Crise produz derrotas e triunfos na volta de dekasseguis ao Brasil
Impacto da crise econômica no Japão aumenta retorno de brasileiros. Criar negócio se torna a opção mais atraente para quem volta.
A crise econômica que sacode a economia mundial está forçando o retorno ao país dos brasileiros que foram trabalhar no Japão em busca de um salário mais elevado – os chamados dekasseguis.
Segundo entidades que trabalham com dekasseguis, só cresce o número de pessoas que decidem voltar ao Brasil após perder o emprego em terras nipônicas.
“A demanda aumentou em pelo menos 600% frente ao ano passado”, afirma Renato Shigeru, da consultoria Reduplan, que trabalha com a readaptação dos trabalhadores ao Brasil.
Impacto
Existem cerca de 1,4 milhão de descendentes japoneses no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Dekasseguis (ABD). Excetuado o estado de São Paulo, a maior parte desse contingente está localizada no Paraná, concentrada na região Norte do estado, nas cidades de Londrina, Maringá e Assaí.
O G1 visitou essas cidades para conhecer o impacto provocado pela volta dos dekasseguis à rotina econômica e social das localidades e das famílias de moradores. Esta é a primeira de uma série de reportagens que, de hoje a segunda-feira, vão abordar diversos aspectos desse processo de retorno. Segundo Cláudio Suzuki, presidente do Instituto Tomodati de Maringá, normalmente, o dekassegui que consegue trazer algum dinheiro do Japão busca abrir um negócio próprio. Já quem volta sem nada procura conseguir um emprego ou presta um concurso público. Mas a falta de recursos pode ser particularmente difícil para quem retorna. “Se a pessoa busca um emprego, ela está há anos sem experiência, muitas vezes sem uma grande educação formal. Só vai conseguir um emprego mal-remunerado de R$ 500 ou R$ 600 para alimentar a família. Assim, empreender se torna quase uma exigência”, analisa Shigeru. Ao longo desse caminho, muitos conseguem a almejada vitória – mas uma parcela também não obtém sucesso.
Doceria real
Nilo Kato é um exemplo de dekassegui que conseguiu reconstruir a vida em Londrina após voltar do Japão, onde viveu por 15 anos. Ao voltar, ele começou a gerir uma borracharia ao lado do sogro. A experiência, diz ele, foi “um choque enorme”, devido às diferenças no ambiente de negócios entre Brasil e Japão.
“Aqui, eu vendia pneu careca por um valor até alto. Lá, eu jogava no lixo pneus praticamente novos. Eu ganhava gorjetas de R$ 1 por aqui e tinha vontade de chorar, pois eu sempre dava antes gorjetas de US$ 10 no Japão. Foi um período muito difícil, mas aprendi a revalorizar muita coisa”, afirma. Ele resolveu mudar de ramo porque o negócio da borracharia rendia muito pouco. Surgiu então a idéia de abrir uma confeitaria, porque já no Japão, nos finais de semana, Nilo e a esposa atendiam encomendas de doces para festas de aniversários de brasileiros no país.
“O investimento inicial foi de cerca de R$ 50 mil. Mas o começo foi mais difícil do que eu imaginava. Onde encontrar fornecedores? Como montar uma planilha de custos?”, explica. Ele procurou então o Sebrae paranaense, onde fez uma série de cursos de aperfeiçoamento. O resultado não demorou a aparecer. A confeitaria foi escolhida para fazer as sobremesas que o príncipe herdeiro japonês saboreou durante sua passagem pela região no ano passado, em comemoração aos 100 anos da imigração japonesa para o Brasil.
“Foi uma coroação”, diz Nilo. “No Japão, quando se recebe um favor, retorna-se. Aqui, tive a oportunidade de dizer um muito obrigado simbólico aos japoneses”, afirma. Hoje, a confeitaria possui 15 funcionários e está ampliando a loja. “Recebemos propostas para franquear a marca, mas ainda não me sinto preparado. Estou fazendo uma série de cursos sobre a área, e quero contratar assessorias e empresas para gerenciarem esse processo. Quando acontecer, quero que seja um processo muito bem realizado”, diz Nilo.
