Rio das Ostras comemora 17 anos de emancipação
Terra doada pelo rei de Portugal, Dom João III, a Pero de Góes em 1534, Rio das Ostras era habitada por índios Tamoios e Goytacazes, e denominava-se Rio Leripe (molusco ou grande pedra) ou Seripe.
De acordo com relatos feitos por viajantes datados de 1575, Rio das Ostras teria sido fundada no século XVI.
Índios, jesuítas e escravos foram os principais personagens na construção do povoamento. A pesca era a principal base econômica na região até meados do século XX.
Com a construção da Petrobras em Macaé e da Rodovia Amaral Peixoto, a Região dos Lagos teve uma grande expansão turística, o que fez com que Rio das Ostras aumentasse seu desenvolvimento. Com o crescimento populacional a cidade obteve sua emancipação político administrativa do Município de Casimiro de Abreu em 10 de abril de 1992.
Hoje, após 17 anos de sua emancipação, Rio das Ostras possui mais de 90 mil habitantes, tendo o turismo como sua principal atividade econômica. Conhecida pelo seu potencial turístico, as 14 praias são as principais atrações procuradas pelos turistas que diariamente chegam ao município. Para os amantes da natureza a cidade possui áreas de preservação ambiental com diversas espécies da fauna e da flora local, possibilitando aos turistas um maior contato com o meio ambiente.
Entre os principais eventos que geram grande movimentação na economia do município esão o Ostra Cycle, Festival de Jazz & Blues e o Festival de Dança, festas garantidas no calendário da cidade.
Rio das Ostras é considerada cidade modelo devido os programas e projetos de geração de emprego e renda destacando-se também nos investimentos feitos em infraestrutura e saneamento básico. Desde de 2005 a prefeitura concluiu mais de 100 quilômetros em pavimentação. Foram instaladas 340 quilômetros de rede de água no município que beneficiou cerca de 80% da população.
Com o dinheiro que recebe dos investimentos provenientes dos royalties de petróleo o município investe em educação e saúde, possuindo uma das melhores redes de saúde do país que oferece gratuitamente, remédios, exames e cirurgias de ponta a todos os moradores.
Nos últimos 4 anos, foram investidos R$ 1 bilhão em obras para beneficiar não só os moradores mas também os turistas que visitam a cidade com frequencia em busca de lazer e tranquilidade.
No aniversário de Rio das Ostras, uma entrevista com o Prefeito
Uma série de eventos está programado para acontecer na cidade até domingo. O município tem como principal vocação o turismo. Mas Rio das Ostras tem recebido investimentos provenientes dos royalties de petróleo que são aplicados em áreas como infraestrutura, educação e saúde. Para contar um pouco sua trajetória na política da cidade e como planeja administrar para os próximos anos, a equipe do Jornal O DEBATE DE RIO DAS OSTRAS entrevistou na última terça-feira (07) o prefeito Carlos Augusto Balthazar (PMDB). Orgulhoso pelo trabalho e apaixonado pela cidade, o líder do poder executivo falou sobre os investimentos que estão sendo feitos pela prefeitura, segurança, crise mundial, entre outros assuntos.
O DEBATE - Rio das Ostras completa 17 anos. Como o senhor projeta o município para daqui a 17 anos?
CARLOS AUGUSTO - Com os investimentos que estão sendo feitos hoje em saneamento, em educação, em saúde, e a busca incessante na preservação do meio ambiente, nós devemos conseguir ter uma cidade autosustetável no turismo. Eu vejo Rio das Ostras nos próximos 17 anos comemorar um aniversário de 34 anos como uma cidade que estará em condições de continuar a promover uma qualidade de vida a seus moradores e, aí sim, completamente reconhecida como uma cidade turística pelos eventos que faz e também pela preservação do meio ambiente que vai garantir que nossas praias, nossos rios e nossas lagoas estejam completamente preservados. Eu vejo um futuro de muito sucesso e progresso no constante crescimento na qualidade de vida em Rio das Ostras.
