Flávio defende privatizações, corte de impostos e se apresenta como ‘Bolsonaro mais moderado’ | Rio das Ostras Jornal

Flávio defende privatizações, corte de impostos e se apresenta como ‘Bolsonaro mais moderado’

Flávio durante entrevista à Reuters em seu gabinete em Brasília: 'Sou um Bolsonaro que se vacinou' Adriano Machado/Reuters - 19.12.2025

Em entrevista à Reuters, senador cita desinvestimentos nos Correios e na Petrobras e tenta reduzir resistência do setor financeiro

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou, em entrevista exclusiva à agência Reuters, que pretende trabalhar por um governo mais enxuto caso seja eleito presidente da República.

Entre as prioridades citadas estão o corte de impostos, a retomada de privatizações e a redução do tamanho do Estado, com menções diretas a possíveis desinvestimentos nos Correios e, em determinados segmentos, na Petrobras.

Na primeira entrevista concedida a um veículo internacional desde o anúncio de sua pré-candidatura, o filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro buscou se apresentar como uma alternativa mais moderada dentro do campo conservador.

Segundo ele, a proposta passa por reformas orientadas por critérios econômicos, deixando em segundo plano disputas culturais.

Eu me considero, de verdade, um Bolsonaro mais centrado. Sempre tive um perfil mais moderado, mais ponderado”, declarou o senador, durante a conversa em seu gabinete em Brasília.

A pré-candidatura ganhou força após o endosso do ex-presidente Jair Bolsonaro, preso para cumprir pena de 27 anos sob acusação de liderar uma tentativa de golpe para reverter o resultado das eleições de 2022.

Ampliar diálogo com eleitores

Aos 44 anos, Flávio afirma querer preservar a influência política da família e, ao mesmo tempo, ampliar o diálogo com eleitores e agentes econômicos alinhados ao mercado. Como exemplo de divergência pessoal em relação ao pai, citou a vacinação contra a Covid-19.

“Eu tomei duas doses da AstraZeneca, enquanto meu pai preferiu não se vacinar”, disse.

O anúncio de sua candidatura gerou reações cautelosas no mercado financeiro, com dúvidas sobre sua capacidade de derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nos últimos dias, o senador intensificou reuniões com banqueiros e empresários, com o objetivo de transmitir segurança e sinalizar continuidade da agenda econômica conduzida por Paulo Guedes no governo anterior.

Segundo Flávio, as prioridades incluem equilíbrio fiscal, redução de gastos públicos, modernização do Estado e forte compromisso com a diminuição da carga tributária.

Ele reconheceu que parte do mercado esperava o apoio do ex-presidente ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visto como um nome mais moderado da direita.

Ainda assim, afirmou receber manifestações de apoio de eleitores que o veem como “o Bolsonaro que a gente sempre quis”.

Privatizações e setor privado

Ao detalhar propostas, Flávio mencionou diretamente os Correios, que enfrentam dificuldades financeiras e déficits recorrentes. Também defendeu uma reavaliação da estrutura da Petrobras, com a possibilidade de desinvestimento em áreas específicas.

“A Petrobras é complexa demais. Há extração, pesquisa, refino e distribuição. É um conglomerado. Precisamos analisar o que funciona e deve permanecer e o que pode ser privatizado para ganhar eficiência”, afirmou.

A defesa de maior participação do setor privado se estende ao mercado de aviação. Para o senador, a baixa concorrência prejudica os serviços oferecidos no país. “Hoje existem praticamente duas ou três companhias aéreas operando no Brasil. Isso é muito pouco”, disse.

Embora ainda não tenha indicado um nome para chefiar a equipe econômica, Flávio afirmou manter diálogo com quadros ligados ao governo Bolsonaro.

Citou Paulo Guedes, o ex-presidente do BNDES Gustavo Montezano, o ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, o ex-ministro Adolfo Sachsida e Daniella Marques, ex-presidente da Caixa Econômica Federal.

Viagens e cenário eleitoral

Mesmo diante de resistências iniciais, Flávio afirmou manter o compromisso com a disputa presidencial e descartou a possibilidade de Michelle Bolsonaro integrar a chapa como vice.

Pesquisas indicam desafios relevantes: o senador aparece cerca de 10 pontos percentuais atrás de Lula em simulações de segundo turno, além de enfrentar rejeição significativa entre eleitores contrários ao bolsonarismo. Aliados do ex-presidente também manifestam dúvidas sobre sua força política.

Flávio, porém, destacou sua trajetória parlamentar e afirmou acreditar que maior exposição pública pode consolidar sua imagem como um candidato equilibrado.

Como parte da estratégia, o senador planeja uma série de viagens internacionais a partir de janeiro, com passagens previstas por Estados Unidos, Argentina, Chile, Israel, países do Oriente Médio e nações europeias, com foco na atração de investimentos.

Ele afirmou ainda que não há confirmação de encontros oficiais com autoridades norte-americanas, mas manifestou interesse em se reunir com o presidente Donald Trump e, em caso de vitória, recebê-lo na posse, em janeiro de 2027.

A agenda internacional está sendo articulada com apoio do irmão Eduardo Bolsonaro, que deixou o mandato de deputado após se mudar para os Estados Unidos.

R7

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