Ele aconselha os brasileiros que retornam: “Dê um tempo. Se acostume com a situação no Brasil. Não se afobe. A gente aprendeu muita coisa sobre o método de trabalho adotado no Japão, podemos usar isso aqui. Eu mesmo usei a agilidade e a rapidez que aprendi por lá para fazer bolos aqui na loja”.
Fuga da crise
Quem também conseguiu um negócio bem-sucedido no Brasil foi o casal Carlos e Cíntia, que preferiram não revelar o sobrenome. Eles voltaram ao país natal em dezembro de 2008, com medo da crise.
“Ficamos assustados com a situação no final do ano. Havia muita gente desabrigada que era obrigada a acampar no frio, porque tinham perdido as casas. Outros dormiam dentro do próprio carro ou então em igrejas”, relata Cíntia. Quando voltaram ao Brasil, eles receberam uma proposta para assumir um restaurante em Londrina. “A proposta caiu do céu porque o setor de alimentação nunca para, mesmo com a crise. O risco é menor”, diz ele. No entanto, o negócio não impede que Carlos critique o sistema brasileiro. “Aqui, nada funciona. Tem muita burocracia e falta pontualidade. Temos um alvará emperrado porque a imobiliária quer um fiador com renda mensal de pelo menos R$ 15 mil”, diz.
Ele vai além: “também a qualidade dos funcionários não é a mesma que lá. A gente pode repetir dez vezes: ligue o exaustor quando for fritar para evitar a fumaça, mas não adianta. Sempre fica desligado e enche o restaurante de fumaça”, afirma.
Com volta voadora, Vettel é pole na China. Barrichello larga em quarto
Fernando Alonso consegue volta mágica no fim e arranca o segundo lugar, 197 milésimos atrás do alemão da RBR
Com uma volta voadora no fim do treino classificatório, Sebastian Vettel vai largar na pole position do GP da China, que será disputado neste domingo. O alemão da RBR conseguiu a primeira posição pela segunda vez na carreira, a primeira da equipe. A outra foi no GP da Itália de 2008, quando ele conseguiu sua primeira vitória, ainda com a STR. Fernando Alonso, da Renault, fez um excelente tempo e sai em segundo, 197 milésimos mais lento que Vettel. Mark Webber, companheiro de Vettel na RBR, sai na terceira posição, mas foi superado por quase três décimos pelo alemão. Rubens Barrichello, da Brawn GP, superou pela primeira vez no ano o companheiro Jenson Button em um treino classificatório e larga em quarto. O inglês será o quinto colocado no início da corrida deste domingo em Xangai. Jarno Trulli, da Toyota, marcou o sexto tempo, à frente de Nico Rosberg, da Williams, o melhor no último treino livre, realizado na manhã deste sábado em Xangai. Kimi Raikkonen, da Ferrari, não conseguiu fazer frente aos carros mais rápidos e sai apenas em oitavo, uma posição à frente de Lewis Hamilton, da McLaren, o nono colocado. Sebastien Buemi, da STR, fez um bom treino e completa a lista dos dez primeiros no grid do GP da China.
Pela terceira vez seguida na temporada 2009 da Fórmula 1, Nelsinho Piquet foi eliminado do treino classificatório ainda na primeira parte (Q1). O brasileiro da Renault vinha fazendo boas voltas, mas foi superado nos momentos finais e, para completar, ainda errou na primeira e segunda parciais de sua última tentativa e abortou a volta. Ele vai largar apenas em 16º, beneficiado pela troca de câmbio do alemão Timo Glock, da Toyota, que caiu para 19º. Robert Kubica, da BMW Sauber, que avaliou o Sistema de Recuperação de Energia Cinética (Kers) nos treinos livres pela primeira vez na temporada, optou por brigar pela pole e correr sem ele em Xangai. O polonês foi eliminado ainda no Q1 com o 17º tempo, após ser superado pelo companheiro de equipe Nick Heidfeld, que avançou ao Q2. Felipe Massa, da Ferrari, foi eliminado ainda na segunda parte. O brasileiro saiu com os pneus supermacios para tentar uma volta rápida, mas errou, estragou a borracha e ficou apenas na 13ª posição no grid de largada. Enquanto isso, Kimi Raikkonen, seu companheiro de equipe, avançou à última parte do treino.
