Aliados de Lula e Bolsonaro fazem leituras diferentes do encontro com Trump. Montagem com fotos de Ricardo Stuckert/PR - 25.10.2025, Daniel Torok/Casa Branca - 05.10.2025 e Gustavo Moreno/STF - 25.03.2025
Petistas celebram gesto
diplomático, enquanto base de Bolsonaro ironiza menção feita por Trump ao
ex-presidente
A
reunião entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, realizada
neste domingo (26) em Kuala Lumpur, na Malásia, provocou reações opostas entre
aliados do petista e
de Jair Bolsonaro.
Enquanto petistas comemoraram o
gesto como sinal de retomada diplomática e maturidade política, bolsonaristas
transformaram o encontro em motivo de ironia, dizendo que Lula
teria se incomodado com elogios de Trump ao ex-presidente.
Durante a parte inicial da
conversa, aberta à imprensa, Trump afirmou “sempre ter gostado” de Bolsonaro e
disse que o ex-capitão “passou por muita coisa”.
Lula reagiu sorrindo, sem
comentar. Segundo o Planalto, a questão não integrou a pauta do diálogo
reservado, centrado em temas comerciais e econômicos.
Liderança e diplomacia
Entre os governistas, a narrativa
girou em torno da imagem de Lula como estadista e defensor do diálogo. O líder
do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que o encontro simboliza “a
volta de um Brasil que fala de igual a igual com o mundo”.
Para ele, o presidente manteve
“postura firme” ao cobrar o fim da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
“As equipes dos dois governos
começam a negociar imediatamente um novo acordo comercial, capaz de proteger os
empregos e a indústria nacional. Lula age com pragmatismo e responsabilidade,
buscando saídas concretas para revogar as sanções políticas e econômicas sem
abrir mão da autodeterminação do Brasil”, declarou Lindbergh.
O senador Jaques Wagner (PT-BA)
também elogiou o desempenho do presidente.
“Lula mostrou ser um dos maiores
estadistas do nosso tempo. Independente de quem esteja do outro lado da mesa, o
Brasil e o nosso povo sempre estarão em primeiro lugar”, afirmou.
‘Carisma’
O líder do governo no Congresso,
Randolfe Rodrigues (PT-AP), adotou tom bem-humorado e disse que Trump teria se
impressionado com o “carisma” de Lula.
“Tem coisa que nem a inteligência
artificial consegue prever. Mas aconteceu: Lula e Trump lado a lado. Eu te
entendo, Trump, é difícil resistir ao carisma do nosso presidente”, escreveu.
O presidente nacional do PT,
Edinho Silva, defendeu que o Brasil mantenha protagonismo internacional com
base no respeito e na soberania.
“O mundo precisa fortalecer os
mecanismos do multilateralismo. É em mais diálogo e não em imposições que
resolveremos os problemas do planeta”, destacou.
Na Esplanada, o ministro do
Trabalho, Luiz Marinho, avaliou que o encontro marcou um novo momento entre
Brasília e Washington. “E ganha, claro, Lula. Mostra-se ao mundo como
negociador experiente, capaz de defender o Brasil sem bravata, sem submissão. A
velha escola sindical ainda funciona: ouvir, dialogar, arrancar resultados”,
disse.
Bolsonaristas falam em
incômodo
Enquanto o campo governista
celebrou o gesto diplomático, aliados de Jair Bolsonaro recorreram às redes
sociais para sugerir que Lula teria se sentido desconfortável com as menções
feitas por Trump ao ex-presidente.
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi o
primeiro a reagir: “Lula encontra Trump e na mesa um assunto que claramente
incomoda o ex-presidiário: Bolsonaro. Imagine o que trataram a portas fechadas?”,
escreveu.
O deputado Hélio Lopes (PL-RJ)
também ironizou: “O corpo fala”. Já o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO)
afirmou que Trump teria chamado Bolsonaro de “grande homem” diante de Lula —
algo não registrado nas falas públicas.
“Na cara do Lula, Trump rasga
elogios a Bolsonaro e chama-o de ‘grande homem’. Parece que a reunião não saiu
como o Barbudinho esperava. A imprensa correu para dizer que ‘Bolsonaro era
página virada para Trump’. A imprensa militante é um câncer”, disse.
‘Fiasco’
O deputado Evair de Melo (PP-ES)
avaliou o encontro como um “fiasco”.
“Enfim, Lula resolveu agir como
presidente de uma grande nação. Depois de quase dois anos bajulando ditadores,
atacando o agro e isolando o Brasil, finalmente sentou à mesa com Donald Trump.
Mas o resultado? Nenhum. Nenhum acordo, nenhuma proposta, nada de concreto —
uma foto pra inglês ver”, publicou.
Bibo Nunes (PL-RS) também
comentou, afirmando que Trump busca afastar o Brasil da China. “Trump negocia a
economia com o desgovernante Lula, mas jamais cederá um milímetro na pauta
política, onde a ideologia e atitudes de Lula com seus asseclas são
inaceitáveis”, declarou.
Eduardo Bolsonaro ainda sugeriu
“empatia” entre Trump e o pai. “A capacidade de Donald Trump de se colocar no
lugar de Jair Bolsonaro e imaginar que, quando sair da presidência, Lula e sua
equipe apoiarão a lawfare que certamente Trump sofrerá”, afirmou.
O parlamentar criticou o tempo
dedicado à crise envolvendo os Estados Unidos e a Venezuela. “Lula gastou os
poucos minutos com o 01 da economia mundial para tratar da situação na região e
não se preocupou em falar sobre Bolsonaro”, disse.
R7

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