Duas potências nucleares se
enfrentam desde a sua independência dos britânicos em 1947; tensão escalou com
ataques de abril e os misseis indianos lançados em direção a Caxemira
O conflito entre Índia e Paquistão que
eclodiu nesta quarta-feira (7) é mais um na história da rivalidade entre estas
duas potências nucleares, que desde sua independência, em 1947, se enfrentaram
em várias guerras.
1947: Divisão em dois Estados
Em 15 de agosto de 1947, o
vice-rei da Índia, Louis Mountbatten, anuncia o fim de dois séculos de
dominação britânica. A ex-colônia fica então dividida em dois Estados: Índia
(maioria hindu) e Paquistão (maioria muçulmana). Quase 15 milhões de pessoas
começam a se deslocar, os muçulmanos para o território paquistanês e hindus e
sikhs para o território indiano.
A divisão também resulta em um
milhão de mortes em tumultos e massacres. No final de 1947, ocorre a primeira
guerra pelo controle da Caxemira, uma região anexada à Índia. Em 1948, uma
resolução da ONU solicita um referendo sobre a autodeterminação, que não seguiu
em frente devido à recusa da Índia.
Em 1º de janeiro de 1949,
chega-se a um cessar-fogo ao longo de uma “linha de controle” de 770
quilômetros que dividia a Caxemira em duas partes: 37% sob administração
paquistanesa (Azad-Kashmir) e 63% sob controle indiano (Estado de Jammu e
Caxemira). Apesar do acordo, os dois Estados continuam reivindicando a
soberania sobre todo o território.
1965 e 1971: novas guerras
Entre agosto e setembro de 1965,
o conflito foi retomado devido à invasão de mil separatistas apoiados pelo
Paquistão na Caxemira indiana. Esta segunda guerra, que deixou milhares de
mortos de ambos os lados, terminou graças à mediação da União Soviética. No
início de 1971, o Paquistão envia tropas à parte leste de seu território,
Bengala Oriental, para controlar um movimento separatista. O conflito, com a
intervenção do exército indiano, termina nove meses depois com a independência
do território, região atual de Bangladesh.
1989: Revolta separatista
No final de 1989, insurgentes que
exigiam a independência ou a anexação da Caxemira indiana ao Paquistão lançam
uma luta armada contra o exército indiano. Milhares de hindus fogem.
Desde então, a Índia acusa o
Paquistão de financiar e treinar os insurgentes, que continuam lutando contra
cerca de 500.000 soldados indianos posicionados na região. Até o momento, eles
causaram dezenas de milhares de mortes, entre militares, rebeldes e civis.
1998-99: O conflito de Cargil
Em 1999, a Índia acusa o
Paquistão de infiltrar combatentes islamistas e soldados paquistaneses na
Caxemira indiana para assumir o controle do glaciar de Siachen, a mais de 5.000
metros acima do nível do mar. Os combates deixaram mais de mil mortos,
sobretudo na região de Cargil.
Em 1º de outubro de 2001, um
ataque do lado de fora da Assembleia Regional da Caxemira indiana em Srinagar
mata 38 pessoas. A Índia culpa o Paquistão.
Em 2002, os dois rivais pareciam
estar à beira de uma quarta guerra, mas em abril de 2003 retomam as relações
diplomáticas e alcançaram um cessar-fogo, embora as ações de guerrilha
continuassem.
Atentados e tensões
Em 2008, vários ataques
jihadistas deixam 166 mortos em Mumbai. A Índia culpa o Paquistão e interrompe
o processo de paz iniciado quatro anos antes. O diálogo é retomado em 2011 e o
primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, visita o Paquistão em dezembro de
2015.
Em 2019, a Índia bombardeia o
território paquistanês após um ataque que matou 40 de seus paramilitares em
Pulwama (Caxemira indiana). O Paquistão retalia e derruba um avião indiano. O
governo hindu ultranacionalista de Nova Délhi revoga o status semiautônomo da
região em agosto, onde milhares de opositores são presos.
Com informações da AFP

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