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Petrobras atinge patamar recorde de lucro líquido, R$ 33,0 bilhões em 2008

A geração operacional de caixa (EBITDA), recorde, foi de R$ 57 bilhões 170 milhões, os investimentos recordes de R$ 53 bilhões 349 milhões, produção de petróleo e gás no Brasil e no exterior cresceu 4,3%, exportação recorde de petróleo e derivados no montante de 673 mil bpd, crescimento de 9,4% em relação a 2007, resultado permitiu propor à Assembléia Geral Ordinária a distribuição de dividendos no montante de R$ 9 bilhões 915. milhões.

Em entrevista coletiva, a Petrobras informou que o lucro líquido consolidado de 2008 (R$ 32 bilhões 988 milhões) foi calculado refletindo os efeitos das mudanças introduzidas nas práticas contábeis brasileiras, decorrentes da Lei 11.638/07. No entanto, devido os ajustes procedidos nas Demonstrações Contábeis terem sido efetivados em dezembro de 2008, conforme previsão legal, os comentários de desempenho econômico foram elaborados com base na Lei 6.404/76, conforme regras vigentes anteriormente à Lei 11.638/07, a fim de possibilitar a comparabilidade com períodos passados.

“ Assim sendo, quando calculado segundo os critérios da Lei 6.404/76 o lucro líquido consolidado da companhia alcançou R$ 33 bilhões 915 milhões, um aumento de 58% em relação a 2007”, revelou o diretor financeiro e de relações com investidores, Almir Barbassa.

Lucro líquido recorde – De acordo com a Lei 6.404/76 o lucro líquido consolidado do ano atingiu o recorde de R$ 33 bilhões 915 milhões. “Contribuíram para esse resultado o crescimento de 4,3% da produção total, o aumento dos preços médios de realização de petróleo e derivados e os ganhos cambiais em decorrência da depreciação do real frente ao dólar. Em 2008 foi apurado ganho financeiro líquido de R$ 4 bilhões 22 milhões devido, principalmente, ao efeito da depreciação do real sobre os ativos líquidos expostos à variação cambial, em contrapartida a uma perda financeira líquida de R$ 4 bilhões 21 milhões, em 2007. A geração de caixa, medida pelo EBITDA, de R$ 57 bilhões 213 milhões, assegurou recursos para os investimentos recordes do período. A receita operacional líquida foi de R$ 232 bilhões 183 milhões, representando aumento de 36% quando comparada à do ano anterior”, continua o diretor.

No trimestre o lucro líquido alcançou R$ 7 bilhões 355 milhões, 46% superior ao do 4º trimestre de 2007. O resultado do trimestre foi fortemente influenciado pelo comportamento da taxa de câmbio (depreciação do real), que gerou ganho financeiro líquido de R$ 3 bilhões 381 milhões. O resultado operacional foi influenciado negativamente pela realização de estoques, formados a custos mais elevados em períodos anteriores.

Produção doméstica aumenta 5,4% – “A produção de petróleo e gás natural no Brasil em 2008 foi de 2,176 milhões barris de óleo equivalente por (boed), indicando um crescimento de 5,4% sobre o volume produzido em 2007. A produção exclusiva de petróleo alcançou 1,855 milhão de barris/dia, com um aumento de 3,5% sobre o ano anterior, enquanto a de gás natural chegou a 321 mil boed, 17,6% superior à média de 2007. Contribuíram para esse resultado o aumento na produção da plataforma FPSO-Cidade do Rio de Janeiro (Espadarte) e a entrada das plataformas Cidade de Vitória (Golfinho), P-52 (Roncador) e P-54 (Roncador), no quarto trimestre de 2007, e do FPSO Cidade de Rio das Ostras (Badejo) e da P-53 (Marlim Leste), em 2008, que permitiram superar o declínio natural dos campos maduros”, informou a Companhia.

“ A produção de petróleo e gás no exterior alcançou 224 mil barris de óleo equivalente por dia, 5,1% menor que a do ano passado. A variação deve-se, principalmente, à redução da produção em campos maduros.

A produção total de petróleo e gás natural, incluindo Brasil e exterior, aumentou 4,3% em relação à média de 2007, atingindo 2,4 milhões de boed. Um dos destaques de produção foi a entrada do poço ESS-103 na camada pré-sal do campo de Jubarte, na Bacia de Campos, conectado à plataforma P-34, cuja produção atingiu 18 mil barris por dia”,continuou.

Investimentos consolidados aumentam 18% – “Os investimentos atingiram o volume recorde de R$ 53,3 bilhões no ano, um incremento de 18% em relação aos valores investidos em 2007. A companhia continuou direcionando a maior parte de seus investimentos para a área de Exploração e Produção. Foram aplicados R$ 26,2 bilhões, com um aumento de 26% sobre o ano anterior, priorizando o desenvolvimento da capacidade de produção de petróleo e gás natural no Brasil. A Área de Gás e Energia apresentou a maior variação percentual no volume de investimentos, com aumento de 50% em comparação com 2007. Este incremento se deve à ampliação da malha de gasodutos para escoamento da produção e ao desenvolvimento de projetos de gás natural associado e não associado para suprimento da demanda brasileira. O capital investido em Abastecimento subiu 14% em função de empreendimentos para melhoria da qualidade dos combustíveis e do aumento do processamento de petróleo pesado pelas refinarias da Companhia”, destacou a Petrobras.

