O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu neste domingo (7) a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, réu em processo por suposta tentativa de golpe de Estado, e fez duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O discurso ocorreu durante o ato
realizado na Avenida Paulista, convocado pelo pastor Silas Malafaia, que reuniu
apoiadores para pedir anistia a condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e
por crimes contra a democracia.
“Essa festa aqui não está completa, porque
Jair Messias Bolsonaro não está aqui conosco. Aí, a gente precisa se perguntar:
liberdade, democracia representativa, estado de Direito. Porque às vezes a
gente é tão tímido pra defender esses ideais. Não podemos ser mais tímidos.
Vamos defender isso com toda a força da nossa alma”, disse Tarcísio à multidão.
Durante sua fala, manifestantes
gritaram “fora, Moraes”. O governador respondeu: “Por que vocês estão gritando
isso? Talvez porque ninguém aguente mais. Ninguém aguenta mais a tirania de um
ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo nesse país. Eu
faço um apelo… Devolvam o passaporte do Silas Malafaia. Devolvam o caderno de
sermões do pastor Silas Malafaia. Não é justo tomar o caderno de sermões do
sacerdote”.
A declaração faz referência à
decisão recente do STF que determinou a apreensão do passaporte do pastor.
Malafaia, que discursou no ato, acusou Moraes de impedir o “livre exercício da
sua função” e denunciou perseguição religiosa.
Tarcísio também criticou a
narrativa em torno dos atos de 8 de janeiro. “Tentam criar uma narrativa de que
o 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe de Estado. Todos os advogados
disseram que não conseguiram fazer a defesa. Será que isso nos dá um julgamento
justo? Não existe documento, não existe ordem. Como vou condenar uma pessoa sem
nenhuma prova? Se a gente está aqui hoje defendendo a anistia, essa anistia tem
que ser ampla”, afirmou.
O governador reforçou que não
defende a “impunidade”, mas questionou a validade das provas utilizadas pelo
STF. “Não existe um documento. Não existe uma ordem. Do que a gente está
falando então? Como vão condenar uma pessoa sem nenhum prova? Eles têm uma
única delação, de um único colaborador, que mudou a versão seis, sete vezes, em
três dias, sob coação. Essa delação vale para alguma coisa? Uma delação
mentirosa. Não se pode destruir a democracia sob pretexto de resgatá-la”,
disse, em referência à colaboração de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de
Bolsonaro.
Em tom de apelo político,
Tarcísio defendeu que o tema seja pautado pelo Congresso. “É por isso que a
gente tá aqui pra dizer pro Hugo Motta: paute a anistia. Presidente de Casa
nenhuma pode conter a vontade da maioria do Plenário, a vontade de mais de 350
parlamentares. Então, Hugo, paute anistia. Deixa a Casa decidir. E eu tenho
certeza que ele vai fazer isso, porque trazer a anistia para a pauta é trazer a
justiça, é resgatar o país”.
O governador citou ainda
reportagem do jornal New York Times, que questionou decisões do
ministro Moraes, e disse que um bom juiz deve ser reconhecido “pelo respeito, e
não pelo medo”. “Chega do abuso. Chega. (…) Tenho certeza que a gente vai fazer
justiça por Bolsonaro, que a gente vai ver Bolsonaro disputando eleição. Tenho
certeza que os presos políticos vão ser libertos. Porque o bem vai vencer o
mal. Não vamos mais aceitar que nenhum ditador diga o que a gente tem que
fazer”, declarou.
Cotado como possível candidato à
presidência em 2026, Tarcísio defendeu que Bolsonaro participe da disputa,
apesar da inelegibilidade até 2030 imposta pelo TSE. “É fundamental que
tenhamos Bolsonaro na eleição do ano que vem. Só existe um candidato: é Jair
Messias Bolsonaro”, disse.
O ato na Avenida Paulista reuniu
lideranças políticas e religiosas alinhadas à direita, entre elas a
ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), e foi marcado por críticas ao STF e
pedidos de anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos.
Gazeta Brasil

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