Num prazo mais curto, como enfrentar este veloz crescimento populacional que a cidade tem, com problemas decorrentes deste crescimento como segurança, por exemplo?
Segurança é responsabilidade do Estado e nós torcemos para que isso mais rápido aconteça. Esta região precisa também da mesma atenção que a capital do Estado tem. É necessário que haja investimentos de segurança em toda a Região dos Lagos e também na região dos municípios produtores de petróleo pelo crescimento que acontece, pela visibilidade destas cidades.
Na sua opinião, para a região da Bacia de Campos, principalmente Macaé e Rio das Ostras, a Secretaria de Segurança não dá o peso que deveria, deixando o foco mais para a área metropolitana do Estado?
Eu acredito que o governador Sérgio Cabral está direcionando seu foco para resolver a falta de segurança pública. Mas a velocidade de crescimento destas cidades - de Rio das Ostras, de Macaé, de Cabo Frio e de Campos - faz com que elas necessitem de uma urgência maior. Deve-se direcionar mais recursos, equipamentos mais modernos e mais pessoal acima de tudo.
Por parte de Macaé, no que se refere à duplicação da Rodovia Amaral Peixoto entre as duas cidades, a Prefeitura já afirmou que a obra não sai neste ano. E por parte de Rio das Ostras?
Nós temos o desejo, reconheço a necessidade desta obra. Mas com este problema maior, que é a questão econômica, que nós não sabemos quanto tempo ainda irá persistir, não temos como admitir o investimento que Rio das Ostras tem que fazer nesta obra, que é R$ 80 milhões. Temos uma queda em nosso repasse de royalties de 47%, contingenciando, inclusive, o nosso orçamento em 47% para cumprirmos com a Lei de Responsabilidade Fiscal e também para que a nossa prioridade maior - que é educação, saúde e investimento em infraestrutura de manutenção no município - persista. Vou continuar empenhado para que aconteça a duplicação, mas vou conversar com o governo do Estado e com a Petrobras. Até porque é uma rodovia estadual e a Petrobras teria condição de investir mais recursos nesta parceria do que ela colocou em disponibilidade.
A duplicação depende do fim da crise então?
Não. Depende da Petrobras em aumentar a parceria e sua participação neste projeto. O ideal é que o governo do Estado reconheça as dificuldades que todos passam. Mas por ser uma rodovia estadual e ser hoje a Petrobras uma das maiores causas do movimento neste trecho, acredito que eles poderiam neste momento aumentar a participação para que a obra possa acontecer junto com participações financeiras mais equilibradas.
Em relação ainda à crise, ocorreram até mudanças na programação de aniversário da cidade por causa destes problemas financeiros.
Nós que sempre investimos para que o aniversário da cidade fosse um macro-evento turístico, com a criação da Festa Agropecuária, tivemos que recuar para que os recursos que estão diminuídos nós os direcionássemos para a saúde e educação.
Conte como foi sua participação na emancipação de Rio das Ostras.
Sou muito agradecido a Deus e ao povo de Rio das Ostras. Participei desde a emancipação, fui eleito na primeira eleição vereador e como presidente da Câmara de Vereadores. Sou o único presidente de Câmara de Vereadores no Brasil que tem seis mandatos consecutivos como presidente. Depois me elegi prefeito. Na história dos 17 anos eu me orgulho honrosamente em defender Rio das Ostras. Na época da emancipação, o então deputado e hoje presidente da Câmara de Macaé, Paulo Antunes, emprestou caminhão para que fizéssemos comícios pró-emancipação.
Há 17 anos teria como imaginar que Rio das Ostras teria uma população superior a 100 mil habitantes?
