O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a se pronunciar nesta segunda-feira (14) sobre o processo que enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Em uma longa postagem nas redes sociais, Bolsonaro acusou o “sistema” de tentar destruí-lo para, segundo ele, transformar o Brasil em uma ditadura alinhada a regimes de países vizinhos.
Segundo o ex-presidente, há um
esforço coordenado de setores do Judiciário, da imprensa e da classe política
para enfraquecê-lo e silenciar vozes da oposição. “Luto porque não aceito ver o
país escravizado por um sistema podre, sustentado por uma imprensa comprada,
por poucos juízes militantes e por políticos que sabem que é sua última chance
de implementar seu sonho ideológico nefasto neste país maravilhoso”, declarou.
Sem citar nomes, Bolsonaro
comparou o atual cenário brasileiro ao de ditaduras sul-americanas. Ele e seus
aliados costumam associar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) ao regime chavista da Venezuela. “Desde o início sou o principal obstáculo
entre eles e o que realmente desejam: o controle absoluto sobre a sua vida”,
afirmou. “Mas qual democracia permite apenas um lado falar, pensar e existir?”,
questionou.
As declarações de Bolsonaro
ocorrem no mesmo dia em que termina o prazo para a Procuradoria-Geral da
República (PGR) apresentar suas alegações finais no processo que investiga o
núcleo central da suposta trama golpista. Bolsonaro é um dos oito réus na ação
que tramita na 1ª Turma do STF. As alegações finais representam a última etapa
para a apresentação de argumentos por parte da acusação e da defesa antes da
decisão dos ministros da Corte.
O impacto internacional do caso
também gerou reações. Na semana passada, o ex-presidente dos Estados Unidos,
Donald Trump, anunciou a imposição de tarifas de 50% sobre produtos
brasileiros. Trump justificou a medida alegando que Bolsonaro é vítima de uma “caça
às bruxas” e denunciou o que chamou de “perseguição política” contra seu
aliado. A decisão gerou críticas entre representantes do agronegócio e da
indústria brasileira, que temem prejuízos com as barreiras comerciais.
Eis a íntegra da declaração de Bolsonaro:
O sistema nunca quis apenas me
tirar do caminho. A verdade é mais dura: querem me destruir por completo —
eliminar fisicamente, como já tentaram — para que possam, enfim, alcançar você.
O cidadão comum. A sua liberdade. A sua fé. A sua família. A sua forma de
pensar. Sem que reste qualquer possibilidade de reação.
O que acontece nos países
vizinhos, e suas ligações com o atual governo, refletem perfeitamente o que
poderá ser do Brasil num futuro muito breve: a destruição não só do Ocidente,
mas principalmente de sua cultura.
O enredo é cristalino. Desde o
início, sou o principal obstáculo entre eles e o que realmente desejam: o
controle absoluto sobre a sua vida. Por isso, mentem, censuram, prendem,
distorcem, caluniam, perseguem, agridem — sempre com a mesma narrativa: “pela
democracia”. Mas qual democracia permite apenas um lado falar, pensar e
existir?
Querem silenciar quem se opõe.
E, se não podem calar com censura, tentam com ameaças, inquéritos, prisão ou
até com a morte. Não se enganem: se hoje fazem isso comigo, amanhã será com
você.
Não luto por mim. Luto por
algo muito maior. Luto pela maioria esmagadora dos brasileiros que não se
curvaram. Luto porque não aceito ver o país escravizado por um sistema podre,
sustentado por uma imprensa comprada, por poucos juízes militantes e por
políticos que sabem que esta é sua última chance de implementar seu sonho
ideológico nefasto neste país maravilhoso.
Enquanto Deus me der vida,
estarei aqui. Em pé. Falando a verdade. E lembrando que o Brasil não pertence
ao sistema — pertence ao povo brasileiro.
Gazeta Brasil

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