A Rede Globo transmite o GP da China neste domingo, às 4h (horário de Brasília), com narração de Galvão Bueno, comentários de Reginaldo Leme e Luciano Burti, e reportagens de Mariana Becker. O GLOBOESPORTE.COM acompanha, em Tempo Real, as 56 voltas da prova em Xangai.
Cúpula das Américas deve servir para ‘quebrar o gelo’ entre países
Analistas veem com otimismo mudança de postura dos EUA. Cuba, que é vetada de reunião, deve canalizar atenções em Trinidad.
Se "Cúpula das Américas" pode parecer um assunto um tanto monótono e burocrático, vamos colocar da seguinte forma: este quinto encontro entre as nações do continente vai servir basicamente como um primeiro encontro entre duas pessoas. E o encontro aqui citado pode ser visto tanto entre empresas como pessoal.
Analistas acreditam que a quinta edição, aberta na sexta-feira (17), trará de novo a postura mais ‘humilde’ dos Estados Unidos, tudo para que possa se aproximar não de meia dúzia de nações, mas de quase todas.
No caso, e apenas para ilustrar o que deve acontecer de prático no encontro em Port of Spain, em Trinidad e Tobago, é o caso de amigos tentarem ‘desencalhar’ duas pessoas conhecidas entre si com um encontro em um restaurante. Tudo para que ambos, no mínimo, se transformem em bons amigos. A Cúpula das Américas chega a sua quinta edição. Iniciada em 1994, em Miami, e realizada em média a cada quatro anos (as outras foram em 1998, 2001 e 2005), engloba os países com chefes de Estados eleitos democraticamente. Daí a exclusão de Cuba dos encontros. Daí mais uma razão para os conflitos. Assim sendo, Cuba acaba sendo um ponto em conflito para que o jantar entre as pessoas (no caso, nações) possa se tornar um sucesso. No último dia 13, os EUA levantou restrições de viagens à ilha e de remessas de dinheiro feitas por cubano-americanos para suas famílias que moram em Cuba, entre outras ações. O embargo comercial, porém, segue em pé. Assim como as relações tumultuadas entre os países bolivarianos (leia-se Venezuela, Bolívia e Equador).
Seguindo com a ilustração: veja a reunião de líderes como um jantar entre duas pessoas, no caso Estados Unidos e Venezuela, e que foi promovido entre os amigos mais próximos de cada um deles, no caso, Chile, Brasil, Bolívia e Equador, que também estarão sentados à mesa do restaurante para ajudar a ‘quebrar o gelo’.
Para ajudar a quebrar barreiras colocadas anteriormente por relações que não deram certo, principalmente por conta da postura do ex-presidente americano George W. Bush, Barack Obama, representando os norte-americanos, não vai com um carro esportivo com a capota levantada, terno e gravata de seda e o som estourando em decibéis. Mas de boné, calça de sarja, camiseta pólo e com um sorriso aberto. No som, algo mais próximo de MPB. Do outro, Hugo Chávez, representando logicamente a Venezuela, e mais Bolívia e, claro Cuba, vem com sua roupa militar ou vermelha. Cara sisuda, não sabendo exatamente o que esperar do outro lado, já que nos últimos oito anos (duas cúpulas) sempre se acostumou a ver e não ouvir Bush.