Preço médio de realização de derivados acompanha preços internacionais – “Os reajustes de 10% e 15% nos preços da gasolina e do diesel, em maio de 2008, seguindo a tendência dos preços internacionais, levaram o preço médio de realização (PMR) dos derivados em reais a aumentar 13% em 2008. No entanto, esses reajustes de preços do diesel e da gasolina não foram suficientes para recompor a paridade com os preços internacionais, pois somente no 4º trimestre o preço da companhia atingiu o nível dos preços internacionais.

O ano de 2008 foi caracterizado pela volatilidade nos preços das commodities e em particular do petróleo, que variou entre US$147,00 e US$37,00. Na média do ano, o Brent ficou em US$96,99, 34% acima da média de 2007. Com isso, as margens de refino seguiram comprimidas, acompanhando tendência mundial.”, completou

Utilização da capacidade instalada no Brasil alcança 91% - “As 11 refinarias da Petrobras no país processaram 1,765 milhão de barris/dia de carga fresca e produziram 1,787 milhão de barris/dia de derivados utilizando, em média, 91% da capacidade de refino, priorizando-se a produção de diesel. Do volume total do petróleo processado, 78% vieram dos campos brasileiros.

A produção internacional de derivados apresentou queda de 27% em função da venda das refinarias da Bolívia, em junho de 2007, e de paradas programadas nas refinarias da Argentina e dos EUA. A queda foi atenuada pela produção da refinaria do Japão a partir do 2º trimestre de 2008”, destacou.

Maior volume de vendas no mercado doméstico – “ As vendas totais no mercado interno aumentaram 5% em relação a 2007, com destaque para o diesel, a gasolina, o QAV e o gás natural. O crescimento de 6% nas vendas de diesel reflete o aumento do PIB, a atividade agrícola, o funcionamento de térmicas emergenciais e o investimento em obras de infra-estrutura, mineração e construção civil. Já as vendas de gasolina subiram 4%, influenciadas pelo efeito renda. As vendas de gás natural cresceram 26%, decorrente da maior oferta de gás importado e nacional (plataformas P-52, P-54 e Piranema), associado à ampliação da rede de distribuição pela construção de novos gasodutos. As vendas internacionais apresentaram queda de 6% no ano, em função do menor volume de produção internacional de derivados”afirmou.

Aumento das exportações – “A Petrobras exportou, durante o ano, o volume recorde de 673 mil barris diários de petróleo e derivados, indicando um crescimento de 9,4% sobre as exportações de 2007 e um superávit volumétrico de 103 mil barris por dia. As exportações totais corresponderam a um valor de US$ 21,2 bilhões e foram 42,7% superiores às registradas em 2007. Apesar do superávit volumétrico, houve um saldo negativo de US$ 928 milhões, devido à diferença de preços entre os produtos exportados, de menor valor de mercado (petróleo e derivados pesados), e os produtos importados de maior valor (petróleo e derivados leves). Os investimentos em refino visam à diminuição da necessidade de importação de óleo leve e a produção de derivados de maior valor agregado”, frisou.

Aumento do preço médio de referência do petróleo nacional eleva custo de extração – “O custo de extração calculado em reais, sem considerar participações governamentais, cresceu 15% em 2008, em virtude do aumento do custo dos serviços e de equipamentos para a indústria, que acompanhou a elevação do preço do óleo. Os custos de extração, incluindo as participações governamentais, em reais, aumentaram 29% no ano, refletindo a alta acumulada do preço médio de referência do petróleo nacional, baseada nas cotações internacionais, e o aumento das alíquotas dos campos de Roncador e Espadarte devido ao aumento da produção decorrente da entrada dos novos sistemas de produção FPSO-Cidade do Rio de Janeiro, P-52 e P-54”, demonstrou Barbassa .

Aumento das Disponibilidades da Companhia – “ Mesmo realizando investimentos recordes em 2008, Petrobras conseguiu aumentar suas disponibilidades, através da forte geração de caixa e de operações financeiras bem sucedidas realizadas ao longo do ano. O sucesso da companhia em suas captações no mercado interno e externo demonstra a confiança do investidor e a credibilidade da Petrobras junto ao mercado de crédito e de capitais. O crescimento do endividamento total é explicado pelas novas captações e pela depreciação de 32% do real com efeito sobre os financiamentos denominados em dólar (61% dos financiamentos de longo prazo), o que resultou em um aumento de R$ 9,3 bilhões do endividamento”, complementou.

Participações governamentais no País cresceram 46% – “ O aumento foi reflexo da elevação do preço médio de referência do petróleo, do crescimento da produção e do aumento da taxa aplicada para pagamento de Participação Especial em Roncador e Espadarte”, demonstrou os indicadores.

“A contribuição econômica da Petrobras ao País, medida por meio da geração de impostos, taxas e contribuições sociais, totalizou R$ 56 bilhões 881 milhões, representando aumento de 11% em relação a 2007”, afirmou o diretor.

“Valor de Mercado da Petrobras atingiu R$ 246 bilhões em dezembro de 2008 – O ano de 2008 foi marcado pela crise financeira mundial, que se estendeu para o setor real da economia. Desde o início de junho houve um movimento de venda generalizado no mercado de ações, não só no Brasil, mas também nas principais bolsas mundiais, o que afetou as cotações dos papéis da Petrobras. Acompanhando a crise financeira nas principais economias e mercados mundiais, que levou a uma retração das principais bolsas, o valor de mercado da companhia seguiu uma tendência de queda a partir de meados de 2008, fechando o ano em R$ 246 bilhões. As ações e os recibos da companhia acompanharam o desempenho negativo da Bovespa e do Índice Dow Jones durante o ano de 2008”, concluiu a direção da Petrobras.

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