a maioria dos cães levados para o abrigo é colocado para adoção. “Já concretizamos mais de 20 adoções, mas precisamos que mais cães sejam adotados. Só houve um caso de um beagle abandonado, que foi adotado e o dono apareceu depois pedindo pelo cão. Aí o processo adotivo foi cancelado e o beagle voltou para seu antigo dono.”
Todos os animais, logo que chegam ao abrigo, passam por triagem para avaliação veterinária. “Temos voluntários da área médica veterinária, incluindo estudantes e professores, que fazem a análise de possíveis fraturas, lesões, ferimentos e estado geral de saúde do cão. Eles são vacinados e vermifugados. Em seguida, se for o caso, o animal faz raio-x ou é medicado até se recuperar totalmente”, disse Andreoli, que está ajudando a ONG Estimação.
Passeio antiestresse
Entre os trabalhos feitos pelos voluntários no cuidado com os cães abandonados está terapia anti-estresse. “É normal, até mesmo pelo que passaram, que os cães fiquem estressados, ainda mais agora que têm de conviver com outros cães que nunca tinham visto. Uma das saídas para isso ;e levar cada um dos cachorros para passear”, afirmou Andreoli.
A aposentada Clarice Trindade, 66 anos, veio do Rio de Janeiro para acompanhar a filha, que se voluntariou para cuidar dos cães abandonados, e de quebra passeou com vários cães pelo Bairro Meudon. “Já saí com seis cachorros. Eles ficam relaxadinhos. Eu fico feliz e o cachorro fica sem estresse.”
voluntária Terezinha Gaia, 60 anos, descobriu, ao passear com uma cadela, o nome de sua nova companheira de coleira e a história dela. “A Bolinha, como é chamada pelos funcionários de uma loja de material de construção, dormia no prédio deste estabelecimento. Eles me disseram que ela tinha sumido no período da chuva.”
Segundo Terezinha, a cadela tinha tido filhotes há poucos meses e ainda estava amamentando a cria. No abrigo, ela virou ama de leite de oito filhotes abandonados. Bolinha está na fila de doação.
Para Rogério Franco, dono do Canil Bom Retiro, que também, funciona como hospedagem para cães, o importante é tirar os animais das ruas para evitar problemas de zoonoses. “O cuidado com esses animais evita doenças e problemas sanitários. Eu, por exemplo, não pude aceitar o pedido de donos de cães, que perderam suas casas, para abrigar o animal no meu canil. Não tenho água e isso é essencial para lavar o espaço usado pelo cachorro e também para manter a hidratação.”
Os abrigos pedem doações de ração úmida (daquelas em lata), ração comum, panos velhos, jornais, papelão, focinheiras, coleiras e cercadinhos de arame para separar os animais.
Veja como ajudar os animais
* Pelo Próximo e Clube do Totó
Postos de Coletas no Rio de Janeiro:
Flamengo: Rua Correa Dutra-99/loja5
Méier: Carla Bello -8829-9026
Copacabana: Loja Bicho Bacana- Rua Sta. Clara, 110
Lojas Patas & Penas: Botafogo, Urca e Norte Shopping
Gávea: loja Pet Gávea- R. Marquês de São Vicente
peloproximo.blogspot.com
* Suipa
Sociedade União Internacional Protetora Dos Animais – Banco Itaú
Agência: 0584
Conta Poupança: 54979-4 / 511 (complemento)
CNPJ é 00.108.055/0001-10
www.suipa.org.br
* Univida
Instituto Univida de Proteção Animal
Banco Itaú
Agência: 6542
Conta corrente: 06841-3
www.univida.org.br
* Estimação
Banco Bradesco
Agência: 2801
Conta Corrente: 5177-2
www.estimacao.org.br
* WSPA (Sociedade Mundial de Proteção Animal)/Defensores dos Animais
CNPJ: 04.363.242/0001-09
Banco Bradesco
Agência: 0279
Conta-poupança: 172813-0
www.wspabrasil.org
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