Analistas
“Os EUA não chegam com um plano pré-concebido e já costurando com seus aliados mais próximos para traçar o plano deles meio que na marra. Isto é uma mudança importante. Esta mesma postura foi tomada na Otan e no G-20. Os EUA mais ouviram do que levaram coisas prontas. Este é um ponto importante na diplomacia americana. Nas últimas décadas os EUA chegaram com uma proposta já fechada”, afirmou Luiz Augusto Estrella Faria, professorde Relações Internacionais e Economia da UFRGS. “Vai ser um começo diferente na relação principalmente entre Chávez e Obama, diferentemente do que foi entre Chávez e Bush. Agora, Obama vai ouvir. Não quer dizer que ele vai acreditar ou colocar em prática, mas vai ouvir”, completou. O professor Rafael Duarte Villa, professor de relações internacionais do departamento de ciências polícias do instituto de relações internacionais da USP, acredita que a quinta edição da cúpula servirá para as partes interessadas ‘trocarem os cartões de visita’. “Sem dúvida o ponto diferente deste encontro é que deixa de lado a discussão sobre algumas temáticas tradicionais de outros encontros, fundamentalmente como sobre economia, sobre zona de livre comércio, narcotráfico, terrorismo. O centro da agenda é Cuba e a possibilidade de reintegração dela ao conjunto interamericano”, afirmou. “Os EUA precisam dizer para Chávez a mesma coisa que disse o (presidente da Espanha, José Luis Rodríguez) Zapatero quando começou o seu governo. A época de (ex-presidente espanhol José María) Aznar com Chávez foi de enfrentamento. Quando começou, Zapatero disse inteligentemente para Chávez para começarem do zero. Pode ser uma atitude também dos países bolivarianos. Um processo de aproximação com os Estados Unidos”, disse. Charles Pennaforte, diretor do Centro de Estudos em Geopolitica e Relacões Internacionais do Rio de Janeiro (Cenegri), crê que os Estados Unidos, ou basicamente Barack Obama, estão no caminho certo com relação à América Latina.
“A ideia do governo Obama é apagar a tradição do período Bush, que relegou para o segundo plano a América Latina”, afirmou. “A discussão tende a avançar, o encontro vai ser positivo porque será o primeiro encontro geral de Obama com os outros governos da América Latina. A Venezuela ainda é reticente, mas será um exercício de diplomacia de Obama. A marca de Chávez é a retórica antiamericana, mas Obama é esperto neste aspecto, ele tentará apagar este período anterior do Bush”, disse. Todos estão de acordo que mudanças não devem acontecer a curto prazo, que a Cúpula não trará alterações nos rumos das negociações a partir das próximas semanas. Assim sendo, o melhor é que cada um continue enviando flores e chocolates para os outros. Ao menos mal não vai fazer.
Brasileiro diz que sofria 'pressão psicológica' na Legião Estrangeira
Em entrevista exclusiva concedida no ano passado, Josafá Pereira, acusado de quatro mortes, afirmou que sempre sonhou com a carreira militar.
O soldado brasileiro Josafá de Moura da Silva Pereira, acusado de ter assassinado quatro pessoas em Abéché, leste do Chade, no início do mês, afirmou, em entrevista exclusiva e inédita concedida à BBC Brasil no ano passado, que sofria grande pressão psicológica no período em que serviu na Legião Estrangeira do Exército francês.
Pereira é acusado de ter matado, no dia 7 de abril, dois legionários, um soldado togolês e um camponês chadiano, no que foi classificado pelo Exército francês como "um acesso de loucura".
Ele integrava o Segundo regimento estrangeiro de infantaria da Legião, e estava em missão no país africano com a força de intervenção rápida da Eufor, da União Europeia.
O brasileiro foi detido no dia 9 de abril pela polícia militar do Chade, e, na última sexta-feira, foi indiciado e teve sua prisão preventiva decretada pelo Tribunal das Forças Armadas de Paris.Ele foi entrevistado no ano passado em uma reportagem sobre o aumento do número de brasileiros na Legião Estrangeira Francesa.
Na ocasião da entrevista, Pereira, cujo nome de legionário era Paulo da Silva (os recrutas recebem uma nova identidade ao ingressarem no Exército francês) afirmou ter sofrido "humilhações" nos primeiros meses que passou na Legião, mas disse que "o pior já havia passado".
Para ele, o treinamento inicial, de quatro meses, é a fase mais difícil. "O recruta fica isolado em Castelnaudary (cidade onde se localiza o 4 regimento da Legião), é proibido até de telefonar", disse.