De maneira alguma. E eu ouso dizer que algumas pessoas ainda não caíram nesta realidade. Nós, que vivemos o dia-a-dia da cidade, não temos esta capacidade talvez de observação que acontece com aqueles que nos visitam esporadicamente. Conheço vários turistas que mandam e-mails e cartas satisfeitos porque a cada vinda a Rio das Ostras reconhecem como evidente o investimento e a ação do poder público com o crescimento com qualidade de vida.
Na segunda-feira, o senhor vai se reunir com o governador Sérgio Cabral. O que será discutido no encontro?
Estaremos junto para que consigamos resolver o problema da falta de abastecimento de água encanada em nossa cidade. A responsabilidade é da Cedae, o município de Rio das Ostras já investiu mais de R$ 100 milhões. Somos a única Prefeitura no Brasil que investe na distribuição de água sem ter a concessão. É uma demonstração de compromisso com os moradores, com a qualidade de vida, com a saúde porque sei da importância da água tratada chegar em todos os lares pelas torneiras. Acredito que agora, com Cabral, a Cedae irá cumprir com sua responsabilidade.
O senhor se sente de mãos atadas nesta questão, por querer resolver o problema mas não ter a concessão?
Eu lamento que a Cedae hoje, com R$ 1 bilhão, não direcione estes recursos para colocar água na caixa. Eu entendo que a Cedae não é um banco, é uma instituição que tem a obrigação social de levar água encanada para todos os lares. Eu estou cobrando da Cedae para que ela restitua aos cofres de Rio das Ostras o que nós já investimos e, aí sim, que ela assuma com responsabilidade atendendo a todos os moradores. Aí ela pode cobrar a conta oferecendo água encanada. O que não pode é cobrar a conta sem oferecer o serviço.
Como está a fase da obras da PPP?
A parceria público privada está próxima de ser concretizada. É real a melhoria da qualidade de vida dos moradores em todos os bairros em que a PPP atendeu. Imaginar que aquelas obras não tivessem acontecido, seria imaginar Rio das Ostras, com todas estas chuvas que aconteceram, em um cenário do qual vimos em várias outras cidades do país. Aqui não, moradores que sempre sofriam com as chuvas hoje têm suas ruas sem alagamento. Acredito que até o mês de maio já estejamos com a obra concluída.
O Pronto Socorro da cidade atualmente recebe muitos pacientes de municípios vizinhos. Isso se torna um problema?
Cerca de 30% dos atendidos pelo Pronto Socorro e o Hospital são munícipes de outras cidades. Há investimentos que fizemos na revitalização do Pronto Socorro, contratamos mais médicos, abrimos a contratação de mais pediatras. Os investimentos que fazemos permite que moradores de outros municípios venham se cuidar em Rio das Ostras.
Não seria também deficiência de municípios vizinhos em não conseguir atender sua própria demanda?
Eu torço para que cada gestor público entenda o quanto é importante o investimento na saúde. Tanto na saúde básica quanto na de alta complexidade. Este é o verdadeiro compromisso com a qualidade de vida. Torço para que invista o que Rio das Ostras tem investido.
O concurso público feito no ano passado será homologado quando?
Vai ser homologado dentro dos próximos dias. Estamos fazendo uma cobrança, ganhamos já na Justiça, o direito de ter em nossa cidade as provas de títulos. São documentos que desejo que sejam mantidos na Prefeitura, para dar maior transparência. Aqueles que se sentirem prejudicados podem conferir os títulos em Rio das Ostras, sem precisar ir ao Rio de Janeiro. É um compromisso com responsabilidade e transparência.
Qual mensagem que o senhor deixa para o aniversário de Rio da Ostras?
É uma mensagem de otimismo, de felicidade pelos desafios que superamos. O desejo e a convicção e compromisso de continuar trabalhando para que esta cidade continue a trilhar pelo caminho do progresso, sucesso, e da melhoria na autoestima dos moradores. Há poucos dias me foi entregue uma pesquisa feita pela Petrobras onde, de todos os municípios da Bacia de Campos, o morador de Rio das Ostras é o que tem o maior índice de satisfação.
Fonte: O Debate
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