12/15/2025

Cela barulhenta, saúde abalada: as pressões que motivam análise de transferência do Bolsonaro

Defesa pede nova unidade; STF exige perícia. 
Reuters/Diego Herculano/Arquivo

STF avalia mudança de Jair Bolsonaro da PF, enquanto defesa aponta agravamento no estado de saúde do ex-presidente

O STF (Supremo Tribunal Federal) avalia transferir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, para o 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, a conhecida “Papudinha”. A unidade, que integra o Complexo Penitenciário da Papuda, surge no horizonte como possível novo destino do ex-mandatário.

Entre os motivos apontados estão os transtornos de saúde e as queixas de dores de cabeça causadas pelo barulho constante de um gerador.

A possibilidade de mudança entrou no radar após a defesa afirmar que o batalhão ofereceria condições mais adequadas para o tratamento de saúde de Bolsonaro.

O pedido oficial, porém, ainda não foi protocolado. Antes disso, o Supremo determinou a realização de uma perícia médica para verificar o real estado clínico do ex-presidente, uma espécie de “check-up judicial” que decidirá seus próximos passos.

Na quarta-feira (11), o ministro Alexandre de Moraes ordenou que a Polícia Federal conclua, em até 15 dias, o exame pericial que deve confirmar se são necessários os dois procedimentos cirúrgicos apontados pelos advogados.

Segundo a defesa, Bolsonaro precisaria permanecer internado por cinco a sete dias para tratar crises recorrentes de soluços e corrigir uma hérnia inguinal, problemas que o acompanham como um “fantasma incômodo” desde o atentado de 2018.

Na decisão, Moraes frisou que o exame de corpo de delito feito no dia da prisão não indicou qualquer condição médica que exigisse intervenção cirúrgica imediata.

Ele também lembrou que já havia determinado atendimento médico ininterrupto ao ex-presidente. “Desde aquele momento, não houve notícia de emergência médica”, reforçou.

No momento, Bolsonaro está detido em uma cela de 12 metros quadrados na sede da PF, equipada com cama de solteiro, armários, mesa de apoio, televisão, frigobar, ar-condicionado, janela e banheiro privativo, uma estrutura simples, mas mais confortável do que as condições comuns do sistema prisional.

Visita à cela

Na quinta-feira (11), o presidente da Comissão de Segurança da Câmara, deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), visitou a cela e criticou as condições de custódia. Segundo ele, Bolsonaro permanece em regime semelhante ao de isolamento.

“O presidente está em solitária, 22 horas por dia dentro de uma sala de 3 por 4 metros. Isso não existe no Brasil. Ele só pode sair por duas horas diárias”, afirmou.

Aliado de Bolsonaro, Bilynskyj recebeu autorização do STF para a visita após pedido da comissão.

Além das dores de cabeça, Bolsonaro atribui o incômodo ao funcionamento de um gerador ao lado da sala de estado-maior onde cumpre pena.

A queixa já está nas mãos da Polícia Federal e tem sido relatada pelo ex-presidente a visitantes, advogados e médicos, um detalhe que ganhou ares de protagonista na rotina carcerária.

Do R7, em Brasília

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