"O mais difícil é suportar a pressão psicológica, os soldados colocam muita pressão por qualquer erro, se o armário não está bem arrumado, se você ultrapassa o tempo de 1 minuto no banho... Você dorme pouco, acorda cedo, come rápido, é tudo na pressão".
Segundo ele, uma das maneiras de pressão era fazer com que todos os outros pagassem pelo atraso de um recruta. "Eles te humilham. Se você chega atrasado, tem 5 minutos para trocar de roupa de esporte para a farda, e, enquanto, isso todo mundo fica fazendo flexão. Se você cantar mal (os hinos do grupo), eles fazem todo mundo correr e repetir os hinos por várias horas, até cantarem perfeitamente".Pereira, que à época da entrevista afirmou ter pensado em desistir (ele posteriormente tentaria desertar), disse, no entanto, que "o pior havia passado".
"Teve épocas em que eu pensava em desistir, tem muito desertor. Mas depois que você se torna rouge (soldado) fica mais fácil, você fica tomando conta dos outros. Eles são bem rígidos, como no Brasil também é assim".
Pereira se alistou na Legião Estrangeira francesa em fevereiro de 2007, após ter tentado por duas vezes entrar nas Forças Armadas brasileiras.
"Sempre tive vontade de ser militar, era meu sonho desde pequeno", disse na ocasião.
"Não servi o Exército porque fui dispensado por excesso de contingente em São Paulo. Depois, também tentei fazer teste para a Marinha, mas não consegui passar. Quando fui dispensado conheci a Legião e, como gosto de aventura, sair para missões, viajar, resolvi me alistar, porque a Legião é um lugar em que você viaja muito", afirmou à BBC Brasil.
Criado em Santo André, em São Paulo, ele contou que trabalhou em diversas áreas antes de ir para a França. "Fiz várias coisas na vida. Já fui motoboy, trabalhei na construção civil e fui motorista."
Ele entrou em contato com a Legião através do irmão Jeremias, que também faz parte do Exército francês. O brasileiro afirmou que precisou vender o computador para comprar a passagem de avião, e chegou a Paris sem falar nenhuma palavra de francês. "Fui aprender um pouco com a convivência na Legião", disse.
Na ocasião da entrevista, o brasileiro estava no quartel de Nîmes, no sul da França.Ele contou que sua rotina começava às 5h30 junto com os outros soldados para estarem prontos para a revista, pontualmente às 6h. Depois, os primeiros serviços eram distribuídos - "os mais novos pegam os serviços mais pesados" - como fazer guarda, faxina, cuidar das armas, organizar os escritórios administrativos ou cozinhar para a tropa. "Isso é quando não temos instrução ou treinamento", disse à BBC Brasil. "Passei duas semanas em outro regimento fazendo demonstração de combate urbano".
Segundo ele, o trabalho mais pesado era fazer guarda à frente do quartel durante 24 horas. "Não pode ter marca nenhuma na roupa, tem que se vestir bem".
No final do dia, contou, havia algumas horas de esporte: futebol, vôlei ou corrida. Na época da entrevista, ele disse que estava ansioso para ir para Djibuti, na África, de onde tentaria desertar meses mais tarde, na sua primeira infração disciplinar às normas da Legião.
Na opinião de outros legionários brasileiros, Pereira era um bom colega. "Eu tive a chance de conhecê-lo em Nîmes quando estive lá. De baixa estatura, tinha pouco tempo de serviço, mas era querido pelos colegas brasileiros", escreveu um legionário sobre ele.
Já João Rafael Tirabassi, que ingressou em 2007 e está afastado da Legião, diz que o considerava um "soldado exemplar". "Ele era evangélico, orava sempre. Não faltava em serviço, respeitava os superiores, mantinha sempre seu fardamento limpo e bem passado, e não reclamava de nada", disse Tirabassi.
Ex-miss americana que virou jornalista pega oito anos de cadeia no Irã
Roxana Saberi está presa há dois meses na capital, Teerã. Ela é acusada de espionagem a favor dos Estados Unidos.
