A Ucrânia denunciou nesta quarta-feira (9) o maior ataque aéreo registrado desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022. Segundo autoridades ucranianas, a Rússia lançou cerca de 730 drones e 13 mísseis entre a noite de segunda-feira (8) e a madrugada de terça-feira (9), com foco principal na região de Volínia, no oeste do país, próxima à fronteira com a Polônia.
Apesar de a primeira versão
oficial não mencionar vítimas, relatos mais recentes indicam que ao menos oito
civis morreram durante a ofensiva. O ataque teve início às 20h (horário local)
e teve como principal alvo a cidade de Lutsk, capital regional de Volínia. O
chefe da administração local, Ivan Rudnitski, afirmou que foi o bombardeio mais
intenso da guerra na região.
A defesa ucraniana informou que
conseguiu interceptar 718 dos 741 alvos lançados — entre eles, 711 drones e
sete mísseis de cruzeiro. A operação utilizou aviões, mísseis antiaéreos,
guerra eletrônica, drones defensivos e grupos móveis de combate espalhados por
todo o país.
Ainda de acordo com o comando
militar da Ucrânia, os drones — principalmente modelos Shahed e simuladores —
partiram de diferentes regiões da Rússia, como Bryansk, Primorsko-Akhtarsk,
Kursk, Oriol e Millerovo. Os mísseis foram lançados de Engels (Saratov) e
Kursk, enquanto seis mísseis hipersônicos Kinzhal foram disparados a partir do
espaço aéreo sobre Lipetsk.
Dos 730 drones, 303 foram
abatidos por disparos diretos, enquanto 415 foram neutralizados por
interferência eletrônica. Foram registrados impactos confirmados em quatro
pontos e destroços caíram em 14 localidades, gerando vários incêndios em
depósitos e garagens, principalmente em Lutsk.
Em pronunciamento, o presidente
ucraniano Volodymyr Zelensky disse que o ataque ocorre em um momento no qual
“tantos esforços estão sendo feitos para alcançar a paz”. “Apenas a Rússia
continua rejeitando essas iniciativas”, afirmou. Ele também voltou a defender a
ampliação das sanções contra Moscou, principalmente contra o setor petrolífero.
“Essa é mais uma prova da necessidade de
sanções — sanções drásticas contra o petróleo, que alimenta a máquina de guerra
de Moscou há mais de três anos. E sanções secundárias contra aqueles que
compram esse petróleo e, assim, financiam as mortes”, destacou o presidente.
Zelensky acrescentou que está
preparando reuniões com autoridades norte-americanas, tanto no campo político
quanto no militar, para alinhar o reforço do apoio internacional à Ucrânia.
Horas antes do ataque, o
presidente dos Estados Unidos Donald Trump afirmou que pretende ampliar o
suporte militar ao país e criticou duramente o presidente russo, Vladimir
Putin. “Ele fala muita besteira sobre negociações de paz”, declarou.
Até então, a região de Volínia
era considerada uma das áreas menos atingidas por bombardeios desde o início da
guerra. O aumento na frequência e intensidade dos ataques eleva a preocupação
do governo ucraniano com uma possível expansão do raio de ação militar russo,
atingindo rotas logísticas estratégicas e zonas antes vistas como seguras.
Com informações de EFE e AFP

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