Moradores de Macaé ficam sem água no Natal
O rompimento da adutora deixou diversos bairros de Macaé sem água durante o Natal.
O abastecimento ainda não foi reestabelecido e diversos bairros como Riviera Fluminense, Aeroporto, Novo Cavaleiros e Imbetiba continuavam sem água até ontem (26). Algumas pessoas, revoltadas com a situação.
Na última quinta-feira (24), a CEDAE enviou um comunicado para os órgãos de comunicação e hospitais informando que o abastecimento seria interrompido na noite do dia 23 para o dia 24. A empresa se comprometeu a fazer o reestabelecimento do sistema de água o mais rápido possível, sem fixar uma data.
Enquanto isso, os moradores terão que lançar mão da criatividade e da paciência para contornar a falta de água na cidade. Antônio da Silva, morador do Parque Aeroporto, teve que retornar ao local de seu trabalho, na noite do dia 24, véspera de Natal, para tomar banho. “Lá em casa não tinha água”, reclamou.
Na Riviera Fluminense, os moradores estão se desdobrando para contornar a falta d'água, que já chegou a algumas ruas. É que no bairro acontece um fenômeno muito dificil de entender. A Alamenda Etelvino Gomes é um bom exemplo disso. Enquanto um lado da rua tem água, do outro, os moradores têm que abastecer suas caixas d’águas com carros pipas. Rita Silva, moradora do bairro, disse que nunca faltou água em sua casa. “Esta é a primeira vez. Tive que ir tomar banho na casa da minha irmã”.
Morte de peixes na Lagoa de Imboassica revolta população
Os peixes foram encontrados mortos na manhã de sábado na Lagoa de Imboassica
As pessoas que pretendiam aproveitar o dia de sol na praia do Pecado e próximo à Lagoa de Imboassica onde qualquer atividade de lazer está proibida, foram surpreendidas, na manhã de sábado (26), por uma triste cena. Às margens da lagoa, diversos peixes mortos, sem nenhuma explicação, deixaram todos que assistiram a cena, impressionados. Eram diversas espécies e a mortandade provocou um forte mau cheiro que afetou os frequentadores dos quiosques e moradores de residências mais próximas.
A morte de milhares de peixes ainda soa como mistério para os frequentadores da Lagoa. Durante todo o dia de ontem, apenas um fiscal da Secretaria de Meio Ambiente chamado pelos dois guardas de plantão no posto da 5ª Inspetoria Ambiental da Lagoa, compareceu ao local para vistoriar e disse que nada poderia ser feito. “Emerson explicou que a mortandade poderia estar sendo provocada pelas algas, por falta de oxigenação já que o extravasor está aberto”, disse um dos guardas, acrescentando: “Eles imaginavam que iria chover mas isto não aconteceu. Agora, compete a Secretaria do Meio Ambiente acionar outros órgãos para encontrar uma solução”.
Os dois guardas explicaram que ficou descartado qualquer tipo de crime provocado por produto químico vazado por empresas ou outro tipo de material. A Lagoa de Imboassica recebe o despejo de esgotamento in natura dos loteamentos em seu entorno e a estação de tratamento de esgoto construída na localidade de Mutum ainda não está operando apesar de ter sido inaugurada.
Desde quando a lagoa passou a ser degradada para dar lugar aos loteamentos sofrendo aterro em grande extensão do seu espelho d´água, tem sido constante o desastre ecológico em toda a região. Além de estar seriamente assoreada e a lâmina d´água não atingir em alguns pontos 20 centímetros, as fortes chuvas obrigam os moradores a abrir a barra em período impróprio prejudicando e causando grandes danos ao meio ambiente. A reportagem de O DEBATE tentou contato com o telefone 2762-4802 durante todo o dia de ontem mas não obteve sucesso nas ligações. Também o Nupem foi acionado mas não foi encontrado nenhum biólogo que pudesse explicar o acidente.
Além dos pescadores, os comerciantes dos quiosques situados na lagoa também reclamaram da situação, que prejudicou o movimento do sábado de sol. "Os peixes começaram a morrer na tarde de sexta-feira e hoje (sábado) de manhã toda a margem da lagoa estava infestada de peixes mortos deixando a população revoltada. Também estamos sendo prejudicados com essa situação, porque muitas pessoas que pretendiam tomar sol próximo a lagoa foram embora, o que diminui o movimento e, consequentemente, as vendas", alegou o comerciante que preferiu não se identificar.
Ele ressaltou, ainda, que a Prefeitura de Macaé abandonou a lagoa. O motivo seria o fato de ela ser frequentada por pessoas consideradas carentes. "Eles acham que a lagoa não precisa de atenção porque só pessoas carentes vêm para cá. Mas não é bem assim. Ela está muito maltratada e a tendência é que a situação piore a cada dia. Nos últimos tempos a prefeitura só cuida das praias e esquece que a lagoa também precisa de cuidados", lamentou.
Segundo um comerciante, a atividade de pesca aconteceu normalmente na sexta-feira e que, quando os pescadores chegaram no sábado, encontraram os peixes já sem vida. Há muito tempo que isto não acontece aqui”, disse um grupo de pessoas que fotografava os peixes mortos, revoltados com o descaso.
Os guardas de plantão não souberam informar, também, se a secretaria de Serviços Públicos havia sido acionada para fazer a retirada dos peixes mortos. “Os limpadores da praia passaram toda a manhã aqui no Pecado mas não chegaram até a beira da lagoa”, disseram os guardas que pretendiam registrar todas as reclamações no livro de ocorrência guardado numa das gavetas.
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