A jornalista iraniano-americana Roxana Saberi foi condenada a 8 anos de prisão no Irã, sob a acusação de espionar a favor dos EUA, segundo sua família e seu advogado.
De acordo com seu pai, ela teria sido "enganada" para assumir a acusação.
"Roxana nos disse que nada do que confessou era verdade, mas que a intimidaram e disseram que se cooperasse seria liberada", afirmou Reza Saberi, sem informar quando aconteceu a conversa com a filha.
O Judiciário do Irã havia acusado formalmente a jornalista freelancer e ex-miss de espionagem, segundo a agência ISNA.
Citando um juiz iraniano, a agência diz que Saberi aceitou a acusação.
Saberi está detida há quase dois meses no Irã, na prisão de Evin, em Teerã. Na semana passada, ela recebeu a visita de seus pais.
Jornalista freelancer de 31 anos, Saberi telefonou para seus pais no dia 10 de fevereiro deste ano dizendo que tinha sido detida, mas pediu a eles que não fizessem nada, pois pensava que não se tratava de um assunto sério.
No dia 28 do mesmo mês, seu pai, morador da cidade americana de Fargo, decidiu vir a público após 18 dias sem notícias da filha. Segundo o pai, Saberi teria sido detida por ter comprado uma garrafa de vinho no Irã, país que proíbe a venda e o consumo de álcool. No entanto, as autoridades iranianas justificaram que a jornalista americana trabalhava "de forma ilegal", já que sua licença de trabalho havia vencido havia mais de um ano. A jornalista, que já colaborou com emissoras de televisão conhecidas internacionalmente como "BBC" e "Fox News", estava no Irã para escrever um livro sobre o país e cursava um mestrado em política iraniana.
Roxana foi Miss Dakota do Norte em 1997 e esteve entre as dez finalistas do Miss América naquele ano. Sua mãe, Akiko, é japonesa, e seu pai é iraniano. Ela nasceu nos EUA e cresceu em Fargo, Dakota do Norte. No início de março, pouco depois de a notícia ter sido divulgada, o vice-promotor de Teerã, Hassan Haddad, anunciou que a libertação da jornalista ocorreria "em breve". Estados Unidos e Irã romperam suas relações diplomáticas em 1980, depois do longo sequestro da embaixada americana em Teerã e o triunfo um ano antes da Revolução Islâmica que derrubou a monarquia do último xá de Pérsia, o pró-ocidental Mohamad Reza Pahlevi. Em janeiro passado, após assumir o cargo, o presidente dos EUA, Barack Obama, se comprometeu a buscar uma nova relação com o Irã se o regime dos aiatolás "estender a mão". Nos últimos anos, vários jornalistas, pesquisadores e professores irano-americanos foram detidos pela polícia iraniana. Na semana passada, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, entregou às autoridades iranianas uma carta na qual explicava que a libertação de Saberi e a de um suposto agente americano desaparecido há de mais de dois anos na ilha iraniana de Kish seria entendida como um gesto de boa vontade.
Grupos de direitos humanos criticam o Irã por prender jornalistas e suprimir a liberdade de imprensa. O argumento do governo iraniano é que eles tentam derrubar o regime islâmico.
Explosão em mina mata 18 na China
Carga ilegal de dinamite provocou o acidente em Hunan. Três pessoas ficaram feridas, e duas estão desaparecidas.
Pelo menos 18 pessoas morreram, três ficaram feridas e duas estão desaparecidas na explosão acidental de uma carga de dinamite em uma mina de carvão na província de Hunan, na China, informou neste sábado (18) a agência de notícias oficial local "Xinhua".
O acidente aconteceu ontem às 15h30 (4h30, Brasília) na cidade de Chenzhou, no distrito de Yongxing. A mina, de três pavimentos, veio abaixo com a explosão da dinamite e dos detonadores armazenados.
A Polícia de Hunan investiga as causas do acidente e procura os três empresários responsáveis pela exploração da mina, já que não tinham licença legal para utilizar o material que veio a explodir. O setor da mineração de carvão chinês é o mais inseguro do mundo, com pelo menos 3.200 mortes só no ano passado.
