Alerj realiza audiência pública sobre desaparecimentos forçados | Rio das Ostras Jornal

Alerj realiza audiência pública sobre desaparecimentos forçados


O plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) sediou, nesta segunda-feira (25), uma audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, dedicada ao tema dos desaparecimentos forçados e involuntários. O encontro reuniu familiares de desaparecidos, vítimas da violência, pesquisadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), movimentos sociais e organizações da sociedade civil, entre elas a ComCausa – Defesa da Vida.

A Baixada Fluminense foi identificada como epicentro da crise, com destaque para Nova Iguaçu e Queimados, que concentram os maiores índices de desaparecimentos. Especialistas apontaram que a violência incide principalmente sobre populações pobres e periféricas, onde o poder paralelo se sobrepõe à ausência do Estado.

Mães relataram a dor de perder filhos e denunciaram a omissão das autoridades, sendo muitas vezes obrigadas a investigar os casos por conta própria e até a localizar corpos em cemitérios clandestinos, sem qualquer apoio institucional.

Propostas apresentadas

Entre os encaminhamentos apresentados na audiência, destacou-se a formação de um Grupo de Trabalho para mapear cemitérios clandestinos — medida considerada fundamental para enfrentar uma das práticas mais cruéis de ocultação de corpos. Além disso, houve consenso sobre a necessidade de criar protocolos estaduais de atendimento intersetorial, articulando segurança pública, saúde, assistência social, Defensoria e Ministério Público, de forma a fortalecer a rede de acolhimento e dar respostas mais rápidas às famílias.

A voz da ComCausa

Representando a ComCausa – Defesa da Vida, Adriano Dias conversou com familiares e parlamentares sobre memória, luto parental e atenção às famílias. Ele também destacou a importância da integração de sistemas de monitoramento estaduais e municipais, com uso de câmeras e tecnologias capazes de auxiliar na identificação de pessoas desaparecidas. E reforçou:

“É preciso transformar dor em luta e luta em política pública. Não basta reconhecer o problema; é urgente construir mecanismos de prevenção, protocolos de atendimento e acolhimento efetivo para as famílias.”

Desafios e mobilização

O Brasil ainda não possui uma lei específica sobre desaparecimentos forçados e carece de dados consolidados, o que compromete a formulação de políticas públicas e dificulta a responsabilização do Estado. Mesmo assim, levantamentos independentes mostram que, em 2020, foram registrados 63 mil casos — número que saltou para 81 mil em 2024. A realidade é ainda mais grave devido à subnotificação, já que muitas famílias deixam de registrar ocorrências por medo ou desconfiança nas autoridades.

A audiência abriu a semana de mobilizações pelo Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados (30 de agosto), que contará com:

30/08 (sábado), 9h – Ato inter-religioso na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro;

31/08 (domingo), das 9h às 15h – 2ª Caminhada pelo Dia Internacional das Pessoas Desaparecidas, em Copacabana.

Paralelamente, a ComCausa ampliará o debate em espaços de mídia e cultura, com entrevistas em rádios e podcasts, fortalecendo a luta por memória, verdade e justiça.

Serviço

30/08 (sábado), 9h – Ato inter-religioso na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro.

31/08 (domingo), das 9h às 15h – 2ª Caminhada pelo Dia Internacional das Pessoas Desaparecidas, Praia de Copacabana.

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