Um vídeo gravado pela jovem
Rayssa Reis mostra os últimos momentos de João Victor Trindade, de 19
anos, que
morreu em um grave acidente no parque de diversões em Itaipava,
distrito de Petrópolis,
na Região Serrana do Rio.
O jovem caiu do brinquedo
conhecido como “Expresso do Amor”, sofreu traumatismo craniano e múltiplas
fraturas no sábado do dia 3 de maio. Rayssa, que estava ao lado dele no
brinquedo e fez as imagens antes do acidente, também foi arremessada e levou 12
pontos na cabeça e um no rosto.
Ao g1, Rayssa contou
que ela e os amigos chegaram a assistir a uma apresentação musical antes de
irem ao parque.
“A gente viu um pouco do show da
Gloria Groove e resolveu ir no brinquedo. Aí a gente acabou entrando e, na
terceira volta, aconteceu o acidente”, contou.
Segundo ela, a trava de segurança
se soltou durante o funcionamento.
“A trava soltou. Ele caiu
primeiro e eu caí logo depois. Fez um barulho antes e o brinquedo realmente
estava um pouco em alta velocidade”, relatou.
Ela contou que João Victor foi
arremessado para frente, enquanto ela foi jogada para o lado. “Eu bati com a
cabeça. Quando levantei, ele já estava no chão. Na hora, eu não percebi que
estava com a cabeça aberta. Achei que era só a boca, porque eu fiquei muito em
choque com a situação dele ali no chão”, disse.
Amiga de infância de João Victor,
Rayssa foi a responsável por acionar conhecidos da família para dar a notícia
do acidente. A mãe do jovem, Caroline Trindade, relatou os momentos de
desespero.
“Eu estava deitada quando recebi
uma ligação da amiga dele. Ela me disse que o João tinha sofrido um acidente no
parque. Eu fiquei sem chão. Parecia que eu ia morrer”, disse.
Caroline contou que foi levada ao
hospital por um primo da família e, já na unidade, percebeu que algo grave
havia acontecido.
“Tinha um clima de velório. Todo
mundo me olhava com tristeza. A médica nos chamou e disse que ele já tinha
chegado sem vida. Disse que ele teve muitas fraturas pelo corpo e um
traumatismo craniano. Não havia mais o que fazer", contou.
A mãe ainda falou sobre o filho,
que saiu de Miguel Pereira, no Sul Fluminense, apenas para ver o show.
“O João saiu de casa cheio de
vida, sorrindo. Ele era lindo, saudável, só queria viver. Ele dizia: ‘Mãe, eu
preciso viver. Eu só quero viver’. Ele tinha uma sede de vida que eu nunca vi
em ninguém", contou a mãe.
O Ministério Público do Estado do
Rio de Janeiro (MPRJ) solicitou à Justiça produção antecipada de provas
periciais no Crazy Park, que havia sido interditado.
Segundo o MPRJ, o
objetivo é garantir que as provas técnicas sobre as condições dos brinquedos e
da estrutura não sejam perdidas, alteradas ou danificadas, já que o
parque está montado em ambiente aberto, sujeito a mudanças climáticas e com
acesso facilitado — o que pode permitir alterações acidentais ou até
intencionais.
O que diz o parque
O Crazy Park informou que todos
os brinquedos foram previamente vistoriados e liberados para operação por um
engenheiro e que possuía todas as licenças e documentações necessárias para o
funcionamento, emitidas pelos órgãos competentes como o Corpo de Bombeiros e a
Prefeitura Municipal.
Por Rhayssa Motta, g1 — Petrópolis
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