Homem é preso em hotel de SP com R$ 1 milhão em notas falsas
Prisão aconteceu na tarde desta sexta-feira (17). Cédulas falsificadas são de R$ 50.
Um homem foi preso por volta das 17h desta sexta-feira (17) em um hotel, na região central de São Paulo, com aproximadamente R$ 1 milhão em notas falsas.
Segundo informações do 4º Distrito Policial, a polícia investigava um derrame de notas falsas na região da Avenida Paulista. E, após investigações, um homem foi preso por volta das 16h30 em um hotel na região central. Junto com o suspeito foram encontradas duas malas com cédulas de R$ 50.
Em depoimento à polícia, o homem alegou que as notas seriam usadas em um trabalho publicitário. Ele segue detido no 4º DP.
Carros já podem ter etiqueta que mostra consumo de combustível
Pelo menos 31 modelos já podem apresentar o selo nas concessionárias. Etiqueta classifica eficiência energética do veículo.
Alguns carros novos já podem sair das concessionárias com a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia, um selo com o carimbo do Inmetro que mostra informações sobre o desempenho do automóvel em relação ao consumo de combustível na cidade e na estrada (em km/l ou km/m3, no caso dos motores a gás natural) e classifica o modelo de acordo com seu nível de consumo. O selo foi lançado na tarde desta sexta-feira (17) na
sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista.
Para a certificação, o Inmetro dividiu os modelos em 8 categorias: subcompacto,compacto, médio, grande, esportivo, fora-de-estrada, comercial leve e comercial derivado de carro de passeio. Os veículos receberam certificação de A a E, sendo que os que tiveram a indicação A foram os que apresentaram a melhor eficiência energética enquanto os classificados com E apresentaram os maiores índices de consumo.
A etiqueta mostra ainda o consumo urbano e rodoviário do veículo rodando com álcool, gasolina ou GNV. Este deverá ser o ponto de muita discussão entre consumidores e as montadoras. De acordo com o Inmetro, estes valores são uma referência obtida com testes com os carros feitos em laboratórios, com maneira de dirigir e combustível padrão. Os testes seguiram padrões estabelecidos pela norma técnica 7024 da ABTN. Durante os testes, os carros ficam sobre uma espécie de esteira, na qual são simuladas diferentes condições de tráfego. Desta forma, os computadores vão registrando os gastos de combustível.
Em outras palavras, o selo estampa valores padronizados de algo que é muito variável – o consumo médio de combustível de um carro varia de acordo com a maneira de conduzir, a quantidade de carga, a pressão dos pneus, o trânsito que cada motorista encontra, entre outros fatores.
“Cada consumidor terá a sua realidade de acordo com sua maneira de dirigir e sua relação com o veículo”, salienta João Jornada, presidente do Inmetro. “Os números que aparecem na etiqueta são representativos para um consumidor médio.”
Entre os modelos que poderão receber a etiqueta estão Classic, Celta, Corsa Sedan e Prisma (Chevrolet); Mille (Fiat); Picanto (Kia), Voyage e Polo Bluemotion (Volkswagen).
Não são todos os carros que terão a etiqueta. O selo não é obrigatório. Neste primeiro momento, apenas cinco montadoras participam voluntariamente do programa: Chevrolet, Fiat, Honda, Kia e Volkswagen. Este ano, 31 modelos de cinco categorias poderão sair de fábrica etiquetados.
O selo brasileiro é diferente do modelo europeu, que destaca informações sobre a quantidade de poluentes que cada modelo lança na atmosfera. “No caso do Brasil, o principal é o consumo do automóvel”, destaca Mozart Schmidt de Queiroz, gerente executivo de Desenvolimento Energético da Petrobras.
O selo será renovado anualmente e um carro que teve classificação E (muito consumo) poderá no ano seguinte obter uma qualificação melhor de acordo com as melhorias técnicas feitas pelo fabricante. O Em agosto, o Inmetro vai analisar novos modelos que poderão receber o selo. “O consumidor vai utilizar esta etiqueta como critério para compra do seu veículo”, acredita o presidente do Inmetro.
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