Copom optou por aumento da Selic
de 0,25 ponto percentual, o sétimo consecutivo desde setembro do ano passado
O Copom (Comitê
de Política Monetária) do Banco Central decidiu de forma unânime nesta
quarta-feira (18) aumentar a taxa
básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 15% ao ano, maior
patamar desde maio de 2006. A alta é a sétima consecutiva desde setembro do ano
passado.
As expectativas do mercado
financeiro estavam divididas entre a manutenção dos juros no patamar atual e um
aumento de 0,25 ponto percentual, para 15% ao ano. A nova taxa valerá ao menos
pelos próximos 45 dias, quando os diretores do BC voltam a se reunir para
discutir novamente a conjuntura econômica nacional.
Em comunicado, o Copom destacou
que o cenário econômico “segue sendo marcado por expectativas desancoradas,
projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões
no mercado de trabalho”.
Dessa forma, segundo o comitê,
“para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas
desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente
contracionista por período bastante prolongado”.
Apesar do novo aumento, o Copom
sinalizou que pode interromper o ciclo de alta caso o cenário siga conforme o
esperado. A ideia é observar os efeitos dos aumentos já realizados — que
demoram a impactar a economia — antes de decidir se novas elevações serão
necessárias.
“Em se confirmando o cenário
esperado, o Comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para
examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem
observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando
a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a
convergência da inflação à meta. O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que
os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não
hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado.”
O que é a Selic?
A Selic
é o principal instrumento de controle do IPCA (Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo). Juros mais altos encarecem o crédito, desestimulam
a produção e o consumo, e podem frear o crescimento econômico.
Na prática, quando a taxa sobe,
os juros cobrados em financiamentos, empréstimos e cartões de crédito aumentam,
desestimulando o consumo e contribui para a redução da inflação.
Na semana passada, o R7 mostrou
que a inflação
oficial do país desacelerou pelo terceiro mês seguido e chegou a
0,26% em maio. No ano, o IPCA acumula alta de 2,75% e, nos últimos 12 meses, o
índice ficou em 5,32%, abaixo dos 5,53% dos 12 meses imediatamente anteriores.
Projeções
As projeções do Boletim Focus,
divulgadas na segunda-feira (16), apontavam para a manutenção da Selic em
14,75% ao fim de 2025, pela sexta semana consecutiva.
Das 48 instituições consultadas,
a maioria — 27 (ou 56%) — esperava a manutenção dos juros. Outras 21 (ou 44%)
previam alta de 0,25 ponto percentual, para 15%.
Superquarta
O anúncio foi feito em uma
“superquarta”. É assim que se chamam as quartas-feiras em que coincidem as
reuniões que definem as taxas de juros tanto dos Estados Unidos quanto do
Brasil.
Nos Estados Unidos, o Fed
(Federal Reserve, banco central norte-americano) manteve a taxa de juros
inalterada, no intervalo entre 4,25% e 4,5%.
No fim de 2024, com a escalada
do dólar e da inflação, o Banco Central intensificou o aumento da
Selic para conter o consumo e o aumento de preços.
Histórico
Após ficar em 13,75% ao ano entre
agosto de 2022 e junho de 2023, a Selic teve seis cortes de 0,5 ponto e um
corte de 0,25 ponto, até chegar a 10,5% ao ano em maio de 2024.
O índice se manteve assim até a
reunião de setembro de 2024, quando o Copom aumentou a taxa em 0,25 ponto
percentual, para 10,75% ao ano.
Desde então, foram seis altas
seguidas, até a reunião de maio, quando chegou em 14,75%, o maior patamar desde
2006.
Entenda a Selic
A taxa básica de juros é uma
forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. Ela serve como o
principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, perto da meta
estabelecida pelo governo.
Isso acontece porque os juros
mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam
alternativas de investimento.
Quando o Copom aumenta a Selic, o
objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque
os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Já quando os juros básicos são
reduzidos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à
produção e ao consumo.
A Selic é usada nos empréstimos
entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos
públicos federais.
É a taxa Selic que os bancos
pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo em empréstimos ou
financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores
são sempre superiores à Selic.
R7


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