Da esquerda para a direita: o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth; o vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa da Austrália, Richard Marles; o ministro da Defesa do Japão, Nakatani Gen; e o secretário de Defesa Nacional das Filipinas, Gilberto Teodoro Jr., posam para fotos após reunião multilateral à margem da Cúpula de Defesa Shangri-La Dialogue. How Hwee Young/EFE/EPA
Pete Hegseth, secretário de
Defesa de Trump, alertou que os chineses estão ‘clara e credivelmente
preparando o uso potencial da força militar’ em disputas como no Mar da China
Meridional
O secretário de Defesa dos
Estados Unidos, Pete
Hegseth, afirmou neste sábado (31) que a China está se
preparando para o uso de força militar no Indo-Pacífico, com o objetivo de
alterar o equilíbrio de poder na região. As declarações ocorreram durante o
Shangri-La Dialogue, maior fórum de segurança e defesa da Ásia, realizado em
Singapura. Hegseth declarou que “a ameaça que a China apresenta é real e pode
ser iminente”, destacando as crescentes tensões entre os dois países, que vão
além da disputa comercial. A relação entre EUA e China,
as duas maiores potências globais, deteriorou-se significativamente durante o
governo do de Donald Trump, especialmente após a imposição de tarifas
alfandegárias pesadas sobre produtos chineses.
Apesar de uma trégua temporária
acordada em maio, as tensões entre as duas potências continuam, com disputas
sobre tecnologia, comércio e influência geopolítica, particularmente na
Ásia-Pacífico e na América Latina. Hegseth alertou que a China está “clara e
credivelmente preparando o uso potencial da força militar” em disputas como no
Mar da China Meridional, onde Pequim é
acusada de militarizar ilhas reivindicadas pelas Filipinas. Além disso, o
secretário de Defesa americano mencionou a questão de Taiwan, uma ilha autônoma
que a China considera parte de seu território, e afirmou que as forças chinesas
estão se preparando para uma possível invasão.
Em resposta, o Ministério das
Relações Exteriores da China criticou os Estados Unidos, afirmando que não
devem usar a questão de Taiwan para
conter a China e alertando: “não brinquem com fogo”. Pequim também acusou
Washington de incitar divisões e desestabilizar a região com “acusações
infundadas”.
Durante o evento em Singapura,
Hegseth convocou os aliados asiáticos dos Estados Unidos a aumentar seus gastos
militares, reforçando que a região é uma “prioridade” para Washington, que está
ajustando sua estratégia para “dissuadir a agressão da China”. Os Estados
Unidos têm intensificado sua cooperação com países como Japão, Filipinas e
Índia, todos considerados contrapesos à influência chinesa na Ásia. Além disso,
Hegseth mencionou o exemplo da Europa, onde vários países, incluindo a
Alemanha, aumentaram seus orçamentos de defesa, após a pressão do governo
Trump, que ameaçou se distanciar dos compromissos de defesa do continente. Ele
sugeriu que os aliados asiáticos devem seguir esse exemplo.
No mesmo fórum, Kaja Kallas,
chefe da diplomacia da União Europeia, comentou as pressões do governo Trump
sobre o aumento dos gastos militares, chamando-as de “amor rígido”. Ela, no
entanto, reconheceu que “é melhor ter amor, pelo menos, do que a falta de
amor”, referindo-se às críticas europeias sobre as políticas americanas.
O Shangri-La Dialogue é uma
plataforma chave para discutir questões de segurança regional, com
participantes de todo o mundo, embora a China tenha decidido não enviar um alto
representante para o evento este ano. Em seu lugar, o contra-almirante Hu
Gangfeng denunciou as “acusações infundadas” de Hegseth, dizendo que os EUA
tentam semear divisões e criar um clima de confronto na Ásia-Pacífico.
Com informações da AFP

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