A Tailândia realizou, nesta quinta-feira (24), uma ofensiva aérea contra posições militares cambojanas, em mais um episódio de escalada no conflito fronteiriço entre os dois países. De acordo com comunicado da Segunda Região do Exército Tailandês, caças F-16 foram enviados para destruir instalações das Divisões 8 e 9 do Exército cambojano, identificadas como unidades de forças especiais.
“Os F-16 lançaram ataques! Os
postos militares cambojanos das Divisões 8 e 9 foram destruídos”, informou a
unidade militar tailandesa em sua página oficial no Facebook.
Segundo o porta-voz adjunto do
Exército, coronel Ritcha Suksuwanon, seis caças F-16 partiram da base aérea na
província de Ubon Ratchathani e bombardearam dois alvos militares em território
cambojano.
As Forças Armadas da Tailândia
alegam que a ofensiva foi uma resposta a um ataque anterior, no qual soldados
cambojanos teriam aberto fogo na província tailandesa de Surin. De acordo com o
relato, seis militares cambojanos se aproximaram de uma base tailandesa
“totalmente armados, inclusive com lança-foguetes”, o que teria motivado a ação
aérea.
O primeiro-ministro interino da
Tailândia, Phumtham Wechayachai, confirmou à imprensa que “houve disparos em
uma área reclamada por ambos os lados”, e informou que o episódio está sendo
investigado.
Do lado cambojano, o Ministério
da Defesa classificou a ação tailandesa como uma “agressão militar brutal”, e
afirmou que o país “exercerá seu direito à defesa frente à invasão do Exército
tailandês”.
Em declaração oficial ao jornal
local The Phnom Penh Post, o primeiro-ministro do Camboja, Hun
Manet, afirmou que os bombardeios atingiram posições militares próximas aos
templos de Ta Mone Thom e Ta Krabey, na província de Oddar Meanchey, além de
áreas na região de Mom Bei.
“O Camboja sempre buscou resolver
os problemas de forma pacífica, mas neste caso não temos outra opção a não ser
responder com força a essa invasão armada”, declarou Hun Manet em publicação
nas redes sociais. Ele acrescentou que o governo está mobilizado para “proteger
a soberania nacional e prestar assistência aos cidadãos afetados pela
ofensiva”.
O presidente do Senado cambojano,
Hun Sen, também acusou a Tailândia de “iniciar a invasão após ordenar o
fechamento do Templo Ta Mone Thom em 24 de julho”, e pediu calma à população.
“O exército cambojano não tem outra escolha a não ser resistir e
contra-atacar”, afirmou.
Diante da escalada do conflito, a
Embaixada da Tailândia em Phnom Penh recomendou que cidadãos tailandeses deixem
o território cambojano “o mais rápido possível”, alertando para a possibilidade
de novos ataques.
O portal tailandês Thai
PBS World informou que o Exército ativou a estratégia militar
“Chakraphong Phuvanaat”, utilizada entre 2008 e 2011 nos confrontos pelo
controle do Templo Preah Vihear.
A reativação da doutrina militar
ocorreu após a explosão de uma mina terrestre no posto de Chong An Ma, que
resultou na amputação da perna de um soldado tailandês.
O conflito entre Tailândia e
Camboja tem raízes históricas e se concentra em regiões fronteiriças sem
delimitação clara ao longo dos 817 km que separam os dois países.
Até o momento, não foram
divulgados números oficiais de vítimas civis ou militares, e não há, até agora,
qualquer iniciativa de mediação internacional.
Gazeta Brasil

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