O autor do assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, Tyler Robinson, foi preso em condições “gentis” após uma negociação cuidadosa, segundo autoridades do estado de Utah nesta quarta-feira (17).
Tyler Robinson, jovem de
22 anos natural de Washington, Utah, foi indiciado por homicídio qualificado e
outros crimes apenas um dia após o ataque, ocorrido em 10 de setembro no campus
da Utah Valley University (UVU).
De acordo com o xerife do condado
de Washington, Nate Brooksby, em declarações à ABC News, a entrega
voluntária de Robinson foi incomum devido ao temor de ser morto pela polícia.
Brooksby relatou que, às 20h02 do dia 11 de setembro, recebeu uma ligação de um
detetive aposentado, conhecido da família Robinson, que afirmou saber a
identidade do assassino. “Não podia imaginar o que sairia da boca dele”, disse
o xerife sobre a revelação.
As autoridades detalharam que,
por volta das 22h do mesmo dia, Robinson viajou com o pai e um amigo próximo –
ex-funcionário da segurança pública – de Washington até a sede do xerife do
condado de Washington, em Hurricane. Durante o trajeto, o amigo da família
avisou por telefone ao chefe da divisão de patrulhas da delegacia sobre a
entrega iminente. Segundo o sargento Lance Alfred, Robinson temia a
presença de uma equipe SWAT e acreditava que sua captura era inevitável.
Ao chegar à delegacia, Robinson
foi conduzido a uma área reservada apenas para funcionários autorizados. Lá,
oficiais do xerife notificaram a chegada à FBI em Salt Lake City e
a outras agências locais. Robinson permaneceu nas instalações internas até a
chegada formal de agentes federais e outras autoridades, pouco antes das 6h da
sexta-feira. Durante todo o processo, os oficiais mantiveram “condições gentis
e convidativas”, descrevendo o assassino como “quieto e abatido”.
Em entrevista coletiva, o xerife
Brooksby afirmou que Robinson só aceitou se entregar se o procedimento fosse
conduzido com cuidado e sem presença intimidante. “Não queria um grande time SWAT
na casa dos pais ou em seu apartamento”, disse Brooksby.
A promotoria do condado, por meio
do procurador Jeff Gray, formalizou a acusação de homicídio
qualificado e anunciou a intenção de solicitar a pena de morte.
Robinson também responde por disparo de arma de fogo com resultado de lesão
grave, obstrução de justiça, manipulação de testemunhas e cometimento de crime
violento na presença de menor.
Confissão e evidências
Nos documentos judiciais
divulgados na terça-feira, consta que Robinson confessou o assassinato aos
pais, afirmando que “não podia ir para a prisão” e que apenas desejava acabar
com sua própria vida.
Entre as provas apresentadas,
estão mensagens e um texto escondido sob o teclado de Robinson, dirigido à sua
parceira, onde dizia: “Tenho a oportunidade de acabar com Charlie Kirk e vou
fazer isso”. Segundo os documentos, a parceira, que morava com o acusado e
estava em processo de transição de gênero, trocou mensagens com ele, nas quais
Robinson expressava frustração diante do que considerava “ódio” representado
por Kirk. Em uma das mensagens, escreveu: “Já tive suficiente desse ódio.
Existem ódios que não se podem negociar”.
A investigação também incluiu
conversas na plataforma Discord, usada por Robinson, onde
supostamente escreveu duas horas antes de ser preso: “Gente, tenho más
notícias… Fui eu na UVU ontem. Desculpem por tudo isso”, conforme relatado pelo
diretor do FBI, Kash Patel, ao Comitê Judiciário do Senado.
A arma usada no crime era um
rifle pertencente ao avô de Robinson, e análises forenses confirmaram a
presença do DNA do assassino no gatilho, informou Gray.
O campus da Utah Valley
University retomou as atividades na quarta-feira seguinte ao crime, em
clima de luto e com suporte emocional para estudantes e docentes. A reitoria,
liderada por Astrid S. Tuminez, anunciou uma revisão das condições
de segurança após o incidente.
Por enquanto, as autoridades
mantêm sigilo sobre o grau de cooperação de Robinson e o motivo definitivo do
ataque. Segundo documentos judiciais, o assassino teria planejado o crime por
mais de uma semana e expressado a familiares uma mudança política favorável aos
direitos LGBT e transgênero, em oposição às posições conservadoras do ativista
morto.
A próxima audiência de Robinson
está marcada para 29 de setembro, enquanto o FBI investiga “mais de 20 pessoas”
ligadas ao ambiente digital do acusado e a possível existência de cúmplices,
segundo relatou Patel ao Senado.
Com